01/01/2018 - 6h30

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Ele viu o nome da garota no telefone que tocava e tocava. Por um momento, ainda naquele devaneio em que a mente cai entre o sonho e a realidade, Alexandre pensou que sua colega queria se desculpar por não ter aceitado o convite para passar o Ano Novo com ele. Andreia era do interior de Goiás, não tinha nenhum parente em São Paulo e morava em um dormitório perto da USP. Ele havia ensaiado durante duas semanas, antes de convidá-la. E todos seus medos acabaram justificados quando Andreia, educadamente e se esforçando para fazer a cara mais gentil possível, respondeu: "Ah, acho que ficaria meio deslocada invadindo a reunião da sua família. Mas valeu por convidar!", virando para continuar programando em seu notebook, deixando o rapaz desejando que um portal dimensional se abrisse ao lado dele, possibilitando assim uma fuga rápida e discreta.

- Alex, bom dia, é a Andreia! – ouviu ao atender o telefone – Desculpe por ligar tão cedo, mas acho que você precisa vir para o laboratório.

- Você está com a Simi? – perguntou ele, totalmente confuso, olhando para o relógio de pulso ao lado da cama, confirmando o horário que tinha visto ao atender o celular.

- Sim, algo está errado por aqui. Houve uma queda do firewall dos servidores e parece que foi a Simi que fez isso.

- Hã? – foi tudo o que conseguiu dizer. Pensou imediatamente: "Sempre eloquente quando fala com a Deia" – Estou indo para aí.

Feliz ano novoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora