O retorno

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_ Eu já estou a caminho. Tchau até mais tarde. 

_ Tchau, fica com Deus - Bia desligou o telefone e ficou imaginando como seria dividir o mesmo teto com aquele rapaz tão bonito e atraente. Mas logo ela tentou fugir desse pensamento. Sou uma mulher casada não posso sentir atração pelo filho do meu marido, afinal ele é meu enteado. 

   Horas mais tarde...  eu  e Wellington pegamos o ônibus para Fortaleza. Sentamos um ao lado do outro, dava para perceber  o quanto ele estava feliz por eu está voltando com ele.

_ Sol, você se alimentou bem? - perguntou Wellington mostrando se preocupado comigo.

_ Não, eu não estou com fome, essa noticia me causou uma profunda tristeza, meu Deus por que isso teve que acontecer logo agora? Eu tava tão feliz ao lado do Sávio. 

_ Não fique assim, eu vou ta sempre do seu lado – disse Wellington passando a mão em minha cabeça.

_ Sempre que to triste a primeira coisa que me dá é sono. 

_ Apoia a cabeça no meu ombro e dorme, vou ficar aqui cuidando de você. 

   Coloquei a cabeça no ombro de Wellington e fechei os olhos, eu sentia a mão de Wellington tocar suavemente em meu cabelo, era um cafuné gostoso, que me fazia esquecer os problemas. Me sentia seguro ao lado de Wellington. As vezes minha cabeça ficava confusa em relação a tudo que estava acontecendo com minha vida.
  Eu não entendo por que minha vida é desse jeito, sempre que estou com a vida entrando nos eixos, sempre acontece alguma coisa para que eu volte para estaca zero. Às vezes penso que Deus não gosta de mim, acho que por ser homossexual, Deus esquece que eu existo. Mas mesmo assim continuo acreditando em seu poder, em sua misericórdia. 

_ Sol, acorde. O ônibus parou, vamos tomar um lanche. 

  Eu ainda bocejando disse _vai você, eu to sem fome. 

_ Você, não pode ficar sem comer, a viagem é longa. Vamos, levante-se. 

_ Tudo bem. Eu trago um refrigerante com salgado pra você. 

_ Eu não quero nada. 

_ Volto logo. 

   Wellington saiu do ônibus e foi até a lanchonete, ele chegou ao balcão e pediu dois refrigerantes. 

_ Oi, me chamo Romário. Qual seu nome? 

_ Wellington. Você está no ônibus também? 

_ Sim, estou indo pra morar com minha irmã em Fortaleza. Eu observei você e aquele rapaz no ônibus, ele é seu filho? 

_ É, ele é meu filho.

_ Nossa! O filho é bonito, mas o pai é mais ainda. 

   Wellington olhou Romário do pé a cabeça e disse _ Você, também é bem interessante. 

_ Podemos marcar de nos encontrar em fortaleza. 

_ É, podemos. Você me dá seu telefone, aí eu te ligo. 

_ Ta bem, vou anotar o numero neste guardanapo – disse Romário anotando o numero. 

Após isso entregou e fez um sinal para Wellington ir até o banheiro. Antes que Romário saísse para o banheiro  entro na lanchonete e percebo que estava acontecendo algo entre eles. Wellington nunca foi de dá trela para alguém que ele não o conhecesse.

_ Atrapalho alguma coisa? - perguntei fazendo cara de poucos amigos. 

  Wellington se engasgou com um gole de refrigerante e Romário saiu pra ir ao banheiro. 

_ Quem é essa coisa que tava falando com você? 

_ É um cara que ta indo morar em Fortaleza, o nome dele é Romário.  Ele é um cara bem interessante, solteiro também é muito bonito. 

_ Você ta muito animado com seu novo amigo, então fica com ele. 

_ Você, não vai lanchar? 

_ Perdi a fome- Saio da lanchonete e Wellington correu a minha procura. 

_ Sol, espera. 

_ O que você quer? – perguntou solano com um tom ríspido. 

_ Eu quero entender, porque você saiu bravo da lanchonete? Eu não fiz nada para te magoar. 

_ Colocar a mão na sua consciência. Você acha legal eu ta dando trela a outro cara na sua frente? 

_ Me desculpe! eu não queria te fazer ciúmes. 

  Franzi a testa, coloquei a mão na cintura e disse _ eu, com ciúmes? Nunca nesta galáxia. Eu não sinto ciúmes de você. Eu não sinto ciumes de ninguém. 

   Wellington sorriu e disse _ a é, pois vou voltar e falar com o garoto, quem sabe nos entendemos. 

Me aproximei de Wellington e disse _ Se você fizer isso, nunca mais falo com você, você pode esquecer que eu existo. 

_ Que droga garoto! Será que dá para deixar de ser tão infantil? – falou Wellington com um tom ríspido. 

_ Eu não sou infantil, só to com ciúmes. 

_ agora admite que está com ciumes? Não precisa ter ciúmes, você sabe muito bem que eu te amo e que meus olhos não ver outra pessoa que não seja você. me coração fica como uma chama ardente sempre que estou ao seu lado. Jamais me envolveria com outra pessoa que não fosse você. Deixa de ser bobo. Vem cá, me da um abraço. 

_ Eu amo você, mas prometi para o Sávio que voltaria para ele. Eu não posso fazer isso, ele não merece que eu o traia. Mas por outro lado, eu não posso negar que te amo. Eu amo você. 
    Me distanciei de Wellington que neste momento deixou suas emoções fluírem em seu semblante. 

_ Sol, eu largo tudo, a igreja, minha esposa. Faço qual quer coisa pra ficar ao seu lado. Por favor, fica comigo.

Meu Adorável DiaristaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu