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Eunjin conversava com o novo amigo ao passo que os flocos preenchiam o chão. Em pouco tempo, entre o banal e o profundo, ela reconhecia seu senso de humor e empatia.

Conversaram sobre família. Gyunjin acabou descobrindo que a família de Eunjin passava os natais na casa da tia, em Seul, e que respeitavam seu espaço sempre que a data se aproximava. Com a própria companhia, viajava, comia macarrão instantâneo, vagava por aí, porque ela sabia que, enquanto andasse sem rumo, não havia ninguém para pará-la e fazer lembrar. Embora não quisessem que sentissem pena, ela mesma não culpava ninguém, pensando com um pouco de humor ácido sobre a própria coordenação motora. Às vezes, Eunjin queria culpar o papai Noel por ter ignorado seus pedidos por um milagre divino, ou que o tempo parasse, mas do que adiantava?

Gynjin também participava. Ela soube que ele acabara de iniciar a faculdade, que gostava de café, a cor azul e, estranhamente, de sentir frio. Ela se apercebia de um brilho incomum, como se pareasse ao redor, e soube que não precisava ver para saber a verdade de seu coração. E, ainda que lhe parecesse tudo muito precipitado, as bochechas queimavam cada vez que ele ria de seu comportamento atrapalhado, ou quando fazia movimentos expressivos com as mãos.

— Você fez com que eu lembrasse de algo — ele disse. — Quando eu tenho de ir para a casa de vovó Gahyeon, sou obrigado a cuidar das minhas primas pequenas. Elas são adotadas, de sangue americano, lindinhas. Mas muito barulhentas. Elas, de alguma forma, me lembram do seu senso de humor e as trapalhadas.

— Vou levar isso como um elogio — riu baixinho. — Mas, ei, está dizendo que sou irritante?

Gyujin riu e concordou com a cabeça em reflexo. 

Talvez, por culpa da força maior, a percepção lhes escapou os sentidos, mas, no breu salpicado da noite, corações ressurgiam da neve e gelo, ajustando-se para que, desde o princípio, desde a primeira nevasca, fosse uma questão do destino e essa mania incurável de se estreitar pela beira do amor. Dois corações enterrados lado a lado, aquecendo-se com a luz um do outro.

Ele a olhava como a primeira neve do inverno.

Ela o absorvia nos sentidos afiados.

Era véspera de Natal. A hora estava chegando.

Gyunjin agarrou sua mão, as roupas e caminhou em direção à saída.

— Pra onde a gente vai? — ela apertou os passos.

De repente, a brisa gelada do inverno resvalou sua pele, o sininho tilintou mais uma vez. Eles caminharam pesadamente entre os montes de neve.

— Não sei — apertou sua mão um pouquinho mais. — Só não acho que você queira realmente ficar aqui. Sozinha.

— Talvez — ambos pararam de caminhar por um momento. — Mas eu não quero conhecer sua avó — brincou com a esperança de que Gyujin pelo menos explicasse mais detalhadamente o que estava acontecendo.

— Vovó pode esperar — convidou Eunjin a entrar em seu carro. — Oh, meu Deus, isso é loucura, eu sei, mas, sabe quando você tem uma boa ideia?

— Acho que sim.

— Talvez você seja legal demais pra ficar sozinha aqui, entende?

— Entendo sim — sorriu e pôs o cinto. — Obrigada por isso. Acho que encontrei um bom amigo.

— Sou um cara muito legal — apesar de toda a situação, Gyujin estava nervoso. Não tinha nenhumas segundas intenções ao convidar Eunjin a juntar-se a si, mas saber que, curiosamente, sentimentos borbulhavam em seu estômago de forma impossível e até exagerada, não era como se conseguisse aquietar, assim de uma vez. O estômago como a nevasca que provavelmente iriam enfrentar.

Era possível se sentir assim em apenas uma noite?

Talvez.

Dizem que tudo é possível. Desde que você acredite.

— Acredito em você, Gyujin.

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EU AMO O NATALLLLLLLLLL 🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄💓💓💓💓💓💓❤💓❤💕💓💕💓💕💓❤💓❤💕💕💕💓💕💓❤💕❤💕❤💕❤💓❤💓❤💓❤💕❤❤💕

ㅡ love before the first sight. up10tion + dia ! a christmas gift.Where stories live. Discover now