# 4 O Conselho Mágico

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Os pássaros ziguezagueavam por entre a torre Arcana, ao Norte de Bildrifell, uma torre de pedras escuras, e tão alta quanto um palácio, magicamente mais resistente do que qualquer outra construção existente, desde que o Arquimago Ammon o conciliador a construiu, e durante milhares de anos ela se manteve intacta. As forças das trevas sempre ousaram a atacar a torre Arcana,mas sem sucesso algum, e é lá que muito do conhecimento do mundo está presente, por isso todos, ou quase todos os feiticeiros de Bildrifell, estudaram lá com os grandes mestres da magia.
- Os pássaros estão estranhos hoje não é meu senhor? - Disse Rubky Olhando pela janela da grande Torre.
- Como estranho? - Disse o velho de longos cabelos brancos, tão longos como sua barba, que prendia- a na ponta. - São pássaros, e é isso que eles fazem Rubky.
Rubky soltou um grande olhar de reprovação ao velho. - Jura? Eu só Quis dizer, que estão voando diferente do habitual.
- E quando foi que começou a observa-los?
- Estamos mesmo tendo essa conversa? Esquece. - Disse Rubky sentando na cadeira de madeira bem velha.
- Apenas relaxe garoto e espere.
- Como posso relaxar? - Respondeu o garoto. - É a minha primeira reunião, todos os grandes magos vão estar lá, incluindo a Rainha Anivya de Alioth.
O velho deu uma pequena gargalhada
- É verdade, ela é muito famosa pela sua sabedoria e beleza.
e continuou a ler o seu pergaminho, Quando ouviu a porta de sua pequena sala bater.
- Entre por favor - Ordenou o velho. Ah , é você kadmus? O que houve?
- Ah Rainha Anivya de Alioth chegou Arquimago Léoric,meu mestre Eliphas mãos vazias, ordenou que eu os convocasse senhor.
Rubky deu um pequeno sorriso a Kadmus, praticavam suas magias juntos sempre que podiam, e usavam a mesma túnica azul de feiticeiros, o grau mais baixo de usuários de magia da torre Arcana.
- E você o fez, obrigado Kadmus, eu e meu aprendiz já estamos indo.
- Meu senhor. - Disse Kadmus fazendo uma reverência e fechando a porta.
- É garoto, chegou a hora...
No grande salão no primeiro andar da torre Arcana todos se preparavam para o conselho, Rubky conseguia ver os pilares feitos de porcelanas brancas, um lustre imenso no teto e mesas em volta, com pergaminhos e escandelabros portando velas em cima, ao caminhar pelo salão conseguiu ver um Elfo com rosto quadrado e bem robusto, e tinha um olhar intimidador, com armadura de batalha, feita completamente de aço élfico, Uma espada Bastarda Élfica na cintura e um escudo de corpo nas costas e ao seu lado a Encantadora Rainha Anivya, conversando com mestre Eliphas, o garoto sabia que em toda sua vida, jamais tinha visto mulher mais bela. Ela possuía seu Rosto pálido como flores Brancas, Cabelos Loiros e grandes que vinham até a cintura completamente lisos, e seus olhos verdes como esmeralda, suas orelhas pontiagudas , portavam brincos feitos de gemas brancas, e usava um vestido de seda, do mais puro tecido élfico.
- Bom, senhores e senhoras, queiram se sentar por gentileza. - Disse o Arquimago Cédric, tinha cabelos curtos bem escuros e uma barba fechada, uma túnica púrpura e uma varinha de respeito, tão longa que quase chegava a ser um cajado.
Todos do grande salão se sentaram, cada um em seu lugar com calma, Rubky sentou ao lado de seu mestre.
- Como sabem... - começou o discurso no grande salão quieto, Cédric, encostando sua varinha na ponta da mesa. - A legião está avançando, dominando territórios e saqueando...
- Com qual objetivo? - Pergunta o Druida Agrippa, com seus trajes verdes e um chapéu de folhas naturais.
- Eu acredito que seja o Éther, meu amigo. - Diz o Arquimago Léoric, Rubky apenas confirma com a cabeça.
- Se o inimigo deseja encontrar o Éther, nós temos que tomar um partido, os meus patrulheiros que protegem as florestas, estão relatando ataques de Orcs, Taurens e Gnolls. - Diz o Druida Agrippa.
- De fato temos meu caro, que providencia o Rei Grandiel tomou, minha Rainha Anivya?
Ela inspira fundo, e solta. - Meu marido, o rei, está reunindo seus exércitos para atacar a legião com força total, mas descobrimos que essas criaturas não estão atacando aleatóriamente, eles tem um líder por trás disso tudo, um Bruxo poderoso que se chama Akzarun o negro, Se vamos lutar contra isso, precisamos dos exercícitos dos homens também, inclusive acho que o Rei Conrad II de Caladan, deveria estar nesse conselho.
- Eu concordo com a senhora, porém o Rei é cabeça dura , por mais que seja um bom homem, não será convencido com facilidade, eu e meu aprendiz iremos até caladan...
- Tolice... - Disse uma voz muito velha se aproximando da mesa do conselho, todos se espantaram com a presença do sábio, Um homem talvez tão velho quanto a vida, suas barbas brancas longas e cheias, fazia com que seu rosto transmitisse ainda mais sabedoria.
- Mestre Ancião? - Disse o Arquimago Léoric. - Por que o senhor diz isso?
- Porquê eu tive uma visão. - Diz o sábio com uma voz calma e serena. - Eu vi o garoto, em um lugar escuro e gelado, Asas grandes voando, uma máscara preta e vermelha se rompendo, um Alaúde de madeira, a estalagem Furão rastejante, aranhas gigantes e outras coisas mais.
- Essa visão se trata de sua profêcia mestre ancião? - Perguntou Eliphas se levantando da mesa do conselho.
- Oh sim, sem sombras de dúvidas...
- E qual profêcia é essa meu senhor? - Perguntou a rainha Anivya.
- "Quando avistarem o topo negro de ar funebre, encontrarão luz em suas mãos e saberão que o branco se disfarça de negro". - Disse o sábio. - Então,você pode ir para Caladan Léoric, mas seu aprendiz deve partir para o sul, mas especificamente, deve partir para a estalagem Furão rastejante.
- De acordo mestre ancião. - Disse o Arquimago. - E quando ele deve partir?
- Agora mesmo! - Respondeu ele.
- Então vamos, Rubky apronte seu cavalo e prepare- se para cavalgar.
- Sim meu mestre, não falharei eu prometo.
- Garoto. - Disse o mestre ancião. - Na minha visão a montanha sombria era a origem de todo mal, você deve conferir se é verdade.
- Ele não poderá ir sozinho fazer isso, mestre ancião! - Disse Arquimago Léoric.
- E não irá! O quê acha que ele encontrará na estalagem Furão rastejante?

- É , de fato não é a melhor torta de cogumelos que eu já provei, mas você leva jeito Mhysa. - Riu Arianna no refeitório do palácio, sentada em uma cadeira com curvas e desenhos Élficos.
O sol de um novo dia já brilhava sob o reino Élfico de Alioth.
- Mesmo? - Perguntou Mhysa tirando um avental, e sentando na mesa de madeira.
- Será que eu poderia me juntar a vocês nesse café da manhã? - Disse Lheofinel entrando no Refeitório, com roupas finas élficas.
- Claro meu príncipe. - Respondeu Mhysa. - Desculpe eu estar vestida assim, nao sabia que o senhor iria aparecer.
- Não se preocupe com isso. - Disse o Elfo sentando na mesa e tirando uma lasca da torta. - hmm... - Mastigou. - Está bem saborosa, cogumelos?
- Sim, respondeu Arianna. - Eu e Mhysa pegamos do Jardim, quando amanheceu.
- Ah sim, cogumelos frescos são sempre uma delícia. - Continuou a comer.
- Vamos Mhysa. - Disse Arianna. - Vamos nos preparar.
- Para que exatamente? - Perguntou​ seu irmão.
- Eu e Mhysa vamos para a montanha sombria.
- Está maluca irmã? Ninguém sabe o que existe lá! Até os maiores sábios temem aquele lugar.
- Eu não sou nenhum sábio meu irmão, nem Mhysa, e se der medo, nós iremos com medo mesmo!
- Bom, alteza. - Disse Mhysa. - Desculpe, eu falei para ela não ir, mas ela insistiu em ir comigo, meu irmão está indo para lá, e eu preciso salvá-lo.
- Entendo. Bom, o que eu posso fazer então não é? - Riu Lheofinel. - Apenas desejo boa sorte a vocês duas.

- Sua família é sempre tão compreensiva assim? - Perguntou Mhysa, quando já estavam a caminho dos quartos.
- Nem sempre. - Respondeu Arianna. -Mas já que estão, vamos aproveitar né . - Riu.
- O que são esses espelhos flutuantes? eu percebi que existem vários deles pelo castelo.
- São portais dimensionais que se conectam, assim o trajeto pelo castelo fica muito mais rápido, aliás ele é enorme, demoraria horas para nos locomovermos aqui dentro.
- Nossa que incrível, eu não fazia idéia que algo assim existisse.
- Quando se trata de magia, nada é impossível, vem comigo. - Arianna puxou Mhysa para dentro de um espelho e instantâneamente estavam no quarto de Arianna, foi rápido como um piscar de olhos.

Seu quarto estava muito desorganizado, com livros jogados por todo lado, restos de comida em cima das escrivaninhas e roupas jogadas em cima da cama.
- É Arianna, acho que fizemos uma enorme bagunça ontem a noite.
- Sim, mas foi divertido, eu não me divertia assim faz anos.
Mhysa soltou um sorriso enorme. - De fato, eu nunca tinha me dado tão bem com alguém antes.
- Todos os outros elfos me chamam de doida, então ninguém nunca me leva muito a sério.
- Você não é doida Ari. - Riu.
- Talvez eu seja mesmo. - Riu Arianna. - Mas não existe um grande sábio, sem uma pitada de loucura não é verdade?! - Abriu seu guarda roupa, e tirou sua roupa verde claro com touca. - Era essa a roupa que eu usava para sair pela floresta, ela é macia e firme, perfeita para grandes aventuras, como essa. E você, o que vai usar ? Se quiser posso mandar fazer uma roupa do seu tamanho e da forma que quiser.
- Não, obrigado. - Disse Mhysa colocando seu colete verde tradicional. - minha mãe fez esse colete para mim, eu usarei ele, para me lembrar dela, e poder honra - lá.
- Eu entendo. - Disse Arianna pegando seu Arco Composto Élfico, era dourado feito da melhor madeira da floresta élfica, e tinha símbolos dourados talhados nele.
- Onde está meu Arco de caça?
- Eu o remontei. - Disse Grandiel entrando no quarto, segurando um lindo arco nas mãos.
- Oh, majestade. - Mhysa fez uma reverência.
Grandiel acenou com a cabeça.
- Remontei aquele seu arco, deixei ele maior e mais flexível, suas flechas poderão ir mais longe agora.
- Obrigada, majestade de verdade. - agradeceu Mhysa o abraçando. E Grandiel a abraça dando uma gargalhada.
- Eu não consigo acreditar, foram os deuses que colocaram vocês na minha vida, eu estou tão... tão feliz por terem vocês... - chorou Mhysa. - Eu não sei como agradecer...
Arianna abraçou Mhysa. - Você é uma de nós agora. - Disse Sorrindo.
- Eu que devia Agradecer. - Disse Lheofinel surgindo por trás de seu pai. - Eu sou muito grato por ter salvo minha vida. - Sorri.

No salão principal, Mhysa e Arianna se preparavam para partir e se despediam de Todos, colocaram nas costas suas mochilas de viagem, com suprimentos, e comida.

Na ponte do castelo em direção a saída, Mhysa se encontra com Branca, Sua égua ,e sua primeira amiga, ela faz um carinho no rosto de branca e sorri olhando-a olho no olho. E Arianna monta em seu cavalo puro-sangue castanho.
- É Mhysa, vamos começar nossa jornada, está nervosa?
- Estou bastante. - Respondeu Mhysa. - Meu pai dizia, que era esse frio na barriga que ele mais gostava. Vamos Arianna, vamos ver o que este novo mundo reserva para nós.
  E cavalgam de fora dos portões de Alioth para o mundo.

A Lenda do Éther e a Montanha Sombria (Livro 1)Where stories live. Discover now