27. Trouxe Presentes Para Todos

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Bia narrando
  
  Depois que o casamento acabou e Priscila foi para sua "lua de mel". Todos os convidados foram embora, eu estava cansada, ainda não tinha me acostumado com o fuso horário e ficava meio perdida, então fui dormir.

   Eu sabia que precisava arrumar um serviço logo, em Paris eu estava acostumada com acordar bem cedo, ir pra escola, almoçar e ir direto pro serviço. Quando eu chegava em casa de noite eu ficava até tarde estudando e voltava aquela mesma rotina, no sábado eu namora....er... descansava.

  Mas sempre que eu podia eu ia na igreja, eu amava todas as músicas e escutar a palavra era sempre muito bom.

   Domingo acordei cedo e fui pra igreja. Devido ao trabalho, nunca podia ir na escolinha, nem sei se lá tinha. Mas ir na escola dominical novamente.... Era reconfortante.

    Por incrível que pareça, eu não vi o Guto na igreja, nem de manhã, nem de noite.

  Fiquei com vergonha de perguntar Isa o que tinha acontecido, afinal, eu já não era mais da família.

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  Na segunda eu acordo cedo, de novo. Eu e minha mãe ficamos na cozinha matando saudades, é lógico que ela ficava dizendo "come isso filha, olha aquilo, hmmm, você gostava tanto". E eu com vontade de pegar...mas dizendo "Não mãe, obrigada." ela me olhava assustada "você não se alimentou enquanto estava fora, não é!? Por isso está nessa finura toda". Eu não sabia se ria ou perguntava se ela estava enxergando bem, com o ano fora eu acabei engordando, no começo, tudo que eu via queria provar e degustar, mas então, aprendi a controlar mais essa ânsia. Perdi alguns quilinhos, mas não todos. Minha sorte é que as gordurinhas iam pra bunda e pras coxas, evidenciando ainda mais minha cintura fina.

  Meu celular começa a tocar e eu vou logo atender. É Isa.

-Bonjour -atendo normalmente. Isa ri e só aí percebo meu erro, dou uma risadinha sem graça e peço desculpas, ela age como se nada tivesse acontecido.

-Oi amiga, como você tá?

-Bom, não sei se estou bem...minha mãe tá querendo me fazer engordar, e é um sacrifício dizer não, ela fica achando que tô doente!  - Isa ri, ah, como eu senti saudades dessa risada.

-Aiai Bia, comer é muito bom.

-Falou a garota que come um grão de arroz.

-Pode parar, Miguel me fez engordar muito nesses meses juntos. Ele dizia que não gostava de me ver tão magra.

-Ninguém gostava. -ela ri.

-Tô com tanta saudade de você.

-Nem me fale, pena que você tá trabalhando.

-Não tô não. É feriado, esqueceu?

-Feriado? Noo, tô boiando. -nós rimos e eu fico feliz por poder ficar com minha amiga novamente.

-Você vem aqui em casa? -ir lá? Isa só podia estar brincando com a minha cara.

-Isa...

-Eu sei, eu sei. Mas você não precisa ficar, a gente pode sair.

-Tá bom então, vou me arrumar e te encontro aí daqui alguns minutos.

-Beleza. -desligamos e eu vou animada pegar meus presentes. Comprei presentes para todos. Meus pais foram os primeiros a receberem.

  Seria estranho voltar um ano depois sem trazer presente nenhum, minha mãe dizia que não era minha obrigação, e ela tinha razão, mas eu gostava de ver o sorriso no rosto deles. Ainda mais agora, aonde estava me decidindo se minha chegada estava sendo boa ou não.

Mudado em uma Aposta [ Completo ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora