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No momento em que ele abriu a boca, Eunjin engoliu em seco, expressivamente irritante, mentalmente rebatendo, porque, afinal, era estranho que ele estivesse lá também.

— O que você tá fazendo aqui? 

— Vou lavar roupa — sorriu, mas Eunjin continuava com aquele olhar perdido. — O que, tecnicamente, faz muito sentido. Mas não a culpo pela confusão, afinal, é natal. E, mesmo que eu não tenha esse direito, me pareceu certo perguntar o mesmo.

— Você não gosta muito do natal? — Eunjin disse sem muito interesse, mais para evitar o constrangimento.

Sem esperar qualquer tipo de conversa que não um monólogo sofrido, espantou-se com a pergunta, constrangendo-se por parecer tão intrometido e sem propósito.

— Gosto sim — começou a separar as meias e roupas íntimas das camisetas e calças. — Estou de viagem. A próxima parada é a casa da vovó. A verdade é que sou ansioso demais para vésperas, quero o momento em exatidão, quando tudo de fato acontece, mas parece que a essa hora estarei enfrentando uma nevasca daquelas rumo à Pohang. E, bem, só passei por aqui, porque, pouco antes de chegar, me perdi, enterrado com o carro em uma poça de lama. Sabe como é, sujei muito a roupa. Digamos que essa é minha única muda de roupas. E soa mórbido comemorar o natal com as próprias roupas infelizes, ou usar a camisola da vovó...

Eunjin quase deixou um sorriso brincalhão escapar, porque, caramba, como ele falava. Ainda que não fosse de todo ruim, viu-se em desvantagem, não tendo trocado uma informação sequer sobre si mesma...como se isso importasse, mas fazia se sentir pior? É claro que importava, apressando-se para dizer alguma coisa.

— Ahn Eunjin — disse mais alto do que deveria, fazendo o garoto se virar no mesmo instante. — Meu nome. Qual o seu?

— Ah, sim — colocou parte das roupas em uma das máquinas. — Perdão. Han Gyujin.

Ele, agora Han Gyujin, sorriu em sua direção, mas Eunjin continuava a olhar o vazio do piso, como se estivesse perdida. Ele pensou o quão soava ridículo por achar bonita demais para dividir conversas com a solidão.

— Então — terminou de colocar o resto das roupas na outra máquina. — Não gosta muito do natal?

— Na verdade, não — sorriu sem graça e, por mais cômico que parecesse, não sentiu aquele desconforto habitual por estar compartilhando informações com estranhos. Ela preferiu pensar em seu caráter superficial, apenas mais um no meio da nevasca, um passageiro. Esse seu plano de intensificar a dor por compartilhá-lo com o vazio de si mesmo de repente pareceu assustador de mais contra o ouvido amigo de alguém.

Gyunjin se viu perguntando por que, mas respeitou seu tempo, aproveitando para fechar as máquinas e ligar. Ainda que não estivesse com pressa, por uma mania hiperativa, começou a brincar com as mãos. Caminhou até Eunjin e se sentou na cadeira ao lado.

— Se não se importa, gostaria de dizer que realmente não gosto — abaixou a cabeça e continuou, assim como ele esperava. — Não sei se te ofende, já que está à caminho de Pohang para passar a data com a avó, mas tudo que remete essa comemoração me traz angústia. É muito estranho estar desabafando isso, agora, com alguém que mal conheço, ainda mais sabendo que vai sair daqui, seguir seu caminho, cortando a nevasca...

Esboçando confusão por seu olhar ainda perdido, ele aguardou que Eunjin prosseguisse.

— Mas talvez eu realmente precise disso. Faz muito tempo que não falo sobre. Dizem que desabafar ajuda a superar. E, bom, você é uma pessoa nova...talvez tenha um conselho novo?

— O que te faz pensar que posso ajudar? — riu brincalhão. Ele realmente a achava linda como...como a neve lá fora! E, na percepção furtiva que a observação oferecia, ele entendeu o enigma através de seu olhar.

Pra falar a verdade, Eunjin não sabia ao certo o que a levara a dizer tanto e uma só vez. Talvez o caráter passageiro, ou talvez porque, de qualquer forma, independente do conselho amigo e das revelações perceptivas do outro, ela ainda assim acabaria sozinha naquela noite.

— Eunjin?

— Sim?

Gyujin virou-se, colocando a mão sobre os joelhos. E, ao encará-la mais uma vez, conseguiu finalmente entender.

Meu Deus, como não percebera antes? Assim que entrou? Eu sou tão tolo assim?

— Você é cega?

— Sou.

As luzes prevaleciam alegremente piscando do outro lado da rua.

🎄

interação gyujin + eunjin no after school club só não viu quem não quis 🤷🤷🤷🤷🤷

então eu mais uma vez queria dizer que amo essa fanfic com todo o meu ser, amo tanto ela que eu acho que sou ela

é isto

amo vocês

ㅡ love before the first sight. up10tion + dia ! a christmas gift.On viuen les histories. Descobreix ara