Capítulo LXXXIV - BRUNO

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O médico finalmente nos desamarrara e agora estávamos sentados em seu escritório, com a porta trancada atrás de nós. Graças a este maldito capacete, eu não conseguia destrancar a porta sem uma droga de uma chave, o que tornava nossa chance de fuga cada vez mais distante.

Ele não dizia nada. Apenas nos encarava com curiosidade e um sorriso ridículo naquela cara de bunda.

- Foi pra isso que você nos trouxe aqui? - indagou a Flávia, com cara de poucos amigos. - Pra ficar olhando pra nossa cara?

- Não, minha querida. Na verd...

- Eu não sou sua querida – tornou séria, interrompendo-o.

- Tudo bem, tudo bem. – Deu de ombros. – Se você prefere assim, tudo bem. Vocês são meus convidados, afinal.

- Não me lembro de ter sido convidada – reclamou a Malu. - Além do mais, eu não precisaria dessa capacete idiota se eu estivesse aqui por vontade própria.

- Você é muito reclamona – reclamou. - Olhe só para o seu irmão. Ele já aceitou o destino dele.

Pensei em rebater e começar uma bela discussão sobre o meu destino, mas achei que não valia a pena. Esse cara era um lunático. Qualquer discussão com ele seria uma mera perda de tempo.

Simplesmente abaixei ainda mais a minha cabeça e comecei a pensar no que poderíamos fazer para fugir desse lugar. Se ao menos eu pudesse usar minha telecinese para arrancar a cabeça desse desgraçado e impedi-lo de maltratar mais pessoas... Mas eu não podia fazer isso. Eu tinha que lutar com as armas que eu tinha em mãos, que no momento eram a minha inteligência e a autoestima elevada do médico.

- Ele tem razão – disse. - Já que não vamos fugir daqui, vamos aceitar isso de uma vez!

- Você comeu cocô? - indagou a Flávia, perplexa.

- Você... Você não está falando sério, né? - A cara da Malu expressava toda a sua confusão. - Eu pensei que...

- Pensou errado. Eu finalmente compreendi que não temos saída. Na verdade, nós nunca tivemos! Foi tudo uma ilusão, Malu!

Eu queria poder lhe explicar que eu estava fingindo, mas eu não podia. Sua expressão clara de decepção me cortou o coração, mas eu precisava ser forte. Essa era nossa única chance. Fazer o médico confiar em mim para depois, apunhalá-lo pelas costas.

- Primeiramente vocês farão todos os exames necessários – começou, com os olhos brilhando de tanta euforia. - Eu quero ter certeza que todos estão saudáveis antes de começarmos o projeto.

Ele sorria de forma boba, não conseguindo esconder a tamanha felicidade que sentia.

- Mas por ora, quero que descansem – finalizou. - Seus quartos ficam no... Vocês sabem onde ficam seus quartos.

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Bruno parece ter tido uma boa ideia, mas será o suficiente? Vamos aguardar pra ver.

Não esqueçam do voto e dos comentários que me deixam muito feliz.

Beijos



A Terceira Criança - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora