Conforme vou mudando os canais da tv e vou ficando mais entediado, mais a ideia de ir até a casa dela me parece atraente.

Qual é? Talvez ela até já esteja acordada. Desligo a tv e deixo o controle sobre a mesinha, buscando as chaves no balcão da cozinha e abrindo a porta. 

Quando estou na frente da sua casa, suspiro e me encolho no casaco pelo frio gélido da garoa fina que está caindo. Subo os pequenos degraus e finalmente bato na porta.

Silêncio é tudo que recebo em troca.

Ótimo, eu nem sei o que dizer se alguém além dela ou da Mary atender. Bato novamente, me xingando mentalmente por não ter me contentado com o desenho de Phineas e Ferb.

Estou prestes a dar as costas e voltar pra casa quando a porta abre e o Sr. Cooper me encara. Ele parece surpreso e um pouco confuso. Caralho, é óbvio que ele estaria confuso quando o moleque do vizinho aparece batendo essa hora da manhã na porta dele sem um motivo decente que não seja " gostaria de ver sua filha, estou com saudades "

Entretanto, só de ele não estar carrancudo ou com uma cara de quem quer acabar com a sua vida sexual pra sempre por ter se envolvido com a filha dele, já me sinto  aliviado.

Porque quando se está gostando da filha do cara, normalmente é isso que eu imagino. Eu nunca tive esse problema de realmente estar cara a cara com um pai de uma garota e pra ser honesto o Sr. Cooper sempre me pareceu um cara legal.

- Oh, Olá Harry.

- Ahm.. Bom dia, Sr. Cooper.

- Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?

- Ah, não, não. Eu.. Na verdade eu queria falar com a Bella. Ela tá acordada?

De repente, o que eu imaginava tornou-se real. Suas sombrancelhas uniram-se, formando um vínculo entre elas, seus lábios umideceram-se no processo e seus olhos examinaram os meus, profundamente, com uma intensidade como a porra, como se pudessem ver através dos meus e ler todos meus pensamentos. Isso tudo entregava que ele estava intrigado e me mostrava que o Sr. Cooper podia ser um homem muito intimidade, mesmo com tão pouco.

- Ela está dormindo agora. - eu assenti, com a garganta seca. - Tem algo de especial para falar com ela? Eu posso dar o recado se quiser. - sua voz não soou ameaçadora, intimidante ou qualquer dessas coisas, ele apenas estava curioso e talvez surpreso por eu estar querendo falar com ela uma hora dessa, mas não tiro sua razão. É realmente estranho como o inferno.

- Oh, não. E-eu só... É... - pigarreei. - Eu só queria falar com ela. Ela ficou de me ajudar com algumas matérias e... É.. é isso. - esfreguei minha mão sobre minha nuca, num gesto nervoso, que espero que ele não consiga reparar muito, independente do quanto eu gaguejei.

Não é uma mentira inteiramente, ela estava mesmo me ajudando com algumas matérias nessa semana mas não era exatamente para isso que eu queria encontra-la agora.

- De qualquer forma eu vim muito cedo. Desculpa o imcomodo. - dei um sorriso estranho.

- Não, tudo bem. Mas ela costuma acordar tarde. Volte mais tarde ok? - seu tom amigável era um tanto agradável e eu assenti, agradecendo-o mesmo estando evidentemente descontente.

Assim que ele fechou a porta, soltei um suspiro frustado, e passei as mãos nos meus cabelos, pousando as mesmas em meu quadril logo em seguida, e fixando meu olhar no gramado da família Cooper. Parei um segundo, pensando em como eu devo estar parecendo um maldito desesperado.

Eu sei, porra, eu sei que estou sendo completamente insano nesse momento, mas se ser insano, é o mesmo que querer estar perto da garota que não sai da minha cabeça, eu realmente não dou a mínima.

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