Polvo frito era um dos meus pratos favoritos, eu esperava que Baek também fosse gostar, já que era um pouco trabalhoso.

    —  Quem te ensinou a cozinhar?

  — Minha mãe. — Sorri fraco. — Ela  era uma ótima cozinheira.

    Baek sentou próximo a mesinha, seus cabelos estavam um pouco bagunçados e ele usava um sweater folgado.

  —  Faz tempo que não vejo a minha mãe. — Seus olhos desviaram para o fogão. — Prometi voltar mas é difícil.

  —Deveria aproveitar enquanto ela está viva, a minha se foi para sempre. — engoli em seco.

  — Sinto muito. — Sua expressão se tornou preocupada.

   — Fazem 5 anos. — Forcei um sorriso tentando não deixar o clima ruim. —  Não dói tanto quanto antes.

    Eu ainda me lembrava da última vez em que a vi, lhe disse que a amava e que sentiria saudades. Então ela pegou o vôo para a Tailândia e acabou morrendo no tsunami.

  Sempre me perguntei porque as coisas acabaram assim, mas me convenci de que se não tivesse sido o tsunami, teria sido outra coisa, não havia nada que pudesse impedir sua morte.

    No começo foi muito difícil, mas agora me apego as lembranças boas que ela deixou, quando cozinho, me sinto próxima da minha mãe.

    — Pelo cheiro da comida, ela te ensinou bem.

   — Espero que esteja gostoso também. — Joguei o polvo na frigideira, após dourar o tempero.

    — Vou perder uma luta. — Baek bufou. — Talvez duas, preciso voltar o mais rápido possível.

   — Você tem uma mancha roxa enorme nas costelas, onde acha que seus adversários vão bater? Descanse e volte com força total.

    Baek seria um alvo fácil, caso voltasse a lutar imediatamente. Não havia chance de vitória.

   — Não vou aguentar ficar em casa sem fazer nada. —  Parecia uma criança birrenta. — Preciso descarregar o estresse em algo.

  — Com tanto que não seja em mim. — Me virei desligando o fogo.

   Me servi e em seguida servi Baek, esperei sua reação a comer, eu sabia que não era nenhuma chef 5 estrelas, mas ninguém nunca reclamou do meu tempero.

   —  Está gostoso. — Baek levou mais uma porção até a boca. — Você é boa nisso, kitten.

  – Obrigada. — Peguei a colher do arroz. —  Por que me chama assim?

  — Porque você parece um gatinho, medroso e fofo.

  — Me acha fofa? — Ergui a sobrancelha.

  — Eu diria irritante. — Riu mas então se encolheu numa careta de dor. — Consegue ser bonitinha quando não está me fazendo mil perguntas.

     Quando acabamos, eu coloquei as tigelas na pia e Baek se levantou. Ele se abaixou para pegar os jeotgarak que havia derrubado mas então se desequilibrou ao levantar e segurei seu braço evitando que caísse.

   — Você está bem? — Minha mão ainda envolvia seu pulso.

    —  Foi só uma pontada. —  Seu rosto estava próximo ao meu, aqueles olhos hipnóticos me encaravam. —  Pode soltar, kitten.

   —  O..Ok. — Saí da frente dele. —Acho que eu deveria ir para casa, você  não vai precisar mais de nada, vai?

   — Só me ajude a tirar o sweater. — Parou a minha frente. — Com o resto eu posso me virar.

   Baek sentou-se e levantou os braços, eu puxei seu sweater para cima e o retirei deixando sobre a mesinha. Reparei na mancha roxa sobre as costelas do lado direito, tinha sido uma pancada feia.

  — Não achei que ele tivesse batido com tanta força. — Comentei desviando o olhar.

  — Ele estava com um soco inglês. —Se levantou e seus dedos bateram de leve na ponta do meu nariz. — E, antes que pergunte, não vou dizer o motivo.

  — Eu já esperava isso, estou indo.

   — Boa noite, kitten. — Falou enquanto eu saía.

  — Tente sobreviver até amanhã. — Ri antes de fechar a porta.

   Assim que saí dei de cara com dois homens parados no corredor, eles não pareciam nada simpáticos. Meu coração se acelerou e eu senti um aperto no peito.

  —  Não grite. — Um deles sorriu de forma maligna.

 —  O que vocês querem? — Andei para trás me encostando a porta do apartamento de Baek.

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Quem será?


  

Knock Out 《Baekhyun 》Where stories live. Discover now