45. Conselho

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Bia narrando

   Segunda de manhã eu acordo cedo, esqueci de avisar meu celular que não precisava despertar mais. Na terça eu acordo sem precisar do despertador, passo o dia inteiro sem nada pra fazer e de mal humor.

  Gustavo havia diminuído o número das chamadas, antes era quatro ou cinco por dia, agora era duas.

   Eu sei que ele queria me explicar, mas eu ainda estava magoada e com raiva, ele tentou conversar comigo na igreja, mas fiz questão de dar um gelo e daixa-lo no vácuo.

  Eu sentia falta do trabalho, mesmo que só havia dois dias que eu não ia lá. Sabrina me ligou na segunda indignada, e na terça ela já estava frustada. Sem mim por lá sobrava muito trabalho pra ela. Gustavo não queria outra secretária, ele fazia questão de guardar o lugar pra mim (segundo Sabrina)

Na quarta eu acordo cedo e desço pra cozinha completamente desanimada. Faço café e bebo um pouco, olhando pro nada.

-Filha....eu preciso perguntar, já que você foi bem vaga quanto a esse assunto...Você brigou com seu chefe? -minha mãe pergunta.

-Nós discutimos e eu achei melhor me afastar dele. -ela me olha bem séria e pega em minha mão com carinho, se sentando em minha frente.

-Filha, você não pode sempre fugir quando encontra um obstáculo.

-Eu não....-não consigo terminar pois percebo que é verdade.

-Tá difícil? Ergue a cabeça e segue em frente. Eu sei que no momento você não quer nem olhar pra cara do Gustavo, mas você pode se manter afastada dele. Vai doer filha, eu sei, e se eu pudesse eu fazeria de tudo pra você não ter que sentir essa dor. Mas.... É inevitável, você precisa passar por ela pra poder amadurecer -depois dessas sábias palavras eu a abraço apertado.

Ela tinha total razão.

-Eu te amo mãe. Obrigada -beijo a bochecha dela e vou praticamente correndo pro meu quarto.

  Pego meu celular e ligo pra Sabrina.

-Oi lindona, caramba, o chefe tá malzão sem você aqui -ela desata a falar e eu levanto a sobrancelha.

-É mesmo!?

-Sim, tô sentindo uma tensão enorme. Principalmente porque o Eduardo nem sequer olha pra ele

-Como assim?

-Ele não quer admitir e não me contou nada, mas está com um hematoma enorme no queixo dês de ontem, tenho certeza que alguém bateu nele. -faço careta.

-Agora você me deixou preocupada, não sei se quero voltar.

-Voltar? SÉRIO? Você vai voltar? Que felicidade! -reviro os olhos e consigo sorrir com sinceridade.

-Talvez eu volte. Mas você precisa me fazer um favor.

-É só pedir -respiro fundo tomando minha decisão

-Você precisa ir no chefe e perguntar a ele se posso trabalhar hoje.

-Isso é óbvio! Que felicidade! Estou tão contente que você vai voltar. Eu vou conversar com ele agora.

-Ok. Vou tomar um banho

  Tomo um banho no capricho, não demorando muito pra eu não ficar ainda mais atrasada. Visto uma calça preta e uma blusa branca, enquanto me visto, meu telefone toca.

-Alô? -atendo pensando que é Sabrina.

-Eu senti saudade da sua voz -faço careta e reviro os olhos.

Mudado em uma Aposta [ Completo ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora