John coloca mais algumas madeiras na fogueira que eles acenderam para passar a noite na floresta. Tim e Nora terminaram de reforçar todos os lados, e estão voltando para clareira, enquanto Tessa aguarda a chegada de todos. John se coloca, de frente para a fogueira, sentado.
- Eu não imaginei que esse resgaste demoraria tanto. - diz, John.
- Você não acha perigoso manter essa fogueira acesa ? - questiona Tessa.
- Cala a boca. - diz, John, estúpido.
- Ei ! Não fala assim com ela. - diz, Tim. - Eu também não vejo com bons olhos, Tessa. Mas John está certo sobre o fato de que precisamos de uma fonte de luz. Não temos nenhuma cabana segura, nem nada perto. E ficar dentro do carro, com a luz interna acesa pode arriar a bateria quando mais precisarmos.
- Ele está certo, Tessa. - diz, Nora, olhando para John em seguida.
John a encara com uma cara séria.
- Tudo bem. - diz, Tessa, dando de ombro. - Eu posso vigiar primeiro ?
- Eu vou viajar até pouco antes do amanhecer, depois você vigia até sairmos, certo ? - diz, Tim.
- Ok, Tim. Então vou dormir.
Tim sorri e Tessa acena para Nora, deitando, e se cobrindo com um lençol fino, e com a cabeça encostada em um tronco de árvore caído.
- As vezes acho que ela não entende nada do que está acontecendo. - diz, Tim, a observando.
- Ela é uma menina, Tim. Só está presa no corpo de uma mulher e um mundo em ruínas. Sem maldade.
- Completamente. Isso dá uma ponta de esperança, mas ao mesmo tempo, dá medo. - diz, se virando para Nora. - Não estar preparado em um lugar como esse, dá medo.
Um barulho atrás da copa das árvores muda completamente o clima. John, Tim e Nora ficam de pé, e uma agitada Tessa também se mexe, procurando sua faca. John pega sua Remington Wingmaster 870, e já começa a mirar na mata, enquanto Tim e Nora pegam suas pistolas. Tessa se levanta e se junta a eles.
- Cada um com um lado ! - diz, John.
Os 4 dão as costas uns para os outros, todos em volta da fogueira.
- Silêncio... - orienta, Tim.
Nora parece nervosa, e aponta a pistola para múltiplos lugares, no espaço que compete a ela vigiar. E é exatamente ali que ela percebe surgir uma silhueta.
"Atire, Nora".
A silhueta se aproxima, e mesmo que ainda um pouco distante, Nora percebe que se move devagar, se esgueirando, o que parece uma atitude humana, mas que ela ainda prefere acreditar que seja uma daquelas coisas doentes que a praga trouxe.
"Atire !!"
A voz se repete na sua cabeça, mas Nora tem uma intuição fortíssima. Desde pequena. Quando parava, no alto do telhado de sua casa e teimava com Marie que alguém estava vindo, mesmo à quilômetros de distância. As duas ficavam observando e Nora sempre dizia que alguém estava chegando, e talvez essa sua certeza de sempre acreditar que sua intuição falava sobre alguém chegar, ela não apertava o gatilho. Era alguém vivo. Tinha de ser. Ou ela colocaria todos em risco.
ESTÁ A LER
Os Exilados de Woodbury
Fanfiction"Os Exilados de Woodbury" é uma história de recomeços. A família de Nora Campbell, teve de deixar o acampamento que vivia com amigos e similares de uma mesma causa, e no caminho de uma fuga sem direção, encontram uma Woodbury abandonada depois de qu...