Irmãos Collins - Série IMORTAIS - Livro 4

8 Jace / Logan

Existem dias ruins, existem dias horríveis, e existem dias impossíveis de sobreviver, esse era um desses dias impossíveis. A discussão com War estava vivida em minha mente, consumindo-me, minhas palavras me consumiam, as palavras de Logan me consumiam, tudo estava massacrando-me, deixando-me triste e depressivo. Fazia 3 dias desde a discussão, mas nada estava melhorando. Minha atual preocupação era o desgaste de Jacob, ao que parece suas forças estavam falhando, pois ele transferira grande parte da mesma para fechar meu ferimento por completo, fazendo com que ele tivesse que ficar de cama, e Jacob odiava ficar de cama, e o pior, estava na companhia de sua futura esposa, a doce e pequenina Anya, filha caçula de Damon. A pequenina parecia adivinhar que iria passar a vida com meu irmão, pois estava sempre ao seu lado, sorrindo com seus dentinhos pequeninos, pulando na cama onde o mesmo estava, obrigando-o a comer as mesmas guloseimas que ela comia, pois a menina sustentava fielmente a tese de que com muito carinho e amor, meu irmão ficaria bom logo.
Preocupado com sua recuperação lenta, resolvi ir a floresta atrás de algumas ervas para fazer um chá para ele, lembrando saudoso do nosso pai, pois ele sempre dizia que os chás eram um santo remédio para qualquer enfermidade. Avisei a Jacob que iria sair e fui, não havia nada naquela floresta que me intimidasse, e a trilha a qual eu percorreria não passava nem perto da aldeia onde a matilha residia, eu podia sentir que ele estava ali. Era um estado natural do ciclo da vida, os mais fracos sentiam-se protegidos com a presença de um mais forte da mesma espécie, e a dominância de Logan costumava deixar um rastro de magia, pois ele protegia os mais fracos e intimidava os possíveis agressores.
Cansado de esconder minha essência, peguei um manto rubro, e coloquei-o, o veludo caiu como uma pluma, cobrindo minha roupa, e com o capuz, cobri meu rosto, deixando minha forma verdadeira aparecer. Não era disforme ou algo do tipo, mas assim como meu pai, e meu irmão, possuía runas gravas em meu rosto, olhos de gato que brilhavam intensamente em varias cores, pois mudavam simultaneamente; era um pouco chocante para quem não estava acostumado, por isso mantínhamos essa face escondida.
Peguei um cesto pequeno e o levei comigo, muito depois, quando já estava quase no meio da trilha, notei que o destino estava tirando uma com a minha cara, pois havia alguns lobos ali por perto; lembrei-me da historia da chapeuzinho, usando um capuz vermelho, carregando uma cestinha, fugindo do lobo. Puta merda, que trolagem merda, hein universo?
Continuei meu caminho normalmente, olhando ao redor, buscando as plantas necessárias, porém haviam tantas, a floresta estava rica de ingredientes que deixariam qualquer alquimista a ponto de ter um orgasmo de tanto prazer, mas com alguma atenção consegui coletar seletivamente as ervas que eu queria.
Estava começando a fazer o caminho novamente, quando ouvi um rosnado mais a minha esquerda. Lentamente virei e por debaixo do capuz consegui ver o lobo, cor de chocolate com algumas listras brancas nas patas e no peito, com olhos verdes, e uma espécie de crina, seu pelo era lindo e seus dentes bem afiados; estava agachado rente ao chão, com as orelhas abaixadas e rosnando, o que concluindo significava que o mesmo estava prestes a saltar sobre mim e atacar-me.
Coloquei o cesto no chão e preparei um circulo no chão vagarosamente, sob o olhar furioso daquele lobo, meu coração acelerou quando senti outra presença se aproximando, me distrai, virando na direção onde o outro vinha, foi quando o lobo saltou. Abaixei-me no ultimo segundo, porém seu corpo enorme e pesado levou-me ao chão, ativei o circulo e usei um escudo de terra para afastar o lobo, porém antes que eu pudesse levantar, o maldito mordeu minha perna, balançando a cabeça de um lado para o outro, estraçalhando-a, senti uma dor lancinante quando aqueles dentes afiados rasgaram minha pele, fazendo-me urrar.

_AHHHHH!!! – o lobo puxou-me, e usei novamente magia, porém agora, um bastão de pedra, acertando-o na cabeça.

Antes que eu conseguisse invocar fogo e destruir aquele ser infernal, outro alguém tirou-o de cima de mim, jogando-o contra uma arvore e gritando com o mesmo.
_PORQUE VOCÊ O ATACOU??? – gritou transtornado, mas só tomei ciência de quem era, quando agachou-se do meu lado preocupado – JACE? JACE!!! – chamou-me.