Nimbus e os Cavaleiros de Cenferum

Capítulo 21

Novos melhores amigos...

Após visitar quase todos os cômodos da nave, Nimbus notou que ainda não sabia onde iria dormir, então, ainda um pouco desconfortável com a situação foi procurar Lonios no seu camarote, agora andar pela nave estava um pouco mais fácil para ele. Ele imaginou se iria dormir junto com Lonios no seu camarote, chegando lá bateu na porta e Lonios atendeu.

— Hey, então ele foi gentil e não lhe colocou no trabalho hoje, você está com sorte, é a segunda que você se escapa — Lonios saiu do quarto e fechou a pesada porta de metal atrás de si.

O garoto concordou.

— Me acompanhe, vou lhe mostrar o ginásio de treino, você vai ficar muito tempo lá, acredite.

Eles desceram para o segundo andar, onde ficava o ginásio. Quando entraram, Nimbus viu que o lugar era enorme, também com paredes e teto de metal como toda a nave, mas tinha uns quinze metros de comprimento por dez de largura. Em um canto havia um túnel que ele não sabia para o que servia, e havia um local com pesos em prateleiras, na outra extremidade havia dois tablados de madeira. As paredes eram ornamentadas por armas penduradas, havia ainda algumas prateleiras com armas guardadas.

— Esse é o ginásio da Brand, não são permitidos treinamentos com armas em outro local que não seja esse. Entendeu?

— Sim senhor — Nimbus respondeu, com convicção.

— Muito bem, vê aquele túnel? — ele apontou para o local entre os dois tablados de madeira. — Aquele é um túnel para treino de combate à distância, ali você treina com arco ou outras armas de arremesso. Aqueles dois tablados de madeira que se elevam ali, são os locais onde se treina lutas com armas. Vê como eles são elevados? É uma construção de casca de bambu com areia por baixo, então se você cair ali, terá uma queda suave. Do outro lado fica o setor de exercícios físicos, ali se levanta pesos para manter a forma por não fazermos muito esforço aqui dentro da nave, faz pequenas corridas em volta do local, essas coisas. Depois eu lhe mostro como treinar ali. Também, como não é permitido portar armas dentro da Brand, existem várias armas de treino ali nas prateleiras.

Nimbus estava tão maravilhado quanto com a explicação que o doutor havia lhe dado. Era tudo muito bem organizado.

— Vamos começar o treinamento de hoje, então. — Lonios pegou a sua espada e partiu em direção à Nimbus. Foi por pouco que ele não acertou o garoto, que desembainhou a sua espada no último instante e aparou o golpe.

— Muito bom, vejo que não perdeu o ritmo, por estar parado há duas semanas — Lonios sorriu.

O que Lonios não sabia é que Nimbus havia treinado durante todos os dias o uso da espada, treinando com oponentes imaginários, como Lonios o havia ensinado, mas ele resolveu não falar sobre isso e aceitou o elogio que o seu mestre lhe havia dado, parece que ele o tinha perdoado por entrar escondido na nave.

— Mestre não era para lutarmos nos tablados?

— Tem razão, não vamos quebrar as regras logo no seu primeiro dia — o cavaleiro sorriu e acompanhou Nimbus até o tablado de treino.

Lonios não foi piedoso nesse treino e levou Nimbus até o seu limite durante o treino de espada, como se fosse uma forma de vingança por o garoto ter entrado escondido na nave. Depois o levou para o aposento da tripulação, no terceiro subnível e o apresentou a parte de baixo de um beliche onde ele iria dormir, também havia um baú ao pé da cama para Nimbus guardar os seus pertences, que não era nada além da sua espada e a muda de roupa que ele estava vestindo. No local haviam dezenas de beliches, só existia um pequeno espaço de pouco mais de um metro para caminhar entre eles, algumas camas ocupadas por homens dormindo, não havia nenhuma mulher no local.

Lonios, apressadamente, o deixou no local e foi embora, talvez tivesse obrigações de cavaleiro a cumprir. Nimbus estava exausto, depois de dormir algumas horas ele notou movimento e barulho e, por fim, a sua cama estava a tremer. Era alguém subindo para dormir na parte de cima do beliche. O local estava cheio de homens se preparando para se deitar, e quando olhou para cima viu um garoto na parte de cima do beliche de cabeça para baixo o observando, ele era loiro de olhos azuis e aparentava ser bem magro.

— Ei, você é o escudeiro clandestino?

Nimbus olhou o garoto por alguns instantes e respondeu:

— Sou, todo mundo já sabe?

— Você é famoso, não é qualquer um que consegue entrar em uma nave e ainda ficar escondido por duas semanas — o garoto respondeu.

— Nem se for por acaso? — Nimbus se recostou, apoiando os braços na cama.

— Se for por acaso você tem muita sorte — o garoto deu um sorriso tão grande que quase fechou os olhos. — Eu me chamo Jaime Tiberius, ao seu dispor.

— É um prazer Jaime, eu sou Nimbus, escudeiro do Sãr Lonios.