É De Se Esperar Que As Coisas Fiquem Difíceis

Începe de la început
                                    

Quando encontrou Barth na porta da sala de aula, Hope notou que ele estava sozinho. A preocupação com Brooke foi genuína e instantânea.

— Ela não quis vir à escola hoje — disse Barth. — Ainda tinha algumas partes do corpo doloridas.

Hope balançou a cabeça. Tudo estava estranho naquela manhã, até mesmo a voz de Barth, o chapéu que ele sempre usava torto sobre sua cabeça. O demônio não havia aparecido desde a noite anterior e Hope ainda sentia cheiro de cigarro em suas roupas. Não sabia se era dele ou de quando aceitara a oferta de Dylan, mas preferia a segunda opção. Lhe transmitia conforto.

Quem sabe Damon não tinha ido embora? Talvez estivesse ali só para causar confusão e, após a corrida, com o sucesso que obteve, decidir- ir embora.

Ela poderia ter esperanças.

— Ela se machucou muito? — continuou.

Apesar de ter voltado com Barth e Brooke para casa, Hope não perguntou sobre o estado da amiga durante o tempo que ficaram no ônibus, sentindo o frio da madrugada e a dormência causada pela passagem da adrenalina subir pelos seus corpos. Ao invés de questionar, Hope observou do banco de trás do deles as mãos machucadas de Simons passando pelos cabelos de Barth enquanto a menina dormia com o rosto escondido na curva do pescoço do amigo. Não pareciam graves, mas quem era ela para dar qualquer diagnóstico?

— Não foi grave para ela — garantiu Barth.

Hope assentiu, aliviada. Então entrou com o amigo na sala de aula e esperou que todos se acomodassem em suas mesas para começar a contar quantos haviam faltado e quantos haviam comparecido. Thomás estava lá, na primeira fileira, com um olho roxo. Parecia alheio a todo o caos. A única coisa que denunciava sua participação no acidente da noite anterior eram os dedos machucados, provavelmente por causa dos estilhaços do para-brisa. Com certeza o estrago foi grande com o impacto do corpo da garota da bandeira contra contra o vidro...

Hope observou Thomás por todo o tempo em que a sala ficou sem o professor nunca atrasado. Ele parecia tão... tranquilo. Como se não tivesse sido o motorista atrás do volante que causou toda a tragédia. Seu ódio por ele naquele momento ficou maior, e Hope se sentiu um pouco melhor com a crítica sobre sua hipocrisia da noite anterior, porque daquela vez seus sentimentos eram em relação a Candice, e não a Brooke.

Candice. Coitada. Era líder de torcida, e amava cachorros. Hope não achou nada justo que ela tivesse perdido tanto por conta de algo tão pequeno. E ainda tinha o fato de que Candice não receberia justiça, não de verdade. Todo mundo a julgaria assim que o choque inicial da tragédia passasse, dizendo que a culpa era dela por estar no meio de algo tão perigoso, onde uma boa menina não deveria estar.

Já Thomás... bem, ele era filho do xerife da cidade e sairia impune de toda aquela confusão. Daquilo Hope tinha certeza. Apesar de ela saber que o menino ficara a noite toda na delegacia, ele e seus amigos sempre saíam impunes de qualquer merda que fizessem. Todos eram filhos de membros importantes da comunidade: Dylan era filho do pastor, Thomás era filho do xerife e os outros dois garotos da banda, cujos nomes ela não lembrava, pertenciam à famílias ligadas à política. Prefeitos e colaboradores, acreditava. Todos com poder o suficiente para esconder atrocidades.

Homens exercendo papéis de homens, como sempre. Hope imaginou como ela se sairia se estivesse no lugar deles.

— Todos nessa escola decidiram morrer essa semana. Candice, Audrey, Peter...

A voz do garoto sentado na carteira da frente a acordou. Ele conversava com um amigo da fileira ao lado, provavelmente falando do acidente da noite anterior. Ela reconheceu o nome de Candice e o de Audrey, mas teve que pensar um pouco sobre Peter, porque ela só lembrava dele como o Capitão do Time de Futebol — ou como o cara que havia sido espancado por Dylan.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum