Simply Happens [H.S]

4°- capítulo

Não sou muito parecida com meu pai mas o suficiente para que quando nos olham, rapidamente reconheçam que somos pai e filha. Assim como quando estou com a minha mãe. Mary enche meu saco dizendo que tenho algumas manias dela, e o seu sorriso perfeito, mas definitivamente eu não concordo.

Acho meu pai um pouco controlador às vezes, e principalmente preocupado demais. Mas já aprendi que todos os pais normalmente são assim. Ele não é de brigar no entanto, sempre prefere conversar sobre os nossos problemas e isso quase sempre ajuda. Ele é um pai calmo, e muito protetor. Mas um bom pai.

- Bom dia Bella. Dormiu bem?

- hm.. Uhum. - murmurei antes de encher minha boca de cereal.

- Você viu se Mary já acordou? - mamãe pergunta.

- A porta do quarto dela estava aberta. Acho que ela está se arrumando.- mamãe assente.

- Bom dia família! - Mary diz pouco segundos depois de eu terminar de falar.

Ela se senta ao meu lado e começa a tomar seu café da manhã. Mary hoje me parece bem casual. O cabelo cinza solto e levemente bagunçado, jeans escuros e justos, uma jaqueta jeans clara rasgada por cima de uma blusa branca que deixa sua barriga exposta.

Logo depois de nós tomarmos o café da manhã, Mary e eu saímos de casa. Caminhando calmamente até o nosso novo colégio. A rua deserta estava acompanhada por um silêncio confortável. Não sou muito de falar quando acordo, nem Mary. Nós ficamos um pouco aéreas mas no entanto, ela me chamou um pouco antes de dobrarmos na esquina.

- Está nervosa?

- Acho que sim. E você?

- Não sei. Talvez com pouco de expectativa demais. - riu e eu sorri, assentindo.

Mary fez silêncio por breves segundos e então voltou a perguntar, entretanto, mudando totalmente o assunto.

- Você vai comprar outro controle, certo?

- Sim, Mary. - revirei os olhos e ela riu.

Eu contei sobre o acontecido do  controle para ela. Ela foi para o meu quarto algumas horas depois. Nós começamos a conversar e contei para ela sobre isso. O que me ocasionou contar também sobre a conversa, quer dizer, a curta conversa com Harry.

Mary acabou insinuando coisas que eu tenho certeza que não aconteceriam de jeito algum, pelo menos não por mim. A verdade é que Mary sonha no meu lugar. Ela pensa em coisas que supostamente eu deveria pensar. É até engraçado.

Alguma coisa com ela dizendo que o cara até podia ter sido um idiota naquela dia porém todavia, era muito gato e eu devia aproveitar a chance pra dar uns pegas em alguém, me causou náuseas.

Jamais iria gostar de um garoto como aquele, ainda mais querer ter qualquer tipo de relação mais próxima. Me dá arrepios só de pensar nessa hipótese. Qual é? Ele tava zuando com a minha cara.

Assim que chegamos na escola os portões já estavam abertos. Chegamos alguns minutos adiantadas, felizmente.

Melhor chegar antes do que entrar no meio da aula e ter toda a atenção em cima de mim. Acredito que Mary não se importe tanto assim.

Esse problema é por causa da timidez e por qualquer coisa mínima que seja, eu estou corando tanto como se meu rosto pudesse explodir a qualquer momento.

Isso me atrapalha tanto. Não consigo me comunicar muito bem e na maioria das vezes que tento, passo mais vergonha ainda.

Entrei com Mary e passamos pelo enorme pátio, indo em direção a direção da escola. Entramos no primeiro prédio, caminhando pelo corredor com os típicos armários e algumas pessoas, apesar de eu achar que não está nem metade da escola ainda aqui.