Os pássaros ziguezagueavam por entre a torre Arcana, ao Norte de Bildrifell, uma torre de pedras escuras, e tão alta quanto um palácio, magicamente mais resistente do que qualquer outra construção existente, desde que o Arquimago Ammon o conciliador a construiu, e durante milhares de anos ela se manteve intacta. As forças das trevas sempre ousaram a atacar a torre Arcana,mas sem sucesso algum, e é lá que muito do conhecimento do mundo está presente, por isso todos, ou quase todos os feiticeiros de Bildrifell, estudaram lá com os grandes mestres da magia.
- Os pássaros estão estranhos hoje não é meu senhor? - Disse Rubky Olhando pela janela da grande Torre.
- Como estranho? - Disse o velho de longos cabelos brancos, tão longos como sua barba, que prendia- a na ponta. - São pássaros, e é isso que eles fazem Rubky.
Rubky soltou um grande olhar de reprovação ao velho. - Jura? Eu só Quis dizer, que estão voando diferente do habitual.
- E quando foi que começou a observa-los?
- Estamos mesmo tendo essa conversa? Esquece. - Disse Rubky sentando na cadeira de madeira bem velha.
- Apenas relaxe garoto e espere.
- Como posso relaxar? - Respondeu o garoto. - É a minha primeira reunião, todos os grandes magos vão estar lá, incluindo a Rainha Anivya de Alioth.
O velho deu uma pequena gargalhada
- É verdade, ela é muito famosa pela sua sabedoria e beleza.
e continuou a ler o seu pergaminho, Quando ouviu a porta de sua pequena sala bater.
- Entre por favor - Ordenou o velho. Ah , é você kadmus? O que houve?
- Ah Rainha Anivya de Alioth chegou Arquimago Léoric,meu mestre Eliphas mãos vazias, ordenou que eu os convocasse senhor.
Rubky deu um pequeno sorriso a Kadmus, praticavam suas magias juntos sempre que podiam, e usavam a mesma túnica azul de feiticeiros, o grau mais baixo de usuários de magia da torre Arcana.
- E você o fez, obrigado Kadmus, eu e meu aprendiz já estamos indo.
- Meu senhor. - Disse Kadmus fazendo uma reverência e fechando a porta.
- É garoto, chegou a hora...
No grande salão no primeiro andar da torre Arcana todos se preparavam para o conselho, Rubky conseguia ver os pilares feitos de porcelanas brancas, um lustre imenso no teto e mesas em volta, com pergaminhos e escandelabros portando velas em cima, ao caminhar pelo salão conseguiu ver um Elfo com rosto quadrado e bem robusto, e tinha um olhar intimidador, com armadura de batalha, feita completamente de aço élfico, Uma espada Bastarda Élfica na cintura e um escudo de corpo nas costas e ao seu lado a Encantadora Rainha Anivya, conversando com mestre Eliphas, o garoto sabia que em toda sua vida, jamais tinha visto mulher mais bela. Ela possuía seu Rosto pálido como flores Brancas, Cabelos Loiros e grandes que vinham até a cintura completamente lisos, e seus olhos verdes como esmeralda, suas orelhas pontiagudas , portavam brincos feitos de gemas brancas, e usava um vestido de seda, do mais puro tecido élfico.
- Bom, senhores e senhoras, queiram se sentar por gentileza. - Disse o Arquimago Cédric, tinha cabelos curtos bem escuros e uma barba fechada, uma túnica púrpura e uma varinha de respeito, tão longa que quase chegava a ser um cajado.
Todos do grande salão se sentaram, cada um em seu lugar com calma, Rubky sentou ao lado de seu mestre.
- Como sabem... - começou o discurso no grande salão quieto, Cédric, encostando sua varinha na ponta da mesa. - A legião está avançando, dominando territórios e saqueando...
- Com qual objetivo? - Pergunta o Druida Agrippa, com seus trajes verdes e um chapéu de folhas naturais.
- Eu acredito que seja o Éther, meu amigo. - Diz o Arquimago Léoric, Rubky apenas confirma com a cabeça.
- Se o inimigo deseja encontrar o Éther, nós temos que tomar um partido, os meus patrulheiros que protegem as florestas, estão relatando ataques de Orcs, Taurens e Gnolls. - Diz o Druida Agrippa.
- De fato temos meu caro, que providencia o Rei Grandiel tomou, minha Rainha Anivya?
Ela inspira fundo, e solta. - Meu marido, o rei, está reunindo seus exércitos para atacar a legião com força total, mas descobrimos que essas criaturas não estão atacando aleatóriamente, eles tem um líder por trás disso tudo, um Bruxo poderoso que se chama Akzarun o negro, Se vamos lutar contra isso, precisamos dos exercícitos dos homens também, inclusive acho que o Rei Conrad II de Caladan, deveria estar nesse conselho.
- Eu concordo com a senhora, porém o Rei é cabeça dura , por mais que seja um bom homem, não será convencido com facilidade, eu e meu aprendiz iremos até caladan...
- Tolice... - Disse uma voz muito velha se aproximando da mesa do conselho, todos se espantaram com a presença do sábio, Um homem talvez tão velho quanto a vida, suas barbas brancas longas e cheias, fazia com que seu rosto transmitisse ainda mais sabedoria.
- Mestre Ancião? - Disse o Arquimago Léoric. - Por que o senhor diz isso?
- Porquê eu tive uma visão. - Diz o sábio com uma voz calma e serena. - Eu vi o garoto, em um lugar escuro e gelado, Asas grandes voando, uma máscara preta e vermelha se rompendo, um Alaúde de madeira, a estalagem Furão rastejante, aranhas gigantes e outras coisas mais.
- Essa visão se trata de sua profêcia mestre ancião? - Perguntou Eliphas se levantando da mesa do conselho.
- Oh sim, sem sombras de dúvidas...
- E qual profêcia é essa meu senhor? - Perguntou a rainha Anivya.
- "Quando avistarem o topo negro de ar funebre, encontrarão luz em suas mãos e saberão que o branco se disfarça de negro". - Disse o sábio. - Então,você pode ir para Caladan Léoric, mas seu aprendiz deve partir para o sul, mas especificamente, deve partir para a estalagem Furão rastejante.
- De acordo mestre ancião. - Disse o Arquimago. - E quando ele deve partir?
- Agora mesmo! - Respondeu ele.
- Então vamos, Rubky apronte seu cavalo e prepare- se para cavalgar.
- Sim meu mestre, não falharei eu prometo.
- Garoto. - Disse o mestre ancião. - Na minha visão a montanha sombria era a origem de todo mal, você deve conferir se é verdade.
- Ele não poderá ir sozinho fazer isso, mestre ancião! - Disse Arquimago Léoric.
- E não irá! O quê acha que ele encontrará na estalagem Furão rastejante?- É , de fato não é a melhor torta de cogumelos que eu já provei, mas você leva jeito Mhysa. - Riu Arianna no refeitório do palácio, sentada em uma cadeira com curvas e desenhos Élficos.
O sol de um novo dia já brilhava sob o reino Élfico de Alioth.
- Mesmo? - Perguntou Mhysa tirando um avental, e sentando na mesa de madeira.
- Será que eu poderia me juntar a vocês nesse café da manhã? - Disse Lheofinel entrando no Refeitório, com roupas finas élficas.
- Claro meu príncipe. - Respondeu Mhysa. - Desculpe eu estar vestida assim, nao sabia que o senhor iria aparecer.
- Não se preocupe com isso. - Disse o Elfo sentando na mesa e tirando uma lasca da torta. - hmm... - Mastigou. - Está bem saborosa, cogumelos?
- Sim, respondeu Arianna. - Eu e Mhysa pegamos do Jardim, quando amanheceu.
- Ah sim, cogumelos frescos são sempre uma delícia. - Continuou a comer.
- Vamos Mhysa. - Disse Arianna. - Vamos nos preparar.
- Para que exatamente? - Perguntou seu irmão.
- Eu e Mhysa vamos para a montanha sombria.
- Está maluca irmã? Ninguém sabe o que existe lá! Até os maiores sábios temem aquele lugar.
- Eu não sou nenhum sábio meu irmão, nem Mhysa, e se der medo, nós iremos com medo mesmo!
- Bom, alteza. - Disse Mhysa. - Desculpe, eu falei para ela não ir, mas ela insistiu em ir comigo, meu irmão está indo para lá, e eu preciso salvá-lo.
- Entendo. Bom, o que eu posso fazer então não é? - Riu Lheofinel. - Apenas desejo boa sorte a vocês duas.- Sua família é sempre tão compreensiva assim? - Perguntou Mhysa, quando já estavam a caminho dos quartos.
- Nem sempre. - Respondeu Arianna. -Mas já que estão, vamos aproveitar né . - Riu.
- O que são esses espelhos flutuantes? eu percebi que existem vários deles pelo castelo.
- São portais dimensionais que se conectam, assim o trajeto pelo castelo fica muito mais rápido, aliás ele é enorme, demoraria horas para nos locomovermos aqui dentro.
- Nossa que incrível, eu não fazia idéia que algo assim existisse.
- Quando se trata de magia, nada é impossível, vem comigo. - Arianna puxou Mhysa para dentro de um espelho e instantâneamente estavam no quarto de Arianna, foi rápido como um piscar de olhos.Seu quarto estava muito desorganizado, com livros jogados por todo lado, restos de comida em cima das escrivaninhas e roupas jogadas em cima da cama.
- É Arianna, acho que fizemos uma enorme bagunça ontem a noite.
- Sim, mas foi divertido, eu não me divertia assim faz anos.
Mhysa soltou um sorriso enorme. - De fato, eu nunca tinha me dado tão bem com alguém antes.
- Todos os outros elfos me chamam de doida, então ninguém nunca me leva muito a sério.
- Você não é doida Ari. - Riu.
- Talvez eu seja mesmo. - Riu Arianna. - Mas não existe um grande sábio, sem uma pitada de loucura não é verdade?! - Abriu seu guarda roupa, e tirou sua roupa verde claro com touca. - Era essa a roupa que eu usava para sair pela floresta, ela é macia e firme, perfeita para grandes aventuras, como essa. E você, o que vai usar ? Se quiser posso mandar fazer uma roupa do seu tamanho e da forma que quiser.
- Não, obrigado. - Disse Mhysa colocando seu colete verde tradicional. - minha mãe fez esse colete para mim, eu usarei ele, para me lembrar dela, e poder honra - lá.
- Eu entendo. - Disse Arianna pegando seu Arco Composto Élfico, era dourado feito da melhor madeira da floresta élfica, e tinha símbolos dourados talhados nele.
- Onde está meu Arco de caça?
- Eu o remontei. - Disse Grandiel entrando no quarto, segurando um lindo arco nas mãos.
- Oh, majestade. - Mhysa fez uma reverência.
Grandiel acenou com a cabeça.
- Remontei aquele seu arco, deixei ele maior e mais flexível, suas flechas poderão ir mais longe agora.
- Obrigada, majestade de verdade. - agradeceu Mhysa o abraçando. E Grandiel a abraça dando uma gargalhada.
- Eu não consigo acreditar, foram os deuses que colocaram vocês na minha vida, eu estou tão... tão feliz por terem vocês... - chorou Mhysa. - Eu não sei como agradecer...
Arianna abraçou Mhysa. - Você é uma de nós agora. - Disse Sorrindo.
- Eu que devia Agradecer. - Disse Lheofinel surgindo por trás de seu pai. - Eu sou muito grato por ter salvo minha vida. - Sorri.No salão principal, Mhysa e Arianna se preparavam para partir e se despediam de Todos, colocaram nas costas suas mochilas de viagem, com suprimentos, e comida.
Na ponte do castelo em direção a saída, Mhysa se encontra com Branca, Sua égua ,e sua primeira amiga, ela faz um carinho no rosto de branca e sorri olhando-a olho no olho. E Arianna monta em seu cavalo puro-sangue castanho.
- É Mhysa, vamos começar nossa jornada, está nervosa?
- Estou bastante. - Respondeu Mhysa. - Meu pai dizia, que era esse frio na barriga que ele mais gostava. Vamos Arianna, vamos ver o que este novo mundo reserva para nós.
E cavalgam de fora dos portões de Alioth para o mundo.
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A Lenda do Éther e a Montanha Sombria (Livro 1)
FantasyEm um continente chamado Bildrifell, A caçadora Mhysa sai em uma jornada para encontrar seu irmão, mas ela logo descobre que uma organização das trevas chamada de Legião está cometendo atrocidades horríveis. Ela e seus amigos então são convocados pa...