19 Jace / Jacob

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Como alquimista, já vi muitas coisas em minha vida: corpos sendo dissecados, vivos ou mortos; já vi ingredientes bizarros, rituais satânicos, e todo qualquer tipo de ritual maluco e bizarro aos olhos humanos. Jamais pensei que viveria para ver o que vi Arlekin fazer: usar seus poderes.
Quando ele se afastou de mim, eu já não conhecia mais aquele homem que caminhava lentamente para fora. Uma visão surreal suas asas rasgando sua carne sem a menor delicadeza, deixando um rastro de sangue por sua costa, que agora suportavam duas magnificas e letais asas, que pareciam ser feitas de aço. Cada pena parecia ser uma lamina afiadíssima. Era esplendido e impactante, e parecia desafiar as leis da física, quando levantou o corpo de Arlekin do chão e sem esforço algum o impulsionou para frente, fazendo-o desaparecer num piscar de olhos.
Nada disso, teve a menor relevância, quando Arlekin colocou fogo em todo o reino. Foi magnifico e aterrorizante, ver tudo sendo engolido por labaredas, casas, pessoas, arvores, animais e todo o resto. Tudo virou pó, deixando-me chocado. Uma onda gigantesca de fogo lambeu tudo num raio de 100km, transformando tudo em pó. Uma explosão de luz e fogo maravilhosa e hipnótica.
Quando o fogo extinguiu, absurdamente, todas as casas estavam intactas, assim como toda a população local que estava na rua, espantada com a demonstração de força do seu rei. A floresta toda foi queimada e sequer havia sobrado o pó da mesma, juntamente com os cadáveres dos assassinos. Até onde a vista alcançava, não havia nada.
Quando ele retornou, não havia sequer um rastro de preocupação em seu rosto. Direcionou-se ao guarda tranquilamente.

_peça a Merlin, sementes para replantar a floresta! Ela terá as sementes ideais, diga para que ela seja rápida, quando a lua surgir em três dias, toda as sementes florescerão e a floresta se refará por conta própria, e tranquilize o povo, o problema com aquela corja de assassinos está resolvido! – falou ao guarda, que imediatamente partiu – venha, Jace!

_estou estupefado! – cuspi a primeira coisa que me veio em mente, sentindo-me estupido ao perceber o quanto soei antiquado.

_ora, não se assombre, não fiz esforço algum, sequer precisei de meu tesouro sagrado! Apenas não queria ter feito dessa forma, pois assusta a população que o seu rei seja tão forte! – explicou-me – em tempos de guerra eles felicitam minha presença, em tempos de paz, temem a iminência de ataques inimigos em retaliação por conta da minha força! Não os culpo!

_de fato, grandes poderes, trazem grandes, responsabilidades! – comentei, mas recebi outro beijo inesperado do mesmo – ei! – exclamei com um sorriso ameaçando surgir em meus lábios.

_sua punição ainda não terminou! – falou malicioso, me puxando para algum lugar desconhecido por mim.

Inevitavelmente sorri, ansioso por receber aquela punição tão esperada, por todo o meu mal comportamento.

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JACOB

Parei na frente na porta da mansão Valerian e toquei a campainha.
Depois que parti, não houve um dia sequer que eu não sentisse falta daquele pequeno ser, que eu havia deixado chorando naquele dia. Não tinha sido de proposito, mas ainda era inexperiente e ingênuo, não sabia lidar com tudo que estava acontecendo. Como eu me sentia em relação as coisas ao meu redor, e em relação aos sentimentos das pessoas ao meu redor; amava meu irmão e compartilhava com ele emoções intrincadas de amor e ódio, sabia lidar com isso e com tudo que se relacionava a ele, porém quando se tratava de Anya, não sabia como agir ou o que falar. Entretanto, nesse ano que ficou fora, chegou à conclusão de que ambos iriam morar em Londres, num apartamento qualquer, guardariam todas as suas coisas em um Banker da família, e tentariam arrumar suas vidas conturbadas.
Jace tinha ido atrás de Arlekin, disposto a finalmente aceitar a atenção do rei das fadas, se o mesmo ainda estava o esperando. Enquanto isso, eu iria ficar ao lado de minha pequena futura esposa. Se ela estivesse com raiva de mim, imploraria seu perdão, e pediria a ela que me deixasse permanecer por perto; provavelmente teria que enfrentar a fúria de Damon, por conta do modo como tínhamos partido, mas isso era o que menos me preocupava.
Antes que eu tocasse novamente a campainha, a porta se abriu, revelando um rapazinho de aparentemente 6 ou 7 anos. E olhando-o com atenção, percebi sua semelhança com Damon, então só podia ser...

Irmãos Collins - Série IMORTAIS - Livro 4Où les histoires vivent. Découvrez maintenant