Capitulo vinte e dois

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SÁBADO

Eu me sinto enjoada desde o momento em que acordei, não estou preparada para dizer adeus! Harry não está mais na cama quando acordo, me sinto um pouco desconfortável por estar na casa de seus pais de pijama e andando de meia, estão todos na mesa, tomando café e conversando baixo, me sento ao lado de Harry e sirvo um pouco de chá para mim.

"Bom dia." Seu pai sorri e aposto o quanto horrível devo estar, acabei de acordar depois de ter ido dormir chorando. Murmuro um bom dia baixo e fico pensando em como será a partir de amanhã, ele não estará mais aqui. Lavo a louça enquanto eles conversam sobre algo que a irmã dele contou, daqui a uns meses vou conhecê-la e estou extremamente nervosa por isso, quer dizer, já nos vimos por Skype mas será que ela vai gostar de mim quando nos conhecermos pessoalmente?

O clima está neutro, acho que todo mundo está se preparando, daqui a algumas horas vamos levá-lo ao aeroporto, meu coração se aperta ainda mais, as horas estão passando muito rápido.

"Você não falou nada desde a hora que acordou, está tudo bem?" Ele me abraça pela cintura e deixa a cabeça apoiada no meu ombro.

Respiro fundo. "Não há nada para dizer." Seco as minhas mãos e viro para ele. "Vai ficar tudo bem." Sorrio amarelo.

"Fico pensando se é mesmo o certo fazer isso." Passo os dedos no seu cabelo e ele fecha os olhos.

"O que quer dizer?" Seu pai entra pela porta só para quando nos ver dar meia volta e sair outra vez.

"Existem boas faculdades de musicas por aqui, não preciso ir tão longe." Suspiro e aperto seu rosto nas minhas mãos.

"Nem pense nisso, claro que é! Nós vamos nos acostumar com o tempo e quando acharmos que falta muito você já estará aqui de novo." Ele sorri mas sei que está doendo para ambos. "Anda, vamos animar porque daqui a pouco já vai ter muita choradeira."

As malas já estavam arrumadas, o carro já estava pronto para a partida, ele se despedia da minha mãe no momento enquanto eu e seus pais o esperávamos no carro, meu coração mais apertado do que antes, uma sensação de que eu lo estou perdendo faz meu corpo inteiro se estremecer, a voz que por algum tempo ficou em silêncio volta a me assombrar, como se estivesse sussurrando no meu ouvido, coisas que me deixavam receosa, que me machucavam e que nenhuma de minhas ações poderia mudar a rota das coisas. Me senti um pouco louca, olhando para o nada enquanto ele caminhava até o carro, a bochechas estavam avermelhadas pelos apertos que minha mãe havia dado, o carro deu partida e apertei sua mão com força. Ele beijou a minha testa e me deitei no seu ombro.

Ah como eu iria sentir falta desse cheiro, do carinho, de cada minuto, não vou sentir faltas das brigas e das discussões bobas eu espero mas da sua essência, dele por inteiro. A noite que tecnicamente fugimos passou pela minha cabeça e aquilo por um pouco acalmou meu coração, coisa de louco não é.

"Amor." Harry me chamou e abri meu olhos para ver o carro estacionado na frente do aeroporto, ele forçou um sorriso e quase comecei a chorar ali mesmo. Esperamos um pouco e acho que todos estávamos tentando manter um clima calmo e sem muitos dramas mas quando a maldita voz chamou o seu voo sua mãe começou a chorar. Eu estava bem!

"Atenção senhores passageiros com destino à Londres, embarque sala três." Ele a consolou, se despediu, abraçou seu pai bem apertado e parou na minha frente, demos as mãos e caminhamos juntos até onde eu podia, a partir daquele ponto seria só ele.

"Me liga quando chegar e descansa bastante na viagem ta bom." Ele concorda e me abraça.

"Eu te amo!" O beijo parece ser mais lento a cada segundo que se passa, eu quero segura-lo aqui cada momento que puder.

Mind | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora