#7 O furão Rastejante

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- Sejam bem vindas ao Furão Rastejante! - Disse Elric abrindo as portas para as moças.
Mhysa e Arianna entraram,e Arianna jogou um moeda de ouro para o cavalariço cuidar de seu puro sangue e Branca de Mhysa. Se depararam, com dezenas de pessoas, das mais variadas raças, sentados, bebendo e comendo. Uma melodia transpassava pelo local, Mhysa adimirou a voz do bardo, ele estava sentado em uma banqueta de madeira, ele tinha uma jaqueta verde, por cima do couro quê vestia por baixo, e do lado dele, tinha um Halfling, um serzinho com menos de um metro e meio de altura, cabelos castanhos crespos, vestia um roupão preto com touca, e tocava um tamborzinho, enquanto o bardo tocava um Alaúde, muitos estavam de pé, dançando e aplaudindo a música do bardo. Elric reparou que todos os assentos estavam cheios e resmungou.
- Eu disse para irem mais depressa. - Serrou os olhos. - Agora não temos mais lugares.
Arianna e Mhysa ao ritmo da música dançaram , já haviam comido na floresta, então nem deram muita bola e foram com as mãos cruzadas, dançar na frente do pequeno palco, Elric então chegou no balcão e perguntou ao balconista se havia algum assento, o rapaz, apenas se desculpou e disse que já estava tudo lotado. Elric se emburrou pois estava com muita fome, e não tinha mais comida, quando ouviu um som o chamando, ele virou para onde o chamaram e percebeu, que era um rapaz, sentado na mesa sozinho, com túnica azul, uma capa marrom e um cajado entre as mãos, ele acenou para Elric, o chamando, Elric foi e chegou mais perto.
- Eu notei que está a procura de uma mesa, pode se sentar aqui se quiser, não estou esperando ninguém.
Elric não entendeu o por que de tantos assentos em volta, sendo que ninguém mais viria, pediu licença e se sentou.
- Prazer senhor, sou Elric Hank da Catedral do Norte.
- Prazer Elric, sou Rubky da Torre Arcana, aprendiz de mestre Crowler.
- Arquimago Crowler? Que demais, e o quê traz você aqui?
- Fui enviado pelo grande mestre, mas ainda estou confuso, ele me disse que eu encontraria as respostas de tudo aqui, mas não sei bem o que quer dizer.
- O grande mestre, sempre tão enigmático.
- Ele me disse apenas que a montanha sombria, era a origem do mal, e eu deveria ir para lá.
- Montanha sombria?? - Perguntou Elric elforico. - Eu e as garotas estamos indo para lá.
- O quê tem lá?
- Dizem que o líder da legião, Akzarun.
- Jura? E como que a ordem não sabe?
- Na verdade, não é certeza, eu acredito que sim.
- Será que eu posso ir com vocês?
- Ir pra onde? - Disse Mhysa chegando na mesa com Arianna.
- Mhysa. - Disse Elric. - Esse é Rubky da Torre Arcana. Rubky, essas são Mhysa e Arianna, minhas mais novas companheiras.
Se cumprimentaram. - O que sabe sobre a montanha sombria Rubky? - Disse Mhysa.
- O grande mestre, me mandou para lá, e como vocês também vão, podíamos ir juntos, como amigos.
- Claro. - Sorriu Mhysa.
- Ele é confiável? - cochichou Ari.
- espero que sim.
- Sentem-se garotas. - Disse Elric. - Pedi um ensopado para nós.
Quando elas se sentaram, ouviram a porta de entrada bater forte contra a parede, e um homem de um metro e meio de altura entrou, com barbas negras que chegava até sua cintura, presa nas pontas, e seu bigode quase tão grande quanto o resto, também presas por presilhas, vestia uma armadura completa de placas, com várias jóias raras encrustadas, nos ombros e antebraços da armadura, um capacete em sua pequena cabeça, um machado e um martelo preso nas costas, a estalagem por um momento se calou, e ouvia- se apenas o ruído de suas botas, caminhava lentamente até o balcão, quando chegou um pouco perto, disse ao balconista. -Quero uma dose de pinga Anã por favor.
Um rapaz que estava sentado do lado disse: - está enxergando ele? Está aqui do meu lado. - Riu. - Mas ele disse só uma dose, por que não quer tomar banho agora. - O homem quase caiu da cadeira de tanto que ria, por um momento a estalagem inteira caiu na risada.
- Você luta com o martelo, ou ele luta com você? - Caiu na gargalhada mais uma vez.
O anão puxou o rapaz pelo colarinho, e desceu a cabeça na altura da dele.
- Eu sou Fhorturin das minas da forjatura! - Disse ele com um tom intimidador.- Capitão do primeiro esquadrão, e eu não estou em um dia bom, então se continuar com essas piadinhas, meu martelo estará dentro do seu crânio até o fim da noite. - Sorriu sarcásticamente. - Passar bem. - E soltou o rapaz, que levantou da sua cadeira e correu para longe, o anão então sentou no lugar do rapaz, e repetiu: - uma dose de pinga Anã, por favor.
E a estalagem voltou, a conversar e a cantar, e dançar. - Bom, como eu ia dizendo ao Elric. - Disse Rubky. - Fui enviado pela Torre Arcana para ir a montanha sombria, para ver o que tem lá.
- Torre Arcana? - Disse Arianna. - Minha mãe faz parte do conselho.
- Está dizendo que sua mãe, é a Rainha Anivya? - Perguntou Admirado.
- Isso mesmo.
- Que demais, eu a conheci, ela é incrível.
- Sou um membro da Ordem. - Disse Fhorturin batendo sua caneca na mesa levemente. - Disseram sobre a montanha sombria?
- O que é a " ordem" ? perguntou Mhysa para Arianna.
- É a união da Torre Arcana e os reinos dos homens, Alioth e as minas da forjatura dos anões, também fazem parte dessa aliança.
- Todos lutam contra a Legião. - Disse Fhorturin mostrando que ouviu a conversa.
- Sim senhor anão.- Disse Rubky. - Estamos pensando em irmos na montanha sombria.
- Eu Estou indo para lá! - Disse Fhorturin elforico. - Quero matar àquele maldito Orc, e acabar com a Legião.
- Todos aqui querem acabar com eles? Bom. - Riu Elric.
- Orc? - Perguntou Mhysa. - Que Orc?
- Ora, Thror o Tenebroso é claro.
- Acho que encontramos com ele, estava tentando roubar ovos de wyvern.
- Não, não estaria viva se o encontrasse, esse Orc é o demônio!
- Pois foi o que aconteceu anão! - Disse Arianna irritada.
- Calma gente. - Disse Elric. - Por favor queira se sentar err... Fhorturin não é? Todos temos o mesmo objetivo aqui, não existe motivos para discussão.
- Vocês não sabem no que estão se envolvendo. - Disse o Bardo chegando na mesa.
- E quem diabos é você? - Disse Fhorturin.
- Sou Raegal o Bardo, prazer, e esse do meu lado é shaco, apontando para o garoto pequenino.
- Caraca, ele é menor que o anão. - Gargalhou Elric.
- Vou te dar uma martelada humano.
Elric parou de rir na hora.
- Desculpe. - Disse Mhysa. - mas o que um bardo e um garoto sabem a respeito da montanha sombria?
- Por favor, não me subestime, eu vi o que a magia negra faz, de perto.
- Não me diga. -disse Rubky. - você viu magia negra?
- Sim, minha amada, Keyla, era uma mulher de bem, amava estudar e dançar, eu amava tocar para ela, mas um dia, ela leu sobre a magia negra, e a cada vez mais, foi se corrompendo, até que sucumbiu totalmente para o lado das trevas.
- Sinto muito pela sua namorada . - Disse Mhysa.
- E aonde ela esta? - Perguntou Elric.
- Eu gostaria de saber. - Respondeu Raegal. - me interessei nessa viagem de vocês.
- E você já usou um machado?
- Não senhor anão.
- Então como será útil para nós?
- Eu sou poliglota, e sei atuar.
- Mas, atuar vai parar um orc de te matar?
- Talvez não, mas minha música sim.
O anão Gargalhou. - O que sua Música fará? Seu humano estúpido.
- Meus instrumentos musicais, na realidade são canalizadores de magia.
- Como o Cajado ou a varinha de um mago. - Completou Shaco.
- Está dizendo que pode lançar bolas de fogo como um feiticeiro? - Perguntou Arianna.
- Não é possível. - Disse Rubky. - Você não estudou na Torre Arcana, não deve fazer idéia de como se lançar uma magia.
- Se acalmem. - Disse Raegal. - A Torre Arcana não é o único meio de se aprender magia, e eu não sou um feiticeiro, sou apenas um bardo, consigo através da música, dar suporte para vocês.
- Como? - Perguntou Mhysa.
- Raegal então sacou sua flauta do bolso, preso na sua cintura, e tocou algumas notas, a melodia, entrou nos ouvidos de todos, mas quando ele começou a cantar, Fhorturin, começou a berrar e por as mãos no rosto, com um olhar de pânico, implorava para que alguma coisa ficasse longe, ele não conseguia sacar o seu martelo das costas, de tanto pavor que sentia.
- O quê está havendo? - Perguntou Mhysa assustada.
- O quê está havendo com ele bardo? - Ordenou Elric. - Pare imediatamente!
- Canção do desespero. - Disse o bardo guardando sua flauta. - Eu mostrei imagens de terror da própria vida dele, e, pelos Deuses, você tem memórias horríveis, nunca vi alguém com tanto pavor de seu próprio passado.
- Nunca mais, chegue perto da minha cabeça bardo,Ou eu o mato!
- Não estou aqui como seu inimigo anão!
- E o garoto? - Perguntou Rubky.
- Não existe nenhuma fechadura quê eu não possa abrir, nenhuma armadilha que eu não possa desarmar, nenhuma brecha em que eu não possa me esgueirar, vivi por entre as masmorras e sei o perigo das armadilhas que existem nelas, e a montanha sombria não é diferente, se não souberem desarmar-las, vocês perecerão.
- Não sei vocês, mas o pequeno me convenceu. - Riu Elric.
- E eu achando que iríamos apenas nós duas em ari. - comentou Mhysa com um pequeno riso.
- Eu também, mas olha só, com tanta gente, dos mais variados tipos, nossas chances de sobreviver são maiores, afinal, iremos para a montanha sombria.
- É, você tem toda razão. - Riram.
O ensopado chegou, e eles comeram todos juntos na mesa, com algumas discussões e algumas perguntas, Mhysa sentia falta de seu irmão, mas com as piadas sem graça do anão, ou as tiradas de Elric, e a gargalhada escandalosa de Ari, Mhysa se sentia bem.

A porta abriu levemente, no mais tardar da noite, e então, a estalagem, teve a presença ilustre, dos membros do conselho, entrava Léoric com Anivya ao seu lado, Lisbeth e Magnus atrás, todos ficaram de queixo caído, em ver eles entrando, e eles foram diretamente onde estavam sentados Mhysa e o pessoal. O primeiro a se espantar foi Rubky, que arregalou os olhos e disse: - Mestre? O que está fazendo aqui?
- Mãe? - Disse Arianna Espantada.
- Ari? - Anivya Respondeu mais espantada ainda.
- Oh, então você é a rainha Anivya, eu sou Mhysa de Kazandu, muito prazer senhora, sou amiga da Ari.
- Ela salvou o Lheo mãe, e viramos muito amigas, então decidi vir com ela nessa jornada para encontrar o irmão dela.
- O que o seu pai disse sobre isso?
- Ele quê me inspirou.
- Seu pai... sempre viu potencial em você, tudo bem querida, eu entendo, quando tinha sua idade, também me meti em várias aventuras.
- Desculpa mestre, eu sei que eu tinha uma missão a fazer, e o grande mestre disse que eu teria as respostas aqui, porém, encontrei com eles, e todos vão para a montanha, então decidi ir com eles, perdão mesmo.
Léoric analisou a situação e se lembrou do que o Grande mestre havia dito. : "Ele não poderá ir sozinho fazer isso, mestre ancião!
E não irá! O quê acha que ele encontrará na estalagem Furão rastejante?"
E se Perguntava se era isso que, o grande mestre queria. - Está tudo bem Rubky, acredito que era exatamente isso que o grande mestre queria, talvez você ir juntamente com essas pessoas.
General Magnus não deixava de olhar para Mhysa, tinha se encantado por ela, nunca na sua vida uma mulher havia feito o seu peito disparar tanto, nem mesmo a encantadora Rainha Anivya. Ele então se aproximou e a cumprimentou se ajoelhando e beijando sua mão, fina e pálida.
- Prazer minha dama, sou Magnus, o General de Caladan.
- Prazer General, sou Mhysa de Kazandu. - disse Mhysa acanhada. Havia achado o homem tão bonito, com barba bem feita e o cabelo preso, era imponente, com ombros largos, parecia que era um dos cavaleiros dos contos que sua mãe lhe contava.
- Que galante. - cochichou Ari. Mhysa estava vermelha de vergonha.
- Bom, pessoal. - Disse Léoric. - O quê eu vou dizer aqui, deve ser mantido em segredo entre nós, por mais que eu não os conheça tão bem, e não sei de onde vocês vem, ou muito menos se devo confiar em vocês, era a vontade do grande mestre que vocês se reunissem, e fossem até a montanha sombria juntos, Akzarun se esconde por lá, e é um inimigo poderoso, se ele for derrotado, será um grande passo para a vitória da ordem, eu queria muito guiar vocês até lá, porém devo retornar a Torre Arcana, para quê os reinos se unam, e possamos fazer uma força contra a legião, sinto dizer, mas nessa jornada estarão sozinhos, eu sei que o inimigo deseja o Éther, e para aqueles que duvidam que exista, sim! O Éther é real, e seu poder não deve ser subestimado.
- Pode deixar com a gente Arquimago. - Disse Mhysa. - Eu prometo que vamos derrotar Akzarun.
- É isso mesmo. - Disse Arianna.
- Nós conseguiremos.
- Pode deixar conosco.
- Não se preocupe mestre, vamos conseguir.
- É bom quê sim. - Riu. - Pois a Torre Arcana, a ordem e o mundo, depende disso, Acredito em vocês, boa sorte, contamos com vocês.
- Não acha quê devemos colocar um nome a esse grupo? - Perguntou Raegal.
- Que tal o sexteto? - Disse Elric
- Podre.
- Que tal... Companhia do Éther? - Sugeriu Rubky.
- Perfeito.
- Arquimago... - Disse Magnus. - Será que eu não poderia fazer parte da companhia? Sabe, eu acho que com... Minha experiência e habilidades a... Chances de vitória seria maior não? - Disse olhando para Mhysa.
- De fato seria, porém você fez um juramento ao rei Conrad.
- Maldita honra. - Riu.
- Vamos para a Torre, Magnus, Anivya.
- Se cuide Ari. - Disse Anivya beijando a testa da filha. - Foi um prazer Mhysa, cuidem uma da outra.
- Pode deixar Alteza.
- Foi um prazer Mhysa... - Disse Magnus se despedindo.
- O prazer foi todo meu. - Se despediu dando um beijo no rosto. Magnus por um momento perdeu a direção e voltou a ir atrás da rainha Lisbeth e os outros.

A Lenda do Éther e a Montanha Sombria (Livro 1)Where stories live. Discover now