«violenta»

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[ 17 de maio, sexta feira, 2022 /  Caminho de volta da escola ]

18:15

S/n

Eu realmente não gosto quando minha bicicleta quebra. Agora eu vou ter que ir a pé carregando a bicicleta.

A noite estava fria. Isso era bom. O vento soprava as folhas das árvores floridas no auge da primavera na escuridão da noite. Os grandes telões nos prédios da cidade iluminavam aquela escuridão. Pessoas conversavam animadamente. Fossem pelo telefone ou pessoas próximas a elas.
Carros também se movimentavam naquela euforia. Era uma típica sexta feira em que pessoas voltavam de seus trabalhos ou estudos.

Não demorou muito até que eu chegasse em minha casa. Era em um bairro calmo. Minha casa é própria. Meu pai deixou para mim. Ela não é luxuosa. Mas não é simples demais. É apenas prática e moderna.

Entrei em casa tirando minhas sandálias e fui para meu quarto. Tomei um banho e vesti uma roupa leve. Coloquei minha bolsa em cima da cama e procurei minha agenda e meus cadernos. Eu posso ser tudo que você quiser, mas não burra. É hora de começar a estudar para as provas. Sempre tirei 10. E esse ano não quero que nada mude. Peguei meu planejamento do mês que sempre ficava em minha escrivaninha e comecei a anotar as datas e assuntos de provas.

A primeira prova era de espanhol. Então, peguei meu caderno e desci as escadas. Mas antes, novamente, aquele livro me chamou atenção. Caminho de borboletas. Antes de sair, peguei o livro juntamente com meu Notebook. Sentei-me na cadeira da escrivaninha e olhei para o livro. Aquele livro teria algo haver com a garota de tinta?

Ouvi algo cair e quando me virei avistei o mais esperado. A garota de tinta.

S/n: — Pensei que estivesse morta. - Falei calmamente.

— Não se preocupe. Não consegui morrer novamente até hoje. - Falou pensativa num tom triste.

Ela, pelo menos uma vez, não parecia violenta.

S/n: — Como assim "morrer novamente"? - Perguntei curiosa.

— Ah, isso... Não importa agora. - Fez uma pausa enquanto encarava o teto. — Gosta de ler? - Perguntou se referindo ao livro que eu tinha em mãos.

S/n: — Sim. Porque?

— Nada demais. Só achei que minha mãe não escrevia bons livros.

S/n: — Mãe?

Olhei o livro novamente.
O que o livro tem haver com isso?

— Minha mãe. Minha mãe é a escritora desse livro.

My Senpai...Where stories live. Discover now