Vivendo com você

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Tayna's Pov:

Meus saltos fazem barulho no piso de mármore. Seguro a mão de Joseph e Bread que se agarravam as minhas mãos, pareciam assustados. Mamãe que me convenceu disso, como eu não sei. Ela disse que eles precisavam se despedir do pai, para que não ficassem perguntando depois. Ela tentou me convencer a enterrar Bread Também, mas eu aceitei isso. Eu não iria gastar um pingo de dinheiro enterrando o cara que molestou e sequestrou a minha filha, mesmo que fosse o pai dos gêmeos. Sinto um pouco de arrependimento de ter colocado o nome daquele monstro no meu filho, mas tento ignorar esses sentimentos.

O enfermeiro na minha frente para e abre um porta de metal. Logo o frio que fazia ali dentro me invade e sinto meu braço arrepiar.

A sala era branca, nas paredes haviam várias gavetas de metal que eu sabia muito bem o conteúdo, estávamos no necrotério do hospital. No fim da sala havia uma mesa de metal, com um corpo coberto por um lençol. O enfermeiro caminha na minha frente, mas eu sou obrigada a para já que Bread puxa meu braço.

_Mamãe eu tô com medo – ele fala.

Me abaixo até ficar na sua altura e passo a mão em seus cabelos.

_Eu também estou – eu digo. Ele me olha surpreso - É normal sentir medo, mas você quer se despedir do papai.

Ele assente.

_Então precisa ser corajoso, ele está bem ali – aponto para a mesa. Me levanto e estendo a mão para ele – Pronto?

Ele segura a minha mão e voltamos a andar, parando em frente a mesa. O enfermeiro traz dois banquinhos e coloca ao nosso lado. Coloco Joseph em um é Bread no outro, assim os dois conseguiriam ver.

_Posso? – O enfermeiro pergunta enquanto segurava o lençol que cobria o rosto de Bread.

Assinto e ele puxa o lençol até na altura do peito dele. Eu havia pedido que colocassem alguma roupa nele, por causa dos meninos. Eles haviam colocado uma blusa verde clara, igual a dos enfermeiros nele. Olho para o seu rosto, ele tinha alguns pontos em cortes na testa e na boca, mas fora isso parecia normal. Seu cabelo estava penteado para trás e a barba estava crescida. Eu ainda tinha sentimentos por ele, não podia negar isso mesmo que eu queria muito, mas ao olhar para o rosto do meu ex marido, eu só conseguia enxergar o homem que fez maldades a minha filha, e. Não o bom pai que brincava de cavalinho com os meninos e o bom marido que me dava flores.

_Mamãe, de que o papai moleu? – Joseph pergunta.

Eu suspiro.

_Mamãe já disse. O papai foi mal criado e se meteu com coisas ruins, por isso ele acabou levando um tiro.

_O papai era mau? – ele pergunta ainda olhando para o rosto do pai.

Eu não podia dizer aos meus filhos o que o pai deles tinha feito, pelo menos não agora. Talvez depois que eles crescessem.

_Não filho, o papai só se meteu com coisas ruins. 

_É por isso que temos que obedecer a mamãe?

Sorrio fraco e dou um beijo em seus cabelos.

_Sim filho, é por isso.

Olho para Bread e vejo ele segurando a mão do pai, aquilo corta meu coração.

_Vou sentir falta do papai – ele fala baixinho.

_Eu também – Joseph diz.

_Ei – viro eles para olharem para mim – O papai vai estar sempre com vocês. Sabe por que? – eles balançam a cabeça fazendo que não – Por que vocês o amam e quem a gente ama nunca vai embora. Eles moram aqui – toco o peito de cada um apontando para o coração – E o papai de vocês vai sempre estar aqui, ok?

_Ok – eles falam ao mesmo tempo e me dão um beijo na bochecha.

Ficamos ali mais um tempinho, respeitei o momento dos meus filhos, eles tinham que se despedir do pai e eu não ia negar isso. Quando os chamei para irmos, cada um deu um beijo na bochecha do pai e vieram para mim, segurando minha mão e fomos embora.

Louisa’s Pov:

_Você deveria ir descansar, podemos fazer isso depois – Will fala enquanto eu passava o creme de barbear nele.

_Vamos fazer isso agora. Estou com saudades de barbear você e é melhor tirarmos essa Abeba logo, antes que eu tenha que catar comida nela.

Ele ri, revira os olhos e se rende.

_Tudo bem Clark, só não raspe minhas sobrancelhas.

Eu rio.

_Apenas um pedaço.

Pego a gilete e começo a fazer meu trabalho. Estava um pouco mais difícil agora, com minha barriga grande entre nós dois, mas tudo bem. Aperto mais o lado do meu roupão e volto a raspar o rosto de Will. Todos já haviam voltado para suas respectivas cidades e casas. Depois do almoço mais que especial, tudo que eu queria era tomar um bom banho quente e ir dormir. O banho eu tomei e foi muito muito bom. O banho no hospital foi bom, mas tomar banho no meu banheiro foi ótimo, aproveitei também e dei banho em Will, sem nenhuma gracinha, já que eu estava proibida de ter relações sexuais até o bebê nascer e o tempo de resguardo acabar, o que era frustrante, mas eu faria tudo para meu bebê ficar bem, e claro, me recuperar bem.

Termino de tapas o rosto de Will e limpo o resto de espuma com uma toalha.

_Pronto – eu anuncio.

Ele abre o olhos.

_Fiquei bonitão.

Eu reviro os olhos.

_Você já é, mas não se convença disso – lhe dou um selinho rápido e ele sorri.

Nathan vem da cozinha e me ajuda e colocar Will na cama, agradeço a ele e digo que já pode ir para casa. Ele se despediu com um aviso para chamar se precisasse e foi embora. Vou para o closet e coloco uma camisola azul escuro, com algumas nuvenzinhas brancas, iam das minhas favoritas. Coloco uma calcinha e visto a camisola, desligo a luz e me deito na cama. Ainda estava de dia, mas a chuva fina e o tempo nublado deixava o sol mais fraco e um tempo muito gostoso, principalmente para dormir.

Me deito ao lado de Will e seguro suas mãos.

_Você não sabe o quando senti falta disso Clark – ele fala – Dormir com você do lado, sentindo o seu cheiro e o calor de seu corpo.

Eu sorrio e beijo seu peito.

_Eu também senti falta disso Will. Dormir no chão frio não é nada legal.

Ele aperta meus dedos.

_Eu nunca mais vou deixar nada acontecer com você Clark.

_Não foi culpa sua Will.

_Eu sei, mas de agora em diante, você não sai mais ds minha vista.

Eu sorrio e me estico lhe dando um beijo.

_E eu não quero sair dela nunca Will. Eu te amo.

_Eu também te amo, Clark.