Capitulo um

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Eu espero que vocês gostem dessa história, votem, comentem bastante, divulguem para todos e não se esquecem de adicionar na biblioteca.
Tenham sempre uma boa leitura!

Não, nada está bem, nós nos iludimos e criamos expectativas que jamais serão cumpridas, metas que não irão ser vencidas, tudo isso é só ilusão. Do que adianta passar por tanta coisa? Se no final nada muda. Vi pessoas dizendo que estão assustadas, tem muita cobrança e muita responsabilidade pela frente, estudar, trabalhar, casar e ter filhos, toda essa merda que temos de fazer parece tão inútil agora. Nesse exato momento eu não estou bem, não estou feliz e do que adianta fazer tanta coisa se não sabemos do amanhã. Eu quero viver o presente quero estar bem comigo mesma agora mas eu não consigo. Eu tento! Tento todos os dias. Levanto com sacrifício pensando em como o dia irá correr, já acordo criando expectativas para que esse dia seja melhor do que ontem, ao decorrer eu me olho no espelho e não vejo nada daquilo que queria ver, dói, demais, então eu saio, tento ser 'normal' conversar, estudar um pouco, andar e então eu volto para casa e as coisas só pioram a dor aumenta o vazio cresce do tamanho do infinito e eu me pergunto se ainda há alguém lutando por mim porque eu mesma já desisti, dessa menina complicada que não aguenta tanta pressão e tanta cobrança para no final ela ser o que querem que ela seja, que ela faça os outros felizes enquanto é esquecida. Não existe mais lágrimas, já se esgotaram com o passar do tempo. Talvez a culpa seja minha ou sua! A culpa é de todos os nós que nunca nos preocupamos uns com os outros, que nunca temos um tempo para alguém que está pedindo socorro no silêncio de sua mente, os olhinhos pequenos pedindo ajuda enquanto ela se mata aos poucos, sua vida não valia tanto, ela não tinha feito absolutamente nada, os planos que tinha de tornar o mundo melhor acabou, ela não tinha capacidade para melhorar nem a si mesma quem dera acabar com toda a violência que estava ao seu redor. Imagina que louco se as pessoas não tivessem a usado tanto, imagina se ela tivesse dito em voz alta o que estava sentindo, imagina se ao invés das pessoas idealizarem uma pessoa forte e corajosa parassem e vissem a criança que estava precisando deles, só um abraço, uma palavra carinhosa, se não fosse tantas mentiras, se não fosse tanto silêncio ela teria esperanças em si mesma, esperança na vida.

Na adolescência tudo é meio complicado não é mesmo? Mas isso não é frescura, não é alguém que está fazendo isso por atenção, é alguém que quer ser ouvido pelo menos uma vez, a diferença está no que sentimos, aprendi que ficar calada enquanto minha mente me trai é errado. Nós, seres humanos precisamos uns dos outros e não é vergonhoso admitir isso, porém do que adianta quando nós abrimos e contamos o que há de mais obscuro em nossa mente para alguém dizer que isso é palhaçada? Do que adianta insistir tanto se no final ninguém se importa de verdade.

A vida nos prega peças, muitas na verdade, e como se fosse uma cena mais dramática do que precisa ser sempre tem alguém preparado para te dar a mão e logo depois te soltar com mais força ainda para ver sua queda ficar mais feia, mais cruel. Vou dizer uma triste realidade, eu tenho medo de ligar a televisão, não temos mais notícias boas não temos mais pessoas fazendo as outra rirem por livre e espontânea vontade, mas quer saber o que tem? Tem dor e angústia, raiva. Pessoas morrendo todos os dias por motivos fúteis, vocês se agredindo simplesmente por terem opinões diferentes, cadê o diálogo? Vamos conversar, sentar e ter uma prosa sobre o que está acontecendo com esse maldito mundo.

Vi um jogo estupido que todo mundo fala, todo mundo sabe que ele existe mas quem está lutando contra ele? Crianças acham que pode usá-lo para se refugiar mas na verdade acabam com suas vidas, os pais muitas vezes não estão preocupados com a saúde mental de seus filhos, mas apenas com a repercussão ruim que isso trará a família, por quê não sentar e dizer ao seu filho as coisas? Sente-se e diga a ele sobre o perigo, sobre as más pessoas que podem estar a todo o lado, conversem sobre amor, respeito, sobre sexo, como ele deve se comportar na sociedade. Não diga a menina que ela tem que ser escrava de um homem e não diga ao menino que ele tem que dominar a mulher, porque nenhum e nem outro são certos. Outra vez, sente se e diga ao seu filho, o mundo está em guerra, as pessoas desacreditaram no amor então meu pequeno, espelhe-o; respeite as pessoas de outra cor, não defina a sua personalidade pelo o fato da sua pele ser mais escura que a sua, porque machuca, e como me diziam etnia não define seu caráter, não julgue outra pessoa pela sua religião, e jamais use o preconceito contra alguém só pelo o fato de ser diferente de você, ter gostos distintos. Agora se alguém lhe disser que estás errado pergunte o porquê ele acha isso, sem agredi-lo, apenas pergunte ou então você diz ok, se vira e sai pois não tem motivos para ataca-lo só porque não compartilham a mesma ideia. Você jamais terá o direito de desrespeitar alguém só porque você se acha superior, porque jamais será.

Seria tão mais fácil, as pessoas realmente educando, seria tão lindo o respeito sendo espalhado pela rua, não tente justificar o seu preconceito, não tente ferir apenas para se sentir melhor. Pense, repense e faça a coisa certa. Está se sentindo mal? Vamos realmente ter uma conversa?

Era isso que eu escutava, mas o que é ser justa de verdade? As pessoas fazem tantas coisas que não posso dizer se estão certas, eu fiz, coisas erradas, certas mas eu queria o melhor, queria que eles tivessem o que eu não tive. Sabes quando uma pessoa se torna tão essencial na tua vida que tens de vê-la todos os dias, ouvir sua voz é como música e senti-la é a coisa mais incrível que já existiu? Pois então, eu já não sentia mais isso, não sentia nada, não fazia ideia do que era sentir isso. O que me restava era aceitar que estava sozinha, abandonada e esquecida. Se doeu? Muito. Fiz o que tinha de ser feito, me afastei de tudo o que eu podia mas então ele apareceu, não foi do nada, foi aos poucos, conquistando, ganhando minha confiança, me fazendo acreditar que ainda valia a pena não desistir de tudo.

(...)

A tinta da parede suja de sangue, marca a infância conturbada da menina que se olhava no espelho, alisando o cabelo com os dedos, cantarolando de olhos fechados para não escutar os gritos vindos do andar de baixo, ou da cabeça dela, ela estava cansada não sabia mais o que era real e o que era imaginação. Estava com medo de abrir os olhos e ter pesadelos, não conseguir fugir da sua própria cabeça.

Quando alguém bateu em sua porta, seu transe de paz acabou, devagar ela abriu os olhos e se sentiu viva, se virou e abriu a porta, e lá estava ele, encostado no batente como se esperasse a muito tempo, um sorriso bonito forma em sua boca e ela lhe dá espaço para entrar, seu quarto está organizado, com o urso que ele lhe deu em cima da cama.

"Como você está hoje?" Sua voz soa pelo o ambiente, e ela se senta ao seu lado no colchão dando lhe um sorriso tímido.

"Eu não sei." Ela dá de ombros como se não importasse o seu estado, mas as antigas marcas no pulso dizem ao contrário, o rosto vermelho também.

Ela estava com medo, sabia que ele estava ali para ajudá-la, mas o medo que corria pelo seu corpo também estava presente e quando o trovão gritou bem alto ela estremeceu, seus olhos se apertaram e ela agarrou sua mão, pedindo ajuda, pedindo um pouco de paz.
Ele sabia o que tinha acontecido com ela, e ele a amava muito para deixá-la, seu braço rodou o seus ombros e a puxou para mais perto. Você está segura agora foi o que ele disse, e era verdade ele ia protegê-la.

Mind | H.S.Where stories live. Discover now