# 14 O guardião

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Elric sacou sua espada das costas e segurou uma em cada mão, fazia muito tempo desde quê lutava desta maneira, mas a situação exigia isso, Fhorturin com seu martelo em mãos deu um grito intimidador, formaram todos um círculo no centro da sala, e várias criaturas vinham dos corredores.
Raegal começou a tocar no seu Alaúde e entoar os versos: - Confiaram a nós essa missão tão importante, de impedir Akzarun, e temos que conseguir,vamos com força,passamos por muita coisa para acabar aqui, nada pode parar a companhia do Éther!
Mhysa nunca se sentiu mais motivada do que agora, armou seu arco com a sensação de que nada poderia para-la.
Os orcs vieram correndo na direção de Elric, o paladino defendeu a clava do orc com sua espada da direita, e rapidamente bateu com a da esquerda, fazendo com que o orc recuasse, o outro veio batendo com um machado de batalha, ele agachou e deu uma cotovelada.
Mhysa acertou uma flecha no meio do peito de uma harpia magricela, que mais parecia uma gárgula de tão feia, fazendo com que ela caísse, ao tocar no chão, soltou um grito, que facilmente deixaria todos surdos, mas Rubky conseguiu fazer um campo de força em volta de todos a tempo de impedir isso.
- Pelos deuses. - Agradeceu Shaco. - Obrigado Rubky, nunca te critiquei.
O feiticeiro riu.
Do corredor do fundo vinha vindo mais alguns diabretes, voando com sede de sangue, e em solo carniçais carregavam espadas largas, enferrujadas pelo tempo, e armaduras, do extremo sul, chegavam com olhares aterrorizantes.
O inseto gigante de aço veio correndo na direção de Arianna, com sede de sangue, Fhorturin vendo a criatura vindo deu uma martelada no torço, fazendo com ela voasse alguns metros, o inseto gritou e afundou Fhorturin no chão com sua cauda.
- Mas o que? - Disse o anão no chão com muita dor nas costas. - Meu martelo nem arranhou a couraça dessa praga!
Arianna lançou sua flecha para chamar atenção do inseto para si, ele olhou para a elfa e correu atrás dela novamente com suas patas fortemente armaduradas,
Fhorturin levantou com as mãos nas costas serrando os dentes de dor, e jogando suas pragas ao inseto. Não acredito, a arma quê os anões criaram para impedir a invasão dos orcs antigamente, sendo usada dessa forma. Pensou consigo, até quê um diabrete que vinha voando o agarrou nos ombros e levantou vôo. - Seu maldito! - exclamou Fhorturin enfurecido tentando se soltar. - Me põe no chão, criatura patética.
- Mhysa! - Gritou Arianna correndo do inseto e olhando para o alto e vendo Fhorturin sendo levado por um diabrete e outro voando bem próximo. - Me joga neles!
- Ari? - Mhysa deu uma flechada ao susto em um Carniçal que corria em sua direção, fazendo com que ele caísse torto no chão. - Pula! - Mhysa entrelaçou as mãos e agachou.
A elfa em velocidade, saltou nas mãos de Mhysa, e foi jogada para o alto, Arianna fez uma acrobacia no ar e caiu em cima de um diabrete, com dificuldade mirou seu arco no outro diabrete que carregava Fhorturin, e atirou meio desajeitada sem equilíbrio, mas foi com uma precisão incrível, acertando uma flecha na cabeça da criatura, ele berrou de dor, sem forças soltou Fhorturin, o anão caiu das garras do diabrete já dando uma martelada no peito de um Orc que acabara de derrubar Elric no chão, derrubando o orc forte no chão.
Arianna puxou outra flecha e atirou na cabeça do diabrete que ela estava em cima, e saltou depois que ele começou a cair, rolou no chão e atirou uma flecha no inseto, ele estava indo atrás de Raegal, depois de sentir a flechada voltou e começou a correr em cima dela.
Shaco amarrou uma corda em sua adaga e lançou no meio do peito de uma harpia, puxou com força ela para baixo, a criatura já caiu sem vida, foi tão rápido que ela nem teve tempo de soltar seu último lamento, o grito a qual por sorte ninguém ouviu.
Raegal aliviado do inseto ter mudado seu rumo, observou bem e enxergou uma espécie de talismã, muito bem escondido no cantinho da parede. - Mhysa! -Disse ele se aproximando. - Atrás desses carniçais encontrei um talismã meio suspeito, me dê cobertura?
- Certo! Vai lá! - Ela mirou três flechas nos carniçais, enquanto Raegal se esquivou de uma espadada vinda de um deles, e continuou a correr em busca do pequeno talismã.
- Rubky! - Gritou Mhysa. O feiticeiro não precisava de mais descrição apenas balançou sua varinha e Conjurou o feitiço, as pontas das flechas se encendiaram em chamas. A garota disparou as três uma em cada carniçal, quando a flecha tocou na armadura do carniçal, explodiu fazendo eles voarem para bem longe. Raegal correndo olhou assustado para a explosão e agradeceu com um sorriso.
Arianna se rastejava em pânico, e atirava flechas sem parar, mas as flechas somente batia na armadura do inseto e se quebravam.
Shaco puxou a corda e segurou sua adaga firme com a mão direita e foi em direção ao inseto com confiança em seus olhos.
Fhorturin olhou para Shaco e seu olhar, suas pernas queriam se mover para ajudar a elfa, mas seus braços estavam firmes impedindo que o machado de um orc, lhe cortasse o rosto, na situação atual, a única coisa que pôde fazer foi gritar: - Baixinho, Cuidado! A armadura desse inseto é de prata fria, muito resistente, não tem como atingi-lo!
Shaco entrou na frente de Arianna, e levantando sua adaga respondeu: - Não tem como atingi-lo por fora... - A criatura abriu a boca para seu bote, que com certeza abocanharia a cabeça toda do Halfling. - Mas não existe armadura por dentro! - Ele enficou sua adaga por dentro da boca do inseto, sua mão firme atravessou a cabeça até parar na armadura.
O insetoid gritou muito alto, o som era infernal, todos taparam os ouvidos, com o som.
- Porque todos esses bichos gritam alto quando morrem? - Zombou Raegal. - Morre quieto. - O Bardo correu até a parede e agachou para pegar o talismã, analisou de relance e viu o desenho de um Gavião entalhado nele.
- Obrigada Shaco... - Agradeceu Arianna. - O Halfling respondeu com um sorriso enorme. - Nem acredito que fiz isso!
- Você está bem? - Disse Elric levantando a elfa. - Se machucou?
- Não, Shaco me salvou. - Respondeu ela irônica.
As palavras soou como um soco na boca do estômago, ele olhou para o pequeno. - Muita coragem sua,Shaco.
- Obrigado, mas eu estava apavorado, só para constar.
- Ainda não acabou! - Trovejou Fhorturin girando seu martelo por entre os carniçais e derrubando um a um.
- Não para de vir. - Mhysa olhou para os corredores e mais carniçais vinham correndo, no outro mais esqueletos e aranhas.
- Todos corram para o corredor da direita! - Exclamou Rubky correndo com seu cajado na mão.
Mhysa guardou seu arco nas costas e correu muito rápido para o corredor da direita, se esquivando de uma espadada vindo de um carniçal. - Vamos pessoal, sigam o Rubky. - E todos começaram a correr sem pensar duas vezes, entrando pelo corredor, eles se depararam com uma bifurcação, uma reta e uma pra esquerda, Raegal olhou para trás e notou, que uma horda de criaturas vinham atrás deles. - Dividam-se! - Exclamou o Bardo. - Ari! Shaco! Fhorturim, para a esquerda! Mhysa e os outros, vão reto!
Ninguém pestanejou e se dividiram outra vez, Rubky na frente com seu cajado na mão, Mhysa logo em seguida e Elric por ultimo.

- Raegal, o quê era aquele talismã que você pegou ? - Perguntou Shaco .
- Ainda não faço idéia, iria perguntar para Rubky se ele sentia alguma aura mas não deu tempo,
O corredor terminou em um grande muro, com algumas rachuras nos tijolos. - Agora azedou! - Disse Fhorturin com a voz Rouca. - Esses diabos vão nos encurralar agora!
- Nossos problemas acabaram, olha o que eu encontrei. - Disse Shaco abrindo um alçapão muito bem escondido no chão.
- Genial Shaco. - Disse Raegal Aliviado.
- Mas para onde isso nos levará ? - perguntou Arianna tentando enxergar mais a fundo, e só conseguiu ver uma escadaria.
- Isso eu não sei dizer, Mas qualquer lugar que nos leve, pode ser melhor do que virar comida de carniçal.
- Tem Razão, Vamos ! - O anão desceu correndo as escadarias, e todos entraram sem se importar o que iriam encontrar.
As escadas eram íngremes, secas e frias, cada degrau Arianna sentia um ar mais denso. Raegal acendeu uma tocha apagada no canto direito da parede ao chegar no chão, e conseguiram ver algumas celas, e corpos presos já sem vida, o cheiro pútrido chegava a dar ânsia.
- Que horror. - Arianna disse com a mão no nariz, para não sentir o cheiro horrível que exalava.
- Isso parece um purgatório. - Raegal analisava os corpos mutilados, aparentemente torturados até a morte.
- Anões não fazem reféns, Akzarun estava usando eles como experimentos, ou para intimidar invasores. - Disse Fhorturin sem emoção na voz.
- Intimidar? - Respondeu Arianna. - conseguiu.
Shaco foi caminhando meio afastado do grupo, e tropeçou em algo, ao cair e ralando as palmas das mãos. Levantou assustado.
- Em que diabos você caiu? - Perguntou Raegal olhando um pouco para trás e não via nada.
- Eu também queria saber.
Shaco foi dando palmadinhas no chão, perto de onde ele tropeçou, e sentiu algo, tocou, parecia pele humana, coberto por algum tipo de capa, ele então a removeu, e o corpo apareceu, era um rapaz jovem com cabelos lisos negros, sua pele muito pálida e fria, estava gelado.
- Não acredito! - Exclamou Shaco pegando a capa invisível com suas mãos curtas. - A guilda de ladrões de Lockland daria tudo por uma capa da invisibilidade como essa! E já que esse rapaz não vai precisar mais dela, eu espero. - Vestiu a capa e seu corpo ficou invisível. - Será minha.
- Não irei perdoar Akzarun pelo quê fez ao meu povo. - Disse Fhorturin andando na frente, sem nem dar bola para Shaco e a capa da invisibilidade. - Quando eu o encontrar ele vai me pagar, assim como Thror Pagou!
Chegando ao final do corredor, Arianna colocou a mão na frente do anão, impedindo dele andar mais. - Veja aquilo! - Disse ela apontando para uma criatura grande, agachada comendo a carne de uma pessoa.
- Que cena horrível...
- Será que era por isso, que os corpos ali atrás estavam todos multilados? - Cochichou Raegal, com medo da criatura o ouvir. - Estavam servindo de alimento para isso?
- A pergunta é... O quê é isso?
Fhorturin não prestou muita atenção na criatura em si, estava mais preocupado com o machado que estava do lado dele, o machado era enegrecido e as runas anãs brilhavam nele. O anão soltou um sorriso de triunfo, finalmente! O motivo de eu ter vindo para cá! O machado de Framyr.
A criatura sentiu a presença de intrusos e interrompeu sua refeição, olhou para o grupo e soltou um grunhido. Seu rosto era horrendo, seu nariz bem largo, orelhas e dentes bem pontiagudos, usava um elmo de chifres que mal cabia em sua cabeça,suas barbas ruivas e longas chegavam quase ao peito, sua pele meio azulada parecia que estava morto.
Arianna notou que em seu peito carregava um colar, o talismã que tinha uma Fênix entalhada nele.
- Nenhum intruso passará daqui! - Berrou a criatura. - Todos devem morrer! Para que o plano de meu mestre se realize!
- Ele está enfeitiçado. - Disse Raegal. - Reparem nos olhos vermelhos, provavelmente Akzarun o enfeitiçou,
assim como fez com o minotauro.
Fhorturin o encarou e apertou o cabo de seu martelo.
- Eu disse que não deixarei vocês passarem! - A criatura correu com os dentes serrados e atacou Fhorturin. O anão tentou bloquear com o seu martelo, mas não foi rápido o Bastante, e a criatura o jogou para trás, fazendo com que seu elmo se partisse quando ele bateu ao chão.
- Fhorturin! - Gritou Arianna você está bem? - Ela mirou sua flecha no Guardião.
- Muito lenta! - Disse ele a levantando pelo pescoço com muita velocidade.
A elfa apertou forte a mão dele tentando se soltar, mas não adiantou.
Raegal deu um chute com o calcanhar no abdômen do Guardião, fazendo ele soltar a Elfa.
Raegal agachou ao lado dela, para ter certeza que ela estava bem, Arianna tossiu bem forte, e pegou ar.
O guardião segurou o machado de Framyr com força e correu em direção de Raegal, mas foi interrompido, olhou para seu peito, e uma corda o segurava, olhando da onde vinha a corda,se espantou, ela vinha do " nada". Ele puxou com uma força descomunal, e puxou algo junto, olhou para o chão e puxou a capa da invisibilidade de Shaco. - Não brinque comigo! - Levantou o machado.
- Eu sou seu oponente aqui! - Trovejou Fhorturin erguendo seu martelo, enquanto sua ombreira caía.
- Olha o estado deplorável que está, acha que pode lutar contra mim? - Se virou para o anão.
- Pela honra de meus irmãos, pela honra do meu povo, eu, Fhorturin das minas da forjatura, irei acabar com você! - Trovejou.

A Lenda do Éther e a Montanha Sombria (Livro 1)Where stories live. Discover now