Lifeline ✓

Bônus II.

aurora grace.

Quase um ano se passou desde o ocorrido no hospital, e hoje, nós todos iremos comemorar o dia de Ação de Graças na casa da Pattie, aqui mesmo em Chicago. Ela pediu que eu chamasse a minha família também e eles chegaram da Carolina do Norte hoje de manhã.

A cada dia que passa, as características do Justin em Theo aumentam. É assustador. Parece que eu estou vendo uma versão dele quando criança na minha frente. Os cabelos, os olhos, os lábios em formato de coração. Até o fato do Theo também ser canhoto me assusta.

Theo Bieber foi um anjo na minha vida, eu não consigo de forma alguma imaginar minha vida sem ele agora. Ele me traz uma paz gigante, e só ele consegue me tirar sorrisos verdadeiros depois da morte do Justin. Eu o amo com todo o meu coração, e não existe um dia que eu me arrependa de não ter feito o aborto. Afinal, era isso que Scooter Braun queria há quatro anos atrás. Isso nunca passou pela minha cabeça, na verdade, mesmo quando eu soube que estava grávida de supetão.

Inclusive, nem mesmo agora eu cogito essa possibilidade.

— Meu Deus, Martin, você vai matar meu neto! - ouço mamãe gritar lá da sala.

Aquele cômodo está uma verdadeira bagunça. Minha família e meus amigos estão lá brincando com o Theo. Bem, na verdade, meu pai está tentando assistir a um jogo de futebol americano.

Enquanto isso, Maxon e eu estamos na cozinha. Eu, completamente nervosa e com as mãos tremendo, e ele totalmente preocupado. Sinto suas mãos pegando meu rosto delicadamente, e depois sua voz calma me pedindo pra dizer o que está acontecendo.

— Eu estou grávida, Maxon. - digo baixo.

Ele me solta rapidamente e me olha assustado. Minha respiração fica ofegante e eu não sei o que esperar dos segundos seguintes.

— Grávida? - repete baixo e eu assinto hesitante. - Puta merda, Aurora Grace, você está grávida! Nós vamos ter um bebê! - ele grita me pegando no colo e me girando no ar.

Não demorou muito para que o pessoal da sala viesse ver o que estava acontecendo. Maxon virou o cara mais feliz daquela casa em segundos, e então depois todos eles vieram me desejar parabéns. Eu também estava feliz, é claro, mas eu não imaginava que ele tivesse essa reação, então fiquei meio sem saber o que dizer no início.

— Vamos subir, amor? - digo me referindo ao Theo, já depois que Max comemorou o suficiente. Nós precisávamos ir à casa da Pattie. - Preciso te arrumar pra irmos para a casa da sua vovó.

— Eu já sei me arrumar sozinho, mamãe. - ele diz emburrado e com os braços cruzados. - Sou um homenzinho.

— Sim, você é um homenzinho, mas um homenzinho que ainda precisa da mãe pra se arrumar. Anda, já pro banho. - digo segurando seus ombros e o guiando para as escadas.

— O tio Jaxon vai tá lá? Da última vez, ele disse que ia me dar uma grana. - diz enquanto entramos no banheiro.

— Um grana? Quem te ensinou isso?

— Ele. - Theo responde com uma risada.

— Seu tio te ensina cada coisa. - reviro os olhos. - Aquele garoto ainda nem é gente.

— E ele é o que? Um porco? Eu acho ele parecido com um.

Gargalho alto e decido deixar de lado esse assunto. De banho tomado, Theo vem com uma toalha enrolada na cintura do banheiro até o quarto vagarosamente, com medo de cair porque está todo molhado. A toalha arrasta no chão, isso porque é grande demais pra ele. De repente, Theo escorrega e cai com tudo, me fazendo correr até ele assustada.