11°- capítulo.

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Na manhã seguinte acordo e me arrumo para aula, como em qualquer outro dia. Visto calças jeans, uma t-shirt por baixo de um moletom escuro e all-stars. Desço para tomar café da manhã.

Apenas meus pais estão na mesa quando chego. Eles me encaram e parecem me examinar em silêncio enquanto eu me sento e como um pouco de cereal, mesmo que eu não quisesse comer nada.

Sei que estou dando motivos para estar recebendo a atenção deles, e não só agora, ontem a noite também.

Mamãe foi ao meu quarto um pouco depois do jantar, perguntar se eu não queria mesmo comer alguma coisa. Tinha dado uma desculpa à ela que não estava muito bem e que só queria dormir um pouco. Disse o mesmo à Mary mas ela me conhece melhor que tudo. Sabia que eu estava escondendo algo.

Resolvi ajudar minha mãe com a contabilidade da loja um tempo depois. Sabia que ela estava quebrando a cabeça com isso e eu não estava fazendo nada a não se me sentir pior, então não me custou nada. Talvez até tenha ajudado.

Me sinto idiota por estar tão mal por causa de um babaca como Harry. Isso não deveria estar importando tanto. Eu mesma me julgo o tempo todo. Me ponho pra baixo e questiono se todas as coisas que estou fazendo, estou fazendo certo.

Por isso decidi esquecer isso. Tudo isso. Do acontecido e principalmente da existência dele. Não vai fazer diferença mesmo esquecer que troquei palavras com ele.

- E então, está melhor? - ouço quando meu pai pergunta. Ele e mamãe estão me encarando quando ergo o olhar.

Droga.

Não queria estar dando tanto na cara. Estou perdendo o jeito de esconder meus sentimentos e me recompor. Ele é só mais um babaca e eu não devia estar tão magoada assim. Eu já faço isso mentalmente. Meu subconsciente gosta de tirar com a minha cara a maior parte do tempo. Eu devia estar acostumada.

- Ahm.. Estou. Estou sim. - faço o meu melhor para parecer convincente.

- Que bom então. - mamãe diz e sorri. Sorrio de volta e volto a comer.

Assim que Mary desceu e tomou seu café, sem sequer trocar uma palavra comigo, nós saímos de casa.

Sei que Mary deve estar curiosa e preocupada, mas falar disso não vai me ajudar. Quero esquecer e tocar nesse assunto não me ajuda mesmo.

- Bella? - ela chama e demoro um pouco pra responder porque já faço ideia do que ela quer.

- Uh?

- Eu sei que aconteceu alguma coisa. E você sabe que eu não vou te deixar em paz até me dizer. - ela insiste e suspiro.- O que ele fez? - passo minhas mãos pelas alças da mochila em meus ombros, mantendo o olhar no asfalto.

Dogra. Ela não vai me deixar em paz mesmo.

- A gente só discutiu, eu acho. - murmuro.

- Por que?

- Mary, eu não quero falar sobre isso, por favor.

- Isabella, eu não posso simplesmente deixar isso pra lá agora.

- É claro que não. - suspiro, já sabendo que teria que ir até o fim. - Olha, eu estou bem. Eu sei que é isso que te importa no final das contas e eu estou bem. Por favor, não se preocupe.

- Pra você é fácil falar não é? Mas eu conheço você melhor que todo mundo e sei que se trancar no quarto e ficar chorando por horas não tem nada a ver com estar bem.

- Quem disse que eu estava chorando?

- Isabella, você parecia um maconheiro de tanto que seus olhos estavam vermelhos. Era como se você tivesse fumado toda maconha do mundo.

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now