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─ Eu nunca mais vou deixar você escolher um filme ─ Joguei o saco da pipoca no lixeiro, comecei a andar para fora da sala um pouco irritado com o ruivo pela péssima escolha do filme.

─ Só porque você começou a gritar no meio do filme? Eu não tenho culpa se você é medroso ─ Ele jogou o copo do refrigerante dentro do lixeiro, e veio em passos rápidos até mim, parando na minha frente. ─ Você consegue andar agora ou ainda quer que eu leve você nas costas?

─ O mínimo que você poderia fazer é me levar nas costas pelo amor de deus ─ Ele se virou de costas pra mim, e então eu pulei em suas costas, colocando meus braços envolta do seu pescoço.

Como o sol estava para se pôr, decidimos passar pelo caminho da praia, pois não queríamos perder o sol de pondo. Uma coisa que eu percebi enquanto estava com o outro, e que mesmo tendo o conhecido em um momento ruim, nós estamos nos dando muito bem, e eu estou impressionado. Ele tinha o dom de me fazer rir, mesmo sentindo tanta dor no corpo, ele estava me ajudando a esquecer.

Assim que o sol se pôs, o outro me levou de volta para a minha casa, e foi ai que eu voltei para realidade, pois teria que encarar o meu pai depois do que aconteceu. Chanyeol me ajudou a descer de suas costas com todo o cuidado, e colocou suas mãos em seus bolsos.

─ Obrigado por hoje ─ Eu estava pensando em um modo de puxar mais assunto pra não ir para casa, mas uma hora ou outra eu teria que voltar.

─ Não precisa agradecer ─ Ele sorriu, fazendo suas covinhas aparecerem. Suspirou, e se aproximou de mim, retirando as mãos do bolso, me abraçando. ─ Vejo você amanhã

Quando se separou de nosso abraço, ele se virou de costas, pronto para ir, mas eu fui mais rápido, e segurei a sua mão.

─ O que foi?

─ Você pode voltar com o meu motorista, não precisa ir andando ─ O puxei até onde estava o motorista, e pedi que o levasse em casa.

Com um pouco de dificuldade abri a porta de entrada, e entrei dentro de casa, encontrando minha mãe e meu pai sentados na sala de estar. Engoli em seco, e e então andei em direção a escada para ir até meu quarto, mas antes que conseguisse, meu pai e chamou.

─ Onde estava? ─ Me virei para ele, que estava segurando o jornal.

─ Eu saí com um amigo, tem algum problema? ─ Comecei a brincar com meu dedo, com medo do que poderia acontecer a seguir.

─ Você não está andando muito com esse garoto? ─ Cruzou as suas pernas, e colocou o jornal ao seu lado no sofá, enquanto me encarava com um olhar sem expressão.

─ Eles são os meus amigos, pai ─ Fiz uma pausa. ─ Claro que eu iria andar com eles, com quem mais seria?!

Meu pai fez uma expressão de raiva em seu rosto, e logo se levantou do sofá, vindo em minha direção. Neste momento eu fechei os meus olhos, esperando para o momento em que ele me bateria, mas ele não o fez. Apenas segurou o meu pulso com ─ bastante ─ força e me arrastou até o meu quarto. As cenas da noite anterior voltaram a minha mente, e eu estava ciente do que aconteceria lá.

Assim que chegamos ao meu quarto, ele soltou meu pulso, e entrou no quarto junto comigo, fechando a porta atrás de mim. Fui em direção a minha cama, me sentando na mesma com um olhar arregalado, e então o outro se virou para mim, e cruzou os braços.

─ Vamos a alguns fatos ─ Começou a andar pelo quarto. ─ Você tem andado muito com esse garoto ─ Fez o sinal de número com sua mão. ─ Você está muito íntimo dele ─ Retirou de seu bolso algumas fotos, e as jogou em mim. Assim que as vi, percebi que eram fotos minhas e de Chanyeol hoje mais cedo indo para o cinema. ─ Você usou maquiagem, e pintou o seu cabelo. O que você quer? Me fazer passar vergonha?

─ Pai...

─ Seja homem, Baekhyun! ─ Gritou, me fazendo encolher e colocar as mãos nos meus ouvidos. ─ Se for me dar esse desgosto me diga na minha cara, não me faça contratar um detetive particular para descobrir

Eu não o respondi, apenas continuei com as mãos em meus ouvidos, enquanto sentia as lágrimas caírem de meus olhos. Eu nunca achei que passaria por uma coisa dessas antes, meu pai nunca foi assim comigo antes. Ele veio até mim, e puxou as mãos do meus ouvidos, e as segurou com força.

─ Me responda! ─ Gritou em meu ouvido, me fazendo soluçar.

─ O que você quer eu eu diga? ─ Gritei de volta, o fazendo arregalar os olhos, e depositando um tapa em meu rosto.

Meu corpo caiu deitado na cama, e então dessa vez, eu comecei a chorar de verdade. Deus que me perdoe, mas eu prefira mil vezes morrer do que ficar nesse lugar mais um minuto da minha vida.

Meu pai me segurou pelos ombros e me fez sentar novamente na cama, começando a tirar o cinto de sua calça. Eu não me mexi, eu sabia que essa dor não era maior do que a de ter uma família que não te apoia, so aponta o seus erros. Não demorou muito para o meu bater com o cinto contra a minha perna, me fazendo soltar um grito de dor. Mas essa não foi nada comparado as outras.

delicateWhere stories live. Discover now