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Meu primeiro afogamento foi... Em uma piscina do colégio de três metros de profundidade. Sim! E antes de qualquer coisa, aconteceu agora, não me critique. Era aula de educação física e o professor teve a brilhante ideia de ser aula de natação, só tinha um pequeno e talvez grande problema, eu não sabia nadar, nem mesmo do jeito cachorrinho. Mas tudo bem, sem problemas, eu iria até o professor e explicar o porquê de não participar daquela aula inútil, é claro se a porra de Luke Hemmings não estive aparecido antes do professor, eu só tive tempo de escuta-lo falar:

— Mergulha!

Eu neguei, porque não sabia nem respirar normal, ficar debaixo d'água era morte na certa! Então ele tentou uma nova:

— Então, vai de cabeça – eu não tive tempo de mais nada, quando vi já estava debaixo d'agua me sacodindo e tentando de todas as formas subir a superfície.

Como era tolo, como conseguiria ir à superfície sem saber nadar? Eu sabia que deveria ter aprendido com o meu pai quando ele ia surfar, mas eu era medroso demais, ah se o arrependimento matasse bom não importa já que eu acho que morrerei agora mesmo.

Então eu me lembrei de algo que li no twitter, "A agonia do afogamento só passa quando desistimos de tentar sair vivo", portanto abracei todo o frio que me matava por dentro, deixei a solidão entrar e modificar tudo que precisava ser modificado. A realidade aos poucos me brinda com novas perspectivas.

— Vamos Michael, me responda seu merda, você não pode deixar aquele babaca acabar com você desse jeito.

Calum Hood, o herói dos últimos tempos, pelo menos para mim, mais uma vez ele estava ali do meu lado me ajudando, dessa vez de uma possível morte, eu jurava que iria dessa para uma melhor, mas lá estava ele me ajudando a respirar novamente, depois de socar tanto o meu peito para que toda a água saísse do meu pulmão, fazendo que eu a cuspisse ao meu lado, céus eu já ate tinha me esquecido como era bom respirar e antes que eu pudesse apagar novamente eu escutei.

— Lucas Hemmings direto para diretoria, você esta muito encrencado mocinho.

Já chegou a uma fase onde nada mais faz sentido e você chegou à conclusão que não vale mais a pena viver? O amanhã é apenas um dia a mais. O sol vai nascer e nada vai mudar. A noite vem e traz contigo mais tristeza, solidão e dor. O cansaço na alma faz o corpo pesar. As pessoas são tão fúteis, tão egoístas, cruéis e más, não é mesmo? Quer dizer, algumas são até boazinhas. É... Sempre tem pelo menos alguém que é bom, mas isso é tão raro, tão pouco. Está doendo tudo e está doendo tanto não é? Você só quer descansar sua cabeça e não quer mais chorar. Você tem certeza disso. Você não que mais ser humano, fazer parte desse sistema estúpido. Você não quer mais fazer parte dessa raça fedida e cruel, deste mundo doentio onde sempre se sentiu de forma tão estranha, diferente, visita indesejável, alguém que não se encaixa.

Você se sente inútil, uma pessoa que só causa desgosto e não quer mais atrapalhar a vida de ninguém?

Michael Gordon Clifford também, depois do suposto afogamento ele já não aguentava mais nada, passou em claro pensando o porquê do mais alto o odiar tanto, a chegar ao ponto de quase o matar, claro que ele não sabia que o colorido não sabia nadar, mas ainda assim, por que fazer algo daquilo? O que o novato fez de tão ruim por irritá-lo tanto? Por que esbarrar nele não pode ter causado tudo aquilo, podia?

Mike se perguntava de quantas maneiras um coração pode ser destroçado e ainda continuar batendo? Nos últimas semanas, ele tinha passado por muitas experiências que poderiam ter acabado com ele, mas isso não o deixou mais forte. Ao contrario, ele se sentia horrivelmente frágil, como se uma única palavra pudesse o despedaçar.

Uma vez o disseram que ele era forte. De princípio o mesmo não entendeu, porque todas as noites ele derramava suas lágrimas por ser fraco.

Até que o disseram que para ele chegar ao ponto de chorar toda noite, se sentir um lixo, achando que nunca seria amado por alguém digno, que nunca iria receber sua marca, ele tinha que ser forte pra aguentar a dor. Mas o que realmente essa pessoa não sabe, é que a dor de seu peito é tão forte que as lágrimas não são o suficiente para ser derramadas.

Só que ele não imaginou que a 3 km de onde ele estava tinha um garoto chorando com todas as suas forças percebendo que quase tinha matado aquele que fora escolhido como sua alma gêmea, Luke se sentia um lixo, sua mãe havia descoberto todas as coisas que o mesmo andava fazendo no colégio, ali ele via o quanto ele estava sendo uma péssima pessoa, um lixo de ser humano.

Flashback

— Lucas Robert Hemmings, me diga que você não estava atacando um garoto por ele ser homossexual. – me interrompe antes que eu pudesse a responder – Não, melhor, não me diga que o garoto em que você ESPANCAVA não era tal de Michael Clifford, que por coincidência do destino começa com a mesma letra e tem o mesmo sobrenome que você tem nesse maldito pulso! – gritou por fim.

— Mamãe...

— Que porra você tem na cabeça? Eu não te criei assim!

— Mas o papai, sim! – gritei a assustando. – Ele foi embora por sua causa, ele me ensinou que vocês homossexuais não deveria estar aqui e é por sua causa e da Lilian que ele me largou!

Não diga a porra do nome dela. – atacou um vaso em minha direção, que por pouco me acertou. – Lilian não tem culpa de eu odiar seu pai, por ter nojo dele, ele mesmo fez que isso acontecesse, como você tem coragem de dizer isso para uma mulher que te amo mais que o seu pai?

— Foi ela que o tirou de mim!

— Não Luke, foi ela que o salvou daquele monstro que você tanto venera. Você não vê? Lucas, você esta machucando alguém que foi destinado amar, você não enxerga que tudo que você anda fazendo esta arruinando a vida de alguém que poderia estar do seu lado o amando? Não é porque seu pai me abandou quando eu conheci a Lilian e que me odiou e que começou a encher sua cabeça com essas coisas homofôbicas que você tem que ser igual a ele.

— Mamãe você não entende.

— Eu realmente não entendo, não entendo com meu filho, que tem uma mãe bissexual que perdeu um marido que não aguentou me ver conhecer minha soulmate, ainda mais porque era uma mulher, um filho que virou um homofôbico de merda porque o pai o encheu a cabeça e ainda mais, eu não entendo como você pode fazer um mal contra uma pessoa e quase a matar por ela ser como é. – ela dizia em lágrimas, eu sabia como ela odiava que tocava no assunto "Lilian" ainda mais quando foi seu ex-marido que a matou. – Se você continuar assim espero que pegue suas coisas e vá morar com o seu pai, aproveite que ele saiu da cadeia. – sussurrou por fim.

Flashback off.

Então foi ali que sua ficha caiu, ele não estava destruindo a vida de Michael, ele estava destruindo sua própria vida por ser um covarde por não aceitar os seus sentimentos, porque ele soube desde a primeira vez que o Michael era sim o seu soulmate.

Seus olhos estavam vermelhos e inchados e aquela noite parecia não ter fim. Nenhum lugar da casa oferecia consolo. Apenas silêncio indesejado e a mobília. Desejou que o sofá abrisse seus braços para recebê-lo, mas ele também o ignorou.

E quando ele estiver no meio de uma guerra emocional, lembrando-se que onde há vida, há esperanças, e onde há dor, há aprendizado, e onde há sentimentos, há amarguras e felicidades. É só a vida testando mais uma vez a força que ele tinha para enfrentá-la. Todo mundo sabe que ela não é um mar de flores, mas também não é um mar só de espinhos.




🌟Revisado 🌟

Homophobic - MUKEWhere stories live. Discover now