Uma semana depois.
Alex joga a mochila sobre o sofá e vai direto para a cozinha. Agarra a mãe e dá-lhe um beijo estalado no rosto.
― Lindona! O que tem de gostoso pra nós?
Nice beija-o no rosto e diz:
― Lasanha, mas vá lavar as mãos antes de almoçar.
Alex sai em direção ao banheiro. Olha pela janela e vê seu pai conversando com o Otávio. Sente-se feliz e começa a cantar.
Abre a torneira e enquanto lava as mãos, olha no espelho à sua frente. A imagem de Priscila surge atrás dele, mas ele não se assusta.
― Onde está seu corpo, cabelo de fogo?
Ele passa água no rosto e seca com uma toalha branca e felpuda. Encara seu rosto no espelho por alguns segundos e depois sai sorridente em direção à cozinha.
Senta-se na cadeira e fica esperando a mãe terminar de arrumar a mesa. Começa a bater levemente o garfo na beirada do prato. Está eufórico. Sua mãe lança um olhar encabulado para ele e continua sua tarefa.
― Não entendo por que a senhora não contrata uma empregada.
― Não gosto de ninguém estranho em minha casa. Você sabe disso. Sou muito ciumenta com minhas vasilhas.
― Que bobagem, mãe!
― O que é bobagem, meu filho? ― Indaga Robson ao entrar na cozinha.
― Arrumar uma empregada. Alex cisma que eu preciso arrumar uma. Acho que não gosta da minha comida.
Alex se levanta e abraça o pai e dá um beijo no rosto dele.
― O que aconteceu? Você parece feliz!
― Eu sou feliz, pai. Como não seria, tendo os melhores pais do mundo? Deus não poderia ter me dado pais melhores, sabia?
Robson sorri e é nítida a sua satisfação, mas Nice mostra-se um pouco distante e retraída com o elogio do filho. Ela não sente muita sinceridade nas palavras dele e isso lhe corta o coração.
― Mas hoje há um motivo especial, fui eleito o melhor aluno do ano de novo.
Os dois o abraçam e o parabenizam.
Alex derrama algumas lágrimas e diz:
― O mérito é todo de vocês, pois me educaram muito bem e sempre me incentivaram a ser o melhor. Então eu só tenho a agradecer a vocês por tudo que estou conquistando.
Nice vai até o fogão e tira a lasanha do forno. Coloca-a sobre a mesa.
― O mérito é seu, meu filho. Sempre dedicado, atencioso...
― Verdade ― interrompe o pai. ― Sua mãe está certa. Nós orgulhamos muito de você por ser este filho maravilhoso e que tem nos dado só alegria.
Alex percebe que sua mãe não está muito à vontade, ele tem a nítida sensação que ela desconfia dele, mas sabe que uma mãe nunca faria mal a um filho. Ou faria? Melhor não pagar para ver. Ele sabe que precisa ser mais convincente com ela. Às vezes ele força a barra e é claro que ela não é boba. Ela deve saber exatamente quem é o filho dela.
Mas ele tem o pai e sabe que pode contar com ele. Os dois são muito parecidos e ele sente que há uma ligação muito forte entre eles. Claro que há. Ele não tem dúvida disso.
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Conto com você, papai
Mystery / ThrillerConto com você, papai é um conto de aproximadamente 60 páginas. Alex tem 17 anos, é bonito, simpático, o garoto mais popular da escola, mas quando chega uma nova aluna em sua sala, ela começa atrair mais atenção do que ele, e isso pode ser muito per...