Twenty one

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  Baek não falou nada quando eu comecei a dançar com um dos caras da festa. O garoto tinha os cabelos tingidos de loiro e os lábios cheios, seu corpo se movia com leveza e sedução. Eu fingi que Baekhyun nem mesmo estava lá e deixei que o loiro me beijasse, de novo e de novo. As mão de dedos curtos acariciando minha bochecha, nos despedimos com um selar e me perguntei se o veria de novo.

   Me aproximei de Minseok, ambos já tínhamos bebido um pouco mais e quando dei por mim já dançava com os braços ao redor de seu pescoço. O cheiro de seu perfume me envolvia e quando o ruivo se inclinou eu uni nossos lábios. Eu e Minseok nos afastamos começando a rir,  percebendo que não ia rolar. Não que beijá-lo fosse ruim, mas faltava alguma coisa ali.

  Pelo resto da noite eu não troquei uma palavra sequer com Baek. Nem no caminho indo para casa, nem no dia seguinte quando ele me fez cair várias vezes.

   — Do que está com raiva? — Finalmente falei enquanto fazia uma série de agachamentos.

   Eu me sentia envergonhada, não por tentar beijá-lo mas por ter sido rejeitada. Seus olhos brilharam com desejo, parecia claro que me queria, no entanto me deu um fora.

   —  Continue seus exercícios —  nem mesmo desviou os olhos do celular.

  — Ficou bravinho por que achou que eu ia querer por você numa coleira? —  Provoquei afastando meus cabelos para trás. —  Era só um beijo, igual com o Minseok...

  — Se continuar falando eu vou te fazer correr ainda mais — o tom autoritário fez meu sangue ferver.

  Quem ele pensa que é?

  — Pode fazer com que eu corra até desmaiar, mas vai me ouvir —  fiquei em pé corretamente.

    Baek me encarou, ele era um desgraçado, mas um desgraçado muito bonito. E eu não sabia porque me sentia tão atraída por ele, quando claramente não podia acabar bem. Era como caminhar em direção a beira do precipício, sabendo que me estilhaçaria lá em baixo e mesmo assim querer aproveitar cada segundo da queda.

   —  Vai pra esteira — Resmungou.

   — Eu não te entendo — passei a mão no rosto suado — quando sou medrosa você grita e quando tento me soltar, você me afasta.
 
  Seus comportamentos contraditórios  pareciam ter o intuito de me enlouquecer.

   —  Acho melhor começar a treinar —  se levantou, aquele sorriso cínico nos lábios, um cretino — Faça 40 minutos por me desobedecer.

  — Pare de fugir do assunto! — bufei fechando as mãos em punhos. —  Achou que eu ia ficar apaixonada, Baek? Se acha tão importante assim?

  Toda a coragem parecia ter surgido de repente, os olhos dele estavam selvagens, eu podia sentir a raiva exalando de seu corpo. Ótimo então, que Baek ficasse com raiva e explodisse, pelo menos saberia como eu me sentia. Se aproximou, ficando na posição de luta que me ensinou, com os pés afastados. Num movimento tentou me derrubar mas,  me esquivei e dei um pulo para o lado.

  —  Você não sabe nada, kitten — mumurou e eu me afastei a tempo dele me pegar.

  Pelo visto a luta, era o único tipo de comunicação que ele conhecia, que seja. Me mantive em alerta, os treinos já me garantiram uma resistência maior aos seus ataques.

   — Então me mostre, me diga que droga quer de mim — Tentei lhe acertar com um gancho mas, Baek se abaixou. — Eu já te peguei me encarando no espelho, mas um beijo te deixa assustado.

   Não podia negar os olhares que me lançava, Baek podia me afastar e dizer que não queria, no entanto sua linguagem contava outra história.

   —  Eu quero que vá para a maldita esteira e corra.

  — Não. —  Fiquei firme no lugar. — Não até me dizer porque ficou tão chateado ontem.

   — Um dos amigos da Jinnie estava lá. — Girou e eu dei um passo atrás, fugindo do ataque.

   — Mentiroso, a Lilo me disse  que era seguro. — Meu soco quase acertou seu braço.

  — O que você quer? — Se aproximou, a respiração pesada.

   — Estou tentado descobrir — susurrei sentindo o lugar esquentar.

  Então Baek me derrubou e eu o puxei junto. Ele apoiou as mãos no chão para não cair com força total em cima de mim. Presa sob ele, tinha visão da corrente em seu pescoço e da veia saltando ali.

   — Vai se arrepender disso, kitten —  ofegou, seu rosto próximo ao meu, os lábios convidativos demais.

  —  Vou? — Sorri,  brincando com o perigo. —  Vai me fazer correr até a morte?

   — Vou, até ter que ser carregada daqui. —  Seus braços me mantinham presa ao chão.

  —  Então acho que vai ter que me carregar, é o único aqui —  ergui minha mão penteando seus cabelos para trás com meus dedos.

   — Não. Faça. Isso —  fechou os olhos, sua respiração se acelerou.

   — Baek —  engoli — pare de fingir que é um monstro e acabe com isso.
   
  — E se eu for um monstro? — Seu tom era baixo, os olhos focados nos meus.

  Engoli em seco, meu sangue era como fogo correndo pelas veias, contrastando com o frio que se espalhava por toda a barriga.

  — Eu sei que não é —  juntei os lábios num sorriso fraco —  mas já que não vai mudar de idéia...

     Antes que eu tentasse me levantar, ele pôs a mão em meu ombro, me prendendo no lugar.  Seus lábios rasparam contra os meus antes dele me beijar. O piercing frio contra minha boca quente, me deixou arrepiada. Baek era fogo, gelo, minha perdição e minha salvação.

Mordiscou meu lábio inferior e em seguida passou a língua sobre. Eu segurei seu rosto com uma das mãos e e aprofundei o beijo. Meu corpo inteiro parecia pegar fogo e eu sabia exatamente no que estava me metendo a cada novo movimento.

    Ele se afastou, a ponta de seu nariz deslizando contra minha bochecha, seus lábios beijaram o canto da minha boca e eu o senti mordiscar.

  —  Agora vá correr, 35 minutos, até parar de ser tão mal criada —  Baek riu e eu mexi em seus cabelos.

   —  30, porque eu beijo bem — fiz um  biquinho enquanto me levantava.

    — 30 mas, vai ter que fazer uma série de abdominais — foi em direção ao bebedouro — e pare de ser tão convencida.

      Eu liguei a esteira, meu corpo formigava, ainda em chamas. É só desejo, eu disse a mim mesma tentando afastar as lembranças do que acabou de acontecer.

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Mama I'm in love with a criminal....

Baek cedeu.

Que os jogos comecem...

Knock Out 《Baekhyun 》Où les histoires vivent. Découvrez maintenant