Capítulo 3 - Onde está Priscila?

40 2 0
                                    


Alex olha para a tela do celular e vê o nome de Sara piscando. Deixa tocar umas quatro vezes e depois atende.

― Oi Sara.

― Aconteceu uma coisa horrível ― ela diz apavorada, com a respiração cansada como se tivesse acabado de chegar de uma corrida.

Alex esboça um sorriso, pois já imagina a notícia. Ela não dá tempo para ele perguntar e continua:

― A Priscila desapareceu.

Ela não desapareceu, sua tonta, ela está morta, ele pensa e sente uma satisfação enorme ao saber que deram por falta dela.

― Como assim, desapareceu?

― Ela saiu ontem à noite e até agora não voltou. Sua mãe achou que ela estava dormindo, mas quando foi até o quarto dela agora há pouco...

― Fique calma Sara. Ela deve ter dormido na casa de alguém.

― Casa de quem?

― Não sei. Da Rebeca, talvez...

― Acho que não. Ah! Alex estou tão aflita. Ela era uma garota tão bacana.

― Era? Você acha que ela morreu?

Sara fica muda por um instante. Ele a ouve soluçar. Afasta o celular do ouvido um pouco e depois diz, finalizando a conversa:

― Estou indo pra sua casa.

Ele joga o aparelho em cima da cama, ergue a mão direita e diz:

― Eu sou o cara!

A porta se abre de repente. Ele se vira e vê sua mãe. Ela parece encabulada com o gesto dele.

― Seu pai pediu para você comprar umas coisas pra ele na loja de material de construção. Toma aqui a lista.

Ele pega o papel na mão dela e coloca no bolso. Nice fica uns segundos diante dele, ensaia uma pergunta, mas sai sem dizer nada.

Alex pega um boné que está em cima do computador, coloca-o na cabeça e olha no espelho. Sente-se triunfante.

Desce a escada e se aproxima de sua mãe.

― A cabelo, quer dizer, uma colega da minha sala desapareceu. Sara acabou de me ligar. Devo me atrasar um pouco, pois vou até a casa dela.

― Que colega, meu filho?

― Ela é novata, talvez a senhora não conheça. O nome dela é Priscila.

― Uma ruiva?

Ele balança a cabeça confirmando.

― Eu a vi outro dia com a Rebeca e o Mateus lá na lanchonete do Mauro. Ela é uma moça muito linda e simpática. Mateus a apresentou para mim e disse que eu era sua mãe. Então ela me estendeu a mão toda educada e disse que era um prazer me conhecer. Depois disse que você era um rapaz muito bonito e gentil, e que tinha certeza que seriam grandes amigos.

― Sério? Ela não conversava muito comigo...

Nice coloca uma mão sobre o ombro do filho e depois o abraça afetuosamente.

― Mas não deve ter acontecido nada. Nossa cidade é calma. Ela deve ter passado a noite na casa de alguém.

― Obrigado, mãe, mas agora preciso ir.

Ela solta-o devagar. Não consegue ler as expressões do filho. Parece que há um misto de satisfação e medo no olhar dele, mas ela deve estar enganada.

Conto com você, papaiKde žijí příběhy. Začni objevovat