Thirty Six

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   Eu estava parada em frente a minha antiga casa, tudo estava igual exceto pelo jardim que Seoyun destruiu. Toquei a campainha, Baek estava próximo a mim e eu tentei me convencer de que tudo daria certo.

   Uma mulher com um uniforme azul e branco, atendeu a porta. Eu não conhecia, quando saí de Busan, nós ainda não tínhamos uma empregada fixa.

   — Bom dia, em que posso ajudar? — Ela me encarou.

Não me reconheceu, o que só confirmava que Seoyun sumiu com todas as minhas fotos espalhadas pela casa. Me enterrando como um segredo, uma mancha em sua vida.

  — Eu vim ver meu pai — ajeitei minha bolsa —  sou a Suzy, a única filha dele.

  — O senhor Bae só pode receber visitas com autorização — engoliu em seco — sinto muito.

  — Eu sou a filha dele! Não podem me impedir de vê-lo — passei as mãos pelo rosto. — Onde está a Seoyun?

Era ridículo ser impedida de ver meu próprio pai, de entrar em minha própria casa. Ali me pertenceu muito antes de Seoyun cruzar nosso caminho, cada canto e decoração esteve sob minhas mãos, como podia ser tomado assim?

  — A senhora Seoyun não está.

A mulher encarava o chão parecendo cada vez mais tensa, estava apenas seguindo as ordens da megera.

  — A que horas ela volta? — Me sentia a ponto de ter um ataque de raiva.

  — Ela só está em casa a tarde — ajeitou uma dobra do uniforme. — Posso ajudar em mais alguma coisa?

   — Diga a Seoyun que eu vou lutar pelos meus direitos.

  Me virei e ouvi quando fechou a porta. Não valia a pena discutir com a empregada, afinal ela estava apenas fazendo o trabalho dela, no entanto Seyoun teria que me ouvir.

  — Você tá bem? — Baek caminhava ao meu lado.

    —Ela não pode me impedir de ver meu pai! — Esbravejei. — Essa maldita controla tudo, o dinheiro dele, a casa, tudo!

Cada centavo, propiedade, tudo nas mãos de Seoyun para fazer o que bem quiser.

   — Por que você aceitou se afastar?

  — Porque ele estava doente e eu queria que ficasse bem — cruzei os braços — mas agora, não acho que me manter longe é necessário.

Foi uma decisão tomado num momento crítico, minha madrasta me convenceu de que era o certo a se fazer. Me prometeu que seria pouco tempo mas já se passaram anos, vivendo longe com uma mesada e tendo que implorar por notícias.

  — Você precisa enfrentar essa mulher.

  — Eu vou, chega de deixá-la ter tudo.

  ***

  Eu precisava de um plano para enfrentar Seoyun mas,enquanto não tivesse certeza do que fazer, me manteria distante.

   Baek disse que queria me apresentar a um amigo, então seguimos em direção ao centro. Paramos em frente a um prédio baixo, tinha apenas 5 andares.

   — Ele não vai achar ruim nós chegarmos de surpresa? — Comentei assim que nossa entrada foi liberada.

  — Kyungsoo avisou que eu estava na cidade.

  O amigo de Baek morava no terceiro andar, assim que abriu a porta o cheiro de insenso me envolveu.

  — Baek — sorriu animado — e você é a Suzy, certo?

  —  Sim, é um prazer — assenti fazendo uma reverência.

   — Entrem.

  Por dentro o apartamento tinha uma aura meio zen, uns insensos queimavam sobre a estante. Um tapete com uma mandala cobria o chão e um cristal enorme ficava sobre o raque.

  — Kyungsoo disse que estariam aqui — ele tinha um sotaque fofo — querem comer algo? Eu tenho uns bolinhos de massa wantan.

   —A receita da sua avó? —Baek se animou e ele assentiu — os bolinhos da avó do Yixing são maravilhosos.

  — Ela precisa provar — disse antes de ir em direção a cozinha.

   Yixing voltou minutos depois, com duas tigelas de bolinhos e hashis em mãos. Agradeci, e assoprei a massa quente antes de levar a boca.

    Tinha gosto de porco agridoce e era maravilhoso. Quando me dei conta já havia devorado tudo.

  —São deliciosos — sorri.

  —  A vovó Zhang agradece — sentou-se num puff próximo ao sofá. — Agora me diga como domou o Baek.

    Sorri envergonhada, nem eu sabia como tinha feito Baek se interessar em mim.

   — Não sei — ri — acho que irritei ele?

   — A primeira namorada que te apresento, e você já constrange ela? — Baek põe a mão em minha perna.

  — Bom, só queria saber como ela fez esse milagre —  riu — uma pena que a Jinnie esteja atrás de você.

  — Ele também a conhece? — Me viro para Baek.

  — Eu já invadi o laboratório dela uma vez —  sorriu orgulhoso — o Baek ainda trabalhava lá.

  — Yixing! — O tom de Baek me dizia que eu não deveria saber aquilo.

   — É melhor falar a verdade —  cruzou os braços.

  Pensar em Baek trabalhando para a Jinnie, parecia loucura.

   — Foi por pouco tempo — sua mão em minha perna me acariciava. —  Eu surtei depois que a Nami morreu e queria vingança. Mas quando percebi o quão perigosa a Jinnie era...saí de lá.

  — E agora ela odeia o Baek mais do que tudo — Yixing completou.

  — Nós estamos cheios de problemas — suspirei — algum de vocês sabe como se livrar dessa mulher?

Quanto antes resolvessemos aquilo melhor.

 —  Eu tenho uma idéia — Yixing se levantou — mas não garanto que irá funcionar.

  — Qualquer coisa ajuda — murmurei.

    Jinnie era perigosa, e se quisessemos ter uma chance de sair vivos, era melhor os prepararmos bem.

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A madrasta da Suzy é um problema

Yixing talvez consiga ajudar

 
  

Knock Out 《Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora