Norfolk, Virgínia.
Um jovem alto de quepe da Marinha americana adentra um salão de festas, com muito rock, e pessoas dançando. Ele caminha, com os amigos que vem logo atrás, e todos já começam a olhar algumas garotas. Um dos seus amigos cochicha algo em seu ouvido e ele se vira, procurando alguém no meio da multidão. Uma mulher que o observa, desvia o olhar, mas o sorriso ainda está cravado no seu rosto. Ele sustenta o olhar, e ela volta a encontra-lo. Ele jamais poderia esquecer daquele olhar. E nem queria parar de cruzar o seu com o dela. Ele coloca o copo de ponche que acabou de pegar na mão do amigo, e cruza o corredor se desvencilhando de todos, inclusive de outras garotas - que não resistem ao ver um homem de quepe - e chega perto da mulher que o observara. Mas antes mesmo de tentar falar algo, ela muda a expressão, e sem charme se aproxima dele, pega uma de suas mãos e diz: "Owen ?" . Ele não consegue entender, vira a cabeça e a mulher insiste chamando seu nome mais uma vez. Tudo escurece. E Owen finalmente abre os olhos.
- Owen ? - diz, Nora. Não tão jovem quanto na sua lembrança, mas debruçada sobre uma cama, onde ele está deitado. Ela ainda segura a sua mão, como na "memória". - Querido... - ela diz.
- Onde eu vim parar ?
- Não se lembra ? Tim trouxe você. O rapaz que o ajudou a chegar até a enfermaria.
- Enfermaria improvisada. - diz, Tim, do outro lado da sala, sorrindo, enquanto limpa alguns equipamentos.
Owen olha em volta e consegue perceber uma pequena sala, com duas camas, enferrujadas, e com colchões surrados. A porta é velha e o armário, onde Tim abra agora para colocar os remédios, tem os vidros quebrados. O chão tem algumas marcas de sangue, e uma poça de sangue seco bem ao lado da outra cama. Tim percebe que Owen está olhando para a marca.
- Não me pergunte de quem é esse sangue. David diz que o antigo dono daqui era osso duro de roer, mas nem ele conheceu. Se sente melhor ? - pergunta, Tim.
- Melhorando. - diz, olhando para perna.
Ele faz força para sentar, e é amparado por Nora que sorri, ao vê-lo parcialmente recuperado.
- Temi demais pela sua vida. - diz, conseguindo fazer com que ele sorria.
- Bom ver vocês dois sorrindo. É uma expressão bem diferente daquela que David e eu vimos quando encontramos vocês lá fora. - diz, Tim, agora, se recostando na mesa.
Owen balança a cabeça, concordando, e ao mesmo tempo tem um click. Olha para os lados.
- Onde estão os meninos ?
- Woodbury está em plena recuperação, senhor Campbell. - diz, David, enquanto ele, Owen, Nora e Tim caminham pela rua principal.
- Eu entendo, mas é que depois de tanto tempo, e depois de tudo que passamos... Perdemos tantos amigos importantes.
- Todos perdemos pessoas desde quando essa praga começou, senhor Campbell.
- Me chame de Owen.
- Obrigado, rapaz. Por que um senhor chamar alguém tão mais jovem de senhor, é no mínimo engraçado.
Owen, Nora e os outros, encontram Harry e Don, brincando com outras crianças, numa grande praça, no final da rua principal, e os filhos correm para os pais. Don, se agarra a Owen para o espanto e entusiasmo do último.
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Os Exilados de Woodbury
Fanfiction"Os Exilados de Woodbury" é uma história de recomeços. A família de Nora Campbell, teve de deixar o acampamento que vivia com amigos e similares de uma mesma causa, e no caminho de uma fuga sem direção, encontram uma Woodbury abandonada depois de qu...