RISE

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Depois de um tempo chegamos ao local do treino, desço do carro já tirando meu boné e o meu casaco, sei que ele vai me manda corre para aquecer, me sento para ir colocando meu tênis.

-Não- ele exclama

-O que? - levanto a sobrancelha.

-Está um dia lindo - Ele fala olhando para o céu azul.- Pode ficar descalço.

Revirou os olhos, meu tio tem disso, ele sempre tirar algum "benefício" , como casaco quando está frio ou como agora sapatos. Mas sinto que isso é um castigo por ter o enfrentado. Largo meu tênis, e vou em sua direção.

-OK -falo sem o questionar- Quantas voltas ?

-Trinta - ele fala me encarando - Em menos tempo possível. Vai!

Ele manda, e começo a dar voltas, correndo o mais rápido que consigo, estamos em um campo, no interior do Rio, meu tio tem uma casa aqui, a verdade que todo esse terreno pertence a ele, o mesmo me disse uma vez que comprou este lugar para podermos treinar sem interrupções, e bom, isso ele tem razão,a próxima casa fica quilômetros daqui.

Respiro fundo, e entro em um tipo de bosque acabo passando por algumas árvores, e a minha mente que ultimamente esta me traindo sem para vai em direção aquele que quero esquecer, "O cretino" me lembra momentos que passamos naquela mata, o quando foi intenso e proibido, pois tudo aquilo era um erro mas era um erro bom, pelo menos naquele momento me parecia bom.

Tudo isso que aconteceu além de me fazer sentir a mais idiota e todas, me fez lembrar do meu passado, minha infância e tudo de "diferente" que eu tinha que viver dos outros da minha idade.

Tudo que eu queria quando era criança era me senti que nem as outras, porem eu tinha outras vontades e pensamentos, e isso me afastava e me denominava como "diferente" , até meu professores estranhava meu comportamento, isso era um saco.

Tinha que escutar da minha família que deveria interagir mais, era mandada para casa dos meus primos e fingi que gostava das brincadeiras bobas deles ou piadas. Nunca pude ser eu, ficava receosa pelo que minha mãe ia achar ou escuta sobre a filha estranha dela. Nunca quis que ninguém da minha família sofresse com meu comportamento .

Então passei a ser outra pessoa, mais simpática, mais parecida com a minha idade, mas continuava calada quando o assunto era os meus problemas, e meus pais começaram a respeitar, e assim segui. Uma coisa em casa e outra no treino, sempre fingindo isso cansa muito, e do cansaço vem a frustração e da frustração a raiva.

Raiva e o que me define agora, é a única coisa que vem na minha mente e no meu corpo. queria desaparecer por um tempo. me afasta de todos para colocar a cabeça no lugar ,para retornar a minha vida. Vida a qual não sei que rumo seguir, pois o fato que tudo está diferente na minha cabeça. meus planejamentos não estão mais na minhas prioridades mas as perguntas que ronda a minha cabeça sim.

Corro o mais rápido que consigo para tentar esquecer tudo que me ronda, se passa alguns minutos e completar as voltas, meus pés estão sujos e machucados, meu tio está sentado em uma árvore, vou ao encontro dele e me jogo ao seu lado.

-Aquecida ?- ele pergunta

-E com o pé arrebentado- respondo olhando para o meu pé que tem algumas com filipetas de sangue.

-Toma- ele me entrega um garrafa de água - Levanta que ainda não acabou, nem começamos - ele fala se levantando e ficando na minha frente bem sério.

-Imaginei- toma a água e jogo no meu pé.

Me levanto sentido meu pé arder mas não me importo, andamos até está em uma área mais aberta ficamos de frente um para o outro.

[̲̅υ̲̅и̲̅є̲̅x̲̅ρ̲̅є̲̅c̲̅т̲̅є̲̅d̲̅]I-(ƥɾɪɱєɪɾơ ʅɪvɾơ)Where stories live. Discover now