- O que? É impossível. - estreitei os olhos. - Você está mentindo.

- Qual é? Uma hora a mais, uma hora a menos. Que diferença faz?

- Muita - disse como se fosse óbvio.

- Desse jeito eu vou achar que você não quer ficar comigo. - infantilmente um bico se formou em seus lábios e eu dei risada.

- Você é tão infantil. - rolei os olhos.

- Me lembro do quanto infantil eu estava sendo lá encima. - seu sorriso provocador cruzou seus lábios.

- Cala boca. - murmurei evergonhada, e seu sorriso apenas ampliou-se, da forma que suas covinhas afundaram-se em suas bochechas.

Em segundos senti as pontas do seus dedos em meu queixo, erguendo meu rosto para ele enquanto o mesmo se aproximava, perto o suficiente para que minha respiração intensifica-se. Ele não vai me torturar de novo não é?

- Então me cala. - sua voz soou rouca e baixa o suficiente para eu estremecer.

Antes mesmo que eu pudesse pensar, seus lábios macios pressionaram os meus. Não demorou muito para que sua língua estivesse contra a minha, de modo que eu pudesse provar o gosto de chocolate em que comemos, misturado com o seu próprio gosto de hortelã, dando um contraste divino. Meus dedos automaticamente fizeram o caminho do seus cabelos, entrelaçando neles e ao mesmo tempo trazendo-o para mais perto.

A língua de Harry movimentava-se habilidosamente contra a minha, em conjunto com nossos lábios molhados.  Eu ainda me sentia inexperiente nisso, como se pudesse estar indo mal do começo ao fim, mas a forma como me sentia assim, como ele me fazia sentir, fazia eu simplesmente ignorar isso, parar de pensar, e apenas sentir.

As mãos de Harry apertavam-me a cintura, da forma que me mantia inteiramente contra o seu corpo, e só aí pude perceber que ambos estávamos de joelhos no sofá, enquanto dávamos continuidade ao beijo, ignorando nossas respirações cada vez mais irreguladas.

- Foda-se. - Harry murmurou, quando interrompemos o beijo para pegar fôlego. - Vou perder toda a droga do meu controle, se continuarmos assim. - não tive tempo para pensar se diria algo ou não, porque em seguida minha boca estava sendo imersa pela sua.

Era uma situação nova para mim. Antigamente, não deixaria qualquer garoto, por mais lindo que seja, estar me tocando da maneira que ele me toca, mas com ele, é tudo tão diferente, as coisas simplesmente acontecem e não quero impedi-las de acontecer. Beijar ele da forma que eu beijo, é uma coisa surpreendente para mim. Eu simplesmente me esqueço de quem eu sou e deixo as coisas que eu pensava ser tão íntimas -- ainda penso -- acontecer.

Não que eu não goste disso. Pela primeira vez na minha vida, estava quase segura no que faço. Sim, é mesmo estranho eu pensar nisso, mas parece que ele me dá toda a segurança que eu preciso. Nessa semana inteira, me senti mais confiante do que já estive em toda minha vida. Simplesmente porque ele estava ali, me beijando da maneira que me fizesse sentir desejada intensamente.

Harry estava me mudando, de uma forma que ainda não sabia qualificar ser boa ou não.

Eu podia estar impedindo-o de me beijar, de me tocar, e de dizer o que ele diz para mim, como eu sempre fazia com qualquer garoto que se aproximava. Mas com Harry, eu não conseguia, eu não conseguia para-lo. Nem agora e nem na primeira vez. Não conseguia afasta-lo, porque tudo que eu queria, era exatamente isso. Era poder sentir da maneira que ele me faz sentir, seja com seus beijos, seus sorrisos, suas provocações ou qualquer coisa que me encante nesse rapaz de cachinhos.

Não queria afasta-lo de mim, não queria sentir medo e receio, mesmo que algo me dissesse que eu devesse. Só queria me sentir desejada por alguém, mesmo que isso possa acabar amanhã quando eu acordar.

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now