Irmãos Collins - Série IMORTAIS - Livro 4

11 Arlekin

As coisas finalmente estavam ficando tranquilas; Jace já estava de pé novamente, eufórico como sempre e transbordando alegria, no fundo, seus olhos ainda demonstravam sua tristeza e a saudade de Logan, já que estava evitando ir visitar a aldeia para não encontra-lo; ele dizia ser melhor assim. Depois daquele dia em meu apartamento, Logan distanciou-se de todos e passou a se dedicar mais a aldeia, assumindo seu lugar natural como líder e protetor dos outros lobos, era sua natureza, e todos compreendiam isso... Jace compreendia isso. Dei-lhe todo o espaço que ele necessitava, até mesmo me ausentei da mansão Valerian, recebendo inúmeras maldições e pragas de Grazzi, que havia se tornado um furacão ambulante desde que descobrira sua gravidez.
Graças a um pequeno feitiço quando as irmãs eram pequenas, obra de Arthur e suas muitas viagens pelo tempo, devo assumir minha autoria no liquido dado as irmãs, faria com que as mesmas, no futuro, pudessem gerar em seu ventre qualquer bebê de origem sobrenatural; eu tinha certeza que Arthur as colocaria na família, e como era por uma boa causa, não vi problema em juntar algumas ervas, e fazer o feitiço, que basicamente funcionava como uma contenção: ele revestia o útero e comprimia todo o poder sobrenatural ali contido, super força, telecinese, ou qualquer outro dom, fazendo assim que elas pudessem ter uma gestação parcialmente normais; não seria nada como essa baboseira adolescente mostrada naquela série adolescente... Crespúsculo.* devo confessar minha quedinha por aquele tanquinho pecaminoso do Jacob, mas nada compressa aquela cara de “vou te foder até você ir ao paraíso e ver estrelas” do Edward, e aqueles olhos, e a boca, e aquela pele fria... Juro por todos os magos, seria capaz de ter um orgasmo apenas com aquela expressão de boxeador de úteros, pena que ele joga no time oposto!
Voltando ao ponto, elas teriam uma gestação normal, seria apenas acelerada, hiper acelerada na realidade, com apenas alguns meses elas aparentariam estar de 9 meses e prestes a dar à luz; a gestação de um bebê de um vampiro normal, alguém que foi transformado, dura em média 6 a 7 meses; já os de sangue puro, como os Valerian, 3 meses, talvez até menos, pois o feto amadurece numa velocidade extraordinária, e assim exige espaço; Grazzi sentia algumas dores, pontadas fortes, e seu bebê fraturou-lhe uma costela logo nas primeiras semanas, deixando um Draco completamente nervoso e a ponto de ter um ataque de nervos.
Como se uma mulher gravida de um vampiro, não fosse o suficiente, no mesmo dia em que fui deixar Jace em sua casa, depois de uma festa, quase um mês depois de seu ataque; Lary estava passando muito mal vomitando as tripas, sem conseguir se alimentar direito; Jacob estava fazendo o que podia, mas parecia que a alquimia não estava ajudando muito; usei um ou outro truque de fada, para ajudá-la a estancar seu vomito e dei-lhe algumas pétalas de flor de lótus para comer, mas não qualquer flor da espécie, uma criada especialmente no reino das fadas; foi então que veio a revelação: ela também estava grávida e a julgar pelo seu estado físico, o bebê iria maltratar a pobre menina durante toda a gestação.
Haviam se passado dois meses, Grazzi havia se tornado uma bola ambulante. JAMAIS DIRIA ISSO A ELA, mas era a verdade, ligava pelo menos uma vez ao dia, para falar comigo, havíamos nos tornado muito íntimos desde que a aconselhei na boate naquele fim de expediente. Eu seria o padrinho de seu bebê, assim que o mesmo nascesse, ela insistia em não saber o sexo, dizia querer saber apenas o estado de saúde do bebê e apenas isso, queria surpreender-se no momento do parto, quando pegasse seu(a) filho(a) nos braços.
Resolvi finalmente ir lhe visitar na mansão, pois a mesma estava um pouco depressiva e desanimada, por conta do seu estado, aparentava ter 8 meses, e cansava-se com facilidade, todos seus hormônios estavam explodindo sucessivamente a flor de sua pele, e eu como padrinho, não poderia protelar mais minha visita; enfrentaria Jace como sempre fiz quando o mesmo estava com Logan, escondendo-me atrás de várias mascarás bem feitas, para não fazê-lo sentir-se pressionado.
Estava com o intuito de arrastar Grazzi comigo para um salão e depois para a boate, portanto preferi utilizar um método bastante eficaz para locomoção dos humanos: o carro. Poucas vezes tinha tirado minha Mercedes Azul Marinho da garagem, pois preferia ir me teletransportando para os lugares, pois era infinitamente mais prático.
Peguei meu carro e dirigi ao som de Sia – Cheap trhirlls, e quando dei por mim já estava cantando o refrão com ela: “Baby I don't need dollar bills to have fun tonight
Baby I don't need dollar bills to have fun tonight
But I don't need no money
As long as I can feel the beat
I don't need no money
As long as I keep dancing”;          
Esse era um dos motivos pelos quais eu gostava de viver no mundo humano, eles tinham esse talento que cativava qualquer ser, inventavam coisas, reinventavam-se e evoluíam, era de fato interessante o modo como faziam isso; para nós, seres sobrenaturais, era uma espécie de “Animal Planet” ao vivo. Sem perceber cheguei a mansão Valerian e fui recebido por Jace, que aguardava-me com uma expressão estranha.

_oi, Jace! – desci do carro e andei até ele – está tudo bem?

_Arlekin...

_o que houve? – perguntei preocupando-me – aconteceu algo com alguém da família?

_não... – murmurou.

_com Grazzi? Ou Lary? – ele negou – pelos magos, Jhonatan, qual o motivo dessa sua expressão? Esta deixando-me nervoso! – declarei sentindo-me nervoso.

_você!

_mas é o que? – falei exasperado e confuso – o que eu fiz?

_você sumiu! – declarou por fim.

_ainda não entendo... – ele enfiou as mãos no bolso, visivelmente desconfortável e desviou o olhar, mirando um ponto qualquer.

_você nunca mais veio a mansão! Só atente as ligações de Grazzi... – murmurou enrolado, fazendo-me suspirar e sorrir.

_eu tive que resolver alguns assuntos do meu reino, Jace! – falei, vendo seu rosto corar envergonhado – eu ainda sou o rei! – declarei – por isso não pude vir, mas você sabe o caminho para meu apartamento, sabe que é muito bem-vindo em meu reino!

_eu não queria incomodá-lo... – murmurou sem graça.

Esse era o lado mais fofo de Jace, era como uma criança manhosa querendo atenção, mas sem querer pedir.

_eu vim visitar Grazzi, tirá-la um pouco da mansão, será que você pode me ajudar? – perguntei vendo-o olhar-me duvidoso – eu pensei em te ligar mais cedo, mas sei que você gosta de ficar na cama até mais tarde aos domingos, então... – o vi sorrir maroto.

_é claro! – declarou feliz.

_ótimo!

Essa foi a parte fácil, difícil mesmo foi tirar Grazzi da cama e pior ainda, foi convencê-la a ir a um salão, já Lary praticamente chutou a irmã para fora da mansão, alegando querer privacidade para tomar um banho de sais demorado e receber uma massagem revigorante do marido, mas a julgar por suas palavras, haveria muito mais do que apenas isso. Damon, Safira e as crianças estava passeando, os Dragomir haviam voltado para Rússia, mas prometeram vir assim que os bebês tivesse nascido. Assim chutamos Draco para termos nosso domingo de garotas!
Como previsto fomos a um salão e os três fizemos um tratamento completo, manicure, pedicure, pele, cabelo e sobrancelha, saímos de lá divando mais do que nunca, e conseguimos melhorar o astral da Bennet 150%, passamos quase o dia inteiro no salão e quando saímos de lá, fomos direto para boate, ao som de Camilla Cabelo “Havana”.
Quando chegamos lá, fomos direto para a pista de dança, qualquer resquício da Grazzi depressiva havia evaporado, Draco se juntou a nós não muito tempo depois, dançando com a esposa, sensualizando, deixando a mim e a Jace como velas, então fomos para nossa própria dança, ignorando-os também, estávamos no bom da dança, quando ouvimos o grito de Draco.

_PUTA MERDA!!! – gritou chamando nossa atenção.

_o que aconteceu? – Jace perguntou, enquanto nos aproximávamos.

_a bolsa estourou... – Grazzi falou ofegante e sorrindo – vai nascer!

_PUTA QUE PARIU! – Draco gritou completamente em pânico – AGORA? MINHA MENININHA VAI NASCER AGORA?

_nosso menino... – Grazzi falou tranquila.

_AI MERDA!! – Grazzi o puxou pela gola da camisa e pah, o estapeou – PORQUE FEZ ISSO? – perguntou exasperado.

_para que se acalme! – respondeu irritada – onde já se viu, quem está parindo sou eu...

_acho que vou desmaiar... – ele falou, recendo outro tapa – ai amor... Isso dói!

_é pra doer mesmo! – rebateu – nem ouse desmaiar seu vampiro frangote!

_venha, vamos leva-la para casa! – falei abrindo um portal no meio da pista de dança, levando-nos diretamente para a sala de estar da mansão Valerian – vamos chamar Dante e fazer esse parto!