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Louisa’s POV:

Arrasto o meu suporte do soro enquanto minhas sapatilhas fazem barulho no chão branco. O enfermeiro alto e moreno andando do meu lado, me levando para o pós operatório, onde Will estava. Paramos em frente ao balcão da enfermeira e ele se vira para mim.

_Qualquer coisa é só chamar – ele fala e aponta para frente com o queixo.

_Obrigada.

Respiro fundo e aperto mais os dedos ao redor do metal frio do suporte. Caminho para frente e pela porta de vidro posso ver Will ligado a alguns aparelhos. Entro no quarto e o barulho do monitor cardíaco me invade, um barulho que já conhecia muito bem, graças as crises de Will. Chego mais perto dele e aperto sua mão, analisando seu corpo. Ele tinha olheiras em volta dos olhos, a barba já estava ficando grande – Will e sua barba que crescia rápido demais – era impressão minha ou ele estava mais magro? Dava para ver claramente que esse tempo longe fez mal a nós dois. Sinto dor só de pensar no desespero dele para nós achar.

Olho mais para baixo e fecho um curativo no seu peito, provavelmente o lugar da cirurgia e no braço direito uma intravenosa ligava sua veia a um soro.

_Ah Will, que susto você me deu – eu digo olhando a aliança em sua mão – Eu morri mil vezes nas últimas horas, pensando que perderia você.

_Então estamos quites, Clark, por que eu pensei que ia morrer se você não voltasse pra mim – a voz fraca de Will enche meus ouvidos.

Olho para cima e vejo ele de olhos abertos, com aquele sorrisinho de lado que eu tanto amo.

_Will – lágrimas começam a sair dos meus olhos.

Eu me abaixo e abraço ele, sentindo o calor do seu corpo e minha lágrimas molharem seu peito, seu braço livre vem devagar e me aperta em nosso abraço. Ah como eu senti falta dele, do seu calor, da sua voz, do seu cheiro, parece que estou no paraíso.

_Eu senti tanta sua falta – eu falo e um soluço escapa dos meus lábios.

_Eu sei, eu também. Mas estamos juntos agora e isso é tudo que importa.

Levanto minha cabeça e limpo as lágrimas do seu rosto. Ele sorri para mim e eu não consigo não retribuir. Me abaixo e dou um beijo leve, porém demorado em seus lábios, sentindo toda a saudade desses três dias ir embora. Também agradeço mentalmente por mamãe ter trago minha escova de dentes. Me afasto dele e puxo uma das cadeiras, me sentando ao seu lado.

_Bread morreu – eu falo.

Ele arregala os olhos surpreso, mas depois um sorriso de alívio surge em seus lábios.

_É muito ruim eu estar feliz? – ele pergunta – Essa é uma notícia muito boa.

Dou de ombros.

_Se é ruim, eu também sou ruim, pois sinto o mesmo. John e Bread atiraram ao mesmo tempo. O tiro de John pegou em órgãos vitais e o tiro que dei na perna dele atingiu uma artéria.

_Me lembre de nunca te dar uma arma – ele brinca.

_Eu não quero nunca mais ter pegar naquela coisa de novo.

E serra minha mão.

_Não vai precisar.

Sorrio fraco.

_So queria que ele não tivesse tido tempo de atirar em você – olho para ele brava.

_O que foi?

_Aquele tiro não era pra você Will. Tem noção que você poderia ter morrido?

Ele revira os olhos.

Vivendo com vocêWhere stories live. Discover now