# 13 O labirinto da Morte

42 4 0
                                    

O corredor da esquerda se estendeu por vários metros, até eles não poderem enxergar o fundo, Raegal levantou a tocha e deu na mão de Fhorturin, que foi na frente, observando seu caminho. Eles foram andando no corredor estreito por alguns minutos, até a tocha ficar mais fraca.
O clima estava pesado e o corredor gélido, , permaneceram quietos Bastante tempo, até Arianna cortar o silêncio.
- Que símbolos estranhos tem nessas paredes. - Arianna passou a mão nas rachuras.
- De fato estranhas... - Concordou Shaco.
- Olhem aquilo! - Disse Raegal, apontando para uma estátua de cavaleiro, que estava encostado no final do corredor.
Arianna se aproximou - Que linda!! - Chegou perto e olhou nos olhos da estátua.
Shaco observou e conseguiu sentir um pequeno tremor no chão, ninguém mais sentiu... - Arianna! - Sai de perto da estátua! - Gritou o Halfling. - É uma armadilha!
A garota olhou nos olhos da estátua e viu uma luz saindo dos olhos dela, e a mão em que ele carregava a espada desceu direto em Ari.
Raegal correu e empurrou ela com o seu corpo, salvando a Elfa, mas recebeu o corte na perna, ao cair no chão, ele apertou sua perna e serrou os dentes, sentindo uma dor irritante, ele levantou a calça e o sangue pingou no chão do corredor.
- Pelos deuses! - Gritou Arianna desesperada. - Me Desculpe Raegal, por favor! Perdão!
- Seria bom Ari... Se parasse de gritar no meu ouvido, isso não ajuda muito... - Disse ele em tom de deboche, mas ainda sim com dor.
A estátua levantou a mão da espada outra vez, e se armou novamente. Nesse instante, Shaco correu rápido o Bastante para não armar a armadilha. - Não passa ainda Fhorturin! - Disse Shaco. - vou tentar desarmar essa armadilha. Ele tirou seu kit de ladrão a qual ele chamava de "filhote", e procurou uma brecha da estátua, depois de analisar um pouco reparou que havia um relevo no piso, ele levantou o piso com uma pinça do kit, e encontrou uma alavanca acionada.
- Encontrou? - Perguntou Fhorturin.
- Encontrei uma alavanca... Legal, está emperrada... mas não será um problema. - Tirou um pequeno martelinho e uma talhadeira pequena do bolsinho, deu algumas marteladas precisas e logo desemperrou a alavanca, ele a puxou com força e foram capazes de ouvir o barulho das engrenagens.
- Não sei o quê você fez Shaco. - Disse Ari, ouvindo as engrenagens por trás das paredes e subia até o alto da montanha. - Mas algo que estava desligado acabou de ser ativado.
- Era isso, ou Fhorturin ficava para trás.
- Consegue andar bardo? - Disse Fhorturin estendendo a mão.
- Com apoio sim. - Respondeu Raegal se apoiando e segurando a perna esquerda. - Eu tenho uma poção Restauradora, que segundo Rubky cura suas feridas e recompõe suas energias.
- Pois então use-a.
- Não seria melhor, usar em uma ocasião extrema?
- Não. - Respondeu o Anão com dureza. - Você nesse estado não servirá para nada, aliás só irá atrapalhar.
- Não seja tão duro com ele Fhorturin. - Disse Arianna ajudando ele a ficar de pé. - A culpa foi minha...
- Foi mesmo, aqui não é o quintal Élfico, estamos dentro de um covil extremamente perigoso, seja cautelosa.
- Desculpa...
Raegal abriu o frasco da poção e bebeu ela inteira, sentiu o sabor de abacaxi forte, mas um pouco amargo, como se tivesse cevada e pôr fim um gosto azedo. Mas imediatamente o sangue parou de escorrer e a ferida cicatrizou, sentiu seu sangue pulsar e esquentar seu corpo.
- Uau! - Quem criou essa poção, é um gênio! - Disse o bardo empolgado.
- Bom... Agora podemos seguir em frente. - Disse Shaco ajustando seus bolsinhos. Empurrou a porta e estava emperrada. - Pessoal está emperrada e não tem tranca para abrir.
- Iremos abrir assim! - Disse Fhorturin dando uma martelada agressiva e a porta de madeira pereceu rapidamente.
- Bom não é uma forma silenciosa. - Riu Shaco. - Mas é eficiente, gostei...

O longo corredor era frio e sombrio, Mhysa sentia uma sensação ruim pairando sobre todo o percurso, pensou onde estaria seu irmão nessa montanha, se é quê ele estava nela. -Tayron!!! - Gritou Mhysa procurando pelo irmão, esperou resposta mas ela não veio e a garota ficou preocupada e frustrada.
- Fica tranquila Mhysa. - acalmou Elric olhando nos olhos dela. - Vamos encontrar seu irmão
Mhysa sorriu como forma de agradecimento.
O fim do corredor estava finalmente em suas vistas, e nele uma porta feita completamente de aço, um enorme cadeado prendia as correntes pesadas que a trancavam.
- Como iremos entrar nisso? - Disse Rubky analisando bem a tranca. - Aquele pequeno Halfling faz uma certa falta de fato.
Elric enfincou sua espada por entre as correntes e fez muita força para tentar estourar, mas foi em vão, as correntes não chegou nem perto de cederem. Rubky sentou entediado, e respirou fundo.
- Não existe nenhuma magia que você possa fazer para abrir? - Perguntou Elric tirando sua espada das correntes.
- Não, acho que nem mesmo a bola de fogo quebraria isso...
- Pessoal, quietos. - Disse Mhysa olhando para as paredes com atenção. - Estão ouvindo ? - Eles pararam para analisar, e foram capazes de ouvir barulhos de engrenagens se movendo por toda a montanha, e as correntes se mexendo forte, o cadeado havia sido aberto, e caiu no chão com força, fazendo um eco alto.
- Isso! - Elric comemorou. Rubky levantou pegando seu cajado animado. - Seja lá quem ativou, Obrigado!
- Só espero não ter sido Akzarun... - Riu Mhysa depois de olhar para os olhos arregalados de Elric.
Quando entraram no salão, Rubky iluminou a sala com os seus globos de luz mágicos, e aos poucos puderam ver alguns esqueletos, possivelmente de outros aventureiros que ousaram a se infiltrar na montanha( Mas sem muito sucesso), armas enferrujadas espalhadas por todo o local, como se tivesse sido travada uma grande batalha no local a muito tempo, uma Câmara de vidro com um Líquido peculiar purpúra borbulhava dentro dela e possuia alguns canos gosmentos saindo de suas laterais, ela estava no fundo do salão e parecia sugar o calor do local, Mhysa bateu os dentes ao entrar na sala. - Que frio... - As velas do lustre de gemas do teto já não estavam mais acesas. Mhysa foi em direção a Câmara a passos ligeiros, se perguntando o quê seria aquilo.
- Cuidado Mhysa. - Disse Rubky indo atrás dela. - Estou sentindo um grande poder mágico vindo disso.
As engrenagens fizeram mais barulho e o Liquido parou de Borbulhar drasticamente. - Mas o quê aconteceu ? - Perguntou Elric chegando perto deles.
- A magia...parece que sumiu... - Quando Rubky terminou de dizer, o Chão onde eles estavam se quebrou em um quadrado e eles caíram, bateram com outro chão embaixo e saíram deslizando para baixo, como se o chão embaixo deles fosse uma espécie de escada mas sem degraus.
- Mas o quê diabos!! - Gritou Mhysa enficando uma flecha no bloco de concreto onde eles estavam, com muita velocidade e seus cabelos em seu rosto ela não enxergou muito onde os dois estavam, Elric enfincou sua espada e se segurou quando olhou para o lado, viu Rubky caindo do bloco de concreto onde estavam,por não ter o que infincar. - Rubky!! - Gritou o Paladino segurando na túnica do feiticeiro,Rubky quase sendo enforcado voltou ao bloco de concreto, segurando com as mãos em algumas pedras quebradas. - O quê foi isso !? - Disse ele apavorado. A flecha de Mhysa se quebrou e ela gritou caindo. - socorroooo!
Rubky fechou os olhos e disse para si mesmo, vai Rubky você consegue, conhece a magia, uma outra voz falou dentro de sua cabeça. Mas ela não está aperfeiçoada, você não vai conseguir. Vai deixar sua amiga morrer? Ela nem é tão amiga assim, como ficará sabendo que poderia ter salvo a garota? - Parem! - Gritou o garoto,e no desespero por ver Mhysa caindo apontou sua varinha para a garota e fez bastante força. O feiticeiro conseguiu pegar ela no ar, antes que ela tivesse beijado o chão, com sua telecinese, foi trazendo ela de volta, quando ela estava quase chegando no bloco de concreto, a parte onde Elric estava enficado a espada se quebra e ele também voa.
- Ah não! - Resmunga o feiticeiro - Dois eu não consigo!
Ele soltou a mão onde se segurava e apontou para o Elric, mas sem muito sucesso, o rapaz fez muita força para puxar o paladino de volta. - Volta aqui!! - Rubky conseguiu dar um impulso para que Elric voltasse e enficasse outra vez, mas dessa vez muito profundo no concreto.
Rubky voltou a se segurar na pedra, quando o bloco de concreto finalmente parou, lá em baixo, depois de deslizar trinta metros para baixo.
Mhysa levantou rápidamente. - Rubky você está bem? - Disse ela olhando para o nariz do rapaz que sangrava muito.
- Não muito... A telecinese exige magia de mais, e é uma magia muito avançada, até Arquimago Crowler tem dificuldade com ela.
- Obrigado Rubky. - Agradeceu Elric levantando ele do bloco de concreto.
O feiticeiro limpou o nariz com o punho, e limpou a túnica dando batidas leves.
Mhysa olhou para o que havia nesse buraco, e se espantou ao ver vários muros altos, com Runas para todo lado, e uma entrada.
- Isso por acaso é...?
- Um labirinto. - completou Elric olhando com firmeza.
Ao ouvir o barulho das engrenagens de antes, as runas dos muros se ascenderam em um azul florescente.
- Vamos passar por esse labirinto então. - Disse Mhysa tomando a frente. - Cada passo adiante que dermos, ficamos mais próximos de Akzarun.
- Parece que tem razão. - Seguiu Elric logo atrás. - Acha que deve ser uma armadilha Rubky?
- Não acho, com certeza é uma armadilha.
Mhysa sentiu um frio na espinha ao entrar pelas paredes frias e cheio de runas, a incerteza do que veriam adiante deixava a garota com ânsia. Ela sacou seu arco e foi mirando para sua frente com bastante cautela, Elric foi fazendo pequenos cortes nas paredes para não se perderem, Rubky estava com a varinha em mãos, e os globos de luz iluminava a frente de Mhysa.
- Pessoal... - Disse a garota ao ver centenas de ossos no chão do corredor. - Que nojo, o cheiro disso é horrível.
- De fato é. - Disse Elric tampando o nariz com o cotovelo esquerdo.
- Não devemos nos preocupar com ossos. - Disse Rubky desesperado. - E sim com aquilo! - Apontou um globo de luz com a varinha e viram vários filhotes de aranhas vindo atrás deles.
- Corre! - gritou Elric entrando por entre os ossos, Mhysa apesar do nojo correu junto, e Rubky sem escolha passou pulando pelos ossos junto com os outros.
Depois quê eles passaram e viraram o corredor a direita, os ossos começaram a se mexer e se encaixar, se transformando em vários esqueletos, sem pensar duas vezes e seus olhos verdes dominados por magia, correram todos atrás de Mhysa e os outros, Rubky passou de todos e foi correndo na frente, entrou em um corredor, olhando para trás para ver onde estavam as aranhas e agora os esqueletos e não viu a teia em sua frente, grudou seu braço da varinha, enquanto Mhysa e Elric vinha logo atrás.
- Socorro! - Gritou o feiticeiro.
Mhysa cutucou Elric e apontou para a teia.
- Corte a teia! Eu vou ganhar tempo. -Mirou no primeiro esqueleto e deu uma flechada no seu crânio, e ele se despedaçou no chão, mas logo atrás dele mais dez vinha vindo . - Rápido! São muitos!
Elric cortou as teias com força, e fez um malabarismo com a espada, correu para o lado de Mhysa. - Será que aquelas que matamos na floresta eram as mães dessas?
- Não é uma boa hora para brincar...
- Afastem- se! - Trovejou Rubky guardando sua varinha e sacando seu cajado das costas. - Bola de fogo! - Conjurou ele de seu cajado rápidamente.
A bola de fogo foi com força no meio dos esqueletos, fazendo eles se destruirem e voassem para bem longe.
- Brilhante. - Disse Mhysa impressionada - Agora vamos antes que eles se levantem de novo. - Saiu correndo pelo corredor, Elric e Rubky seguiram ela, os corredores estavam cheio de destroços e pilhagens, com alguns caixotes dificultando a passagem deles, Elric passava sua espada pelas paredes mais uma vez para não se perderem. Quando eles chegaram ao que parecia ser uma sala mais larga, Mhysa ouviu uma voz familiar gritando seu nome, olhou para o lado e viu Arianna com os outros vindo de um corredor a esquerda que se conectava com essa sala, Mhysa notou que a amiga estava com um olhar mais de pânico do quê felicidade, ela ouviu um barulho muito alto atrás deles, era uma criatura parecida com um inseto gigante.
- Você está bem? - Perguntou Mhysa dando um pequeno abraço em Ari.
- Aquela criatura... - Disse ela ofegante. - Está atrás de nós a muito tempo,
Mhysa olhou para o que vinha atrás desse enorme inseto de aço, e vinha várias harpias voando.
- E não é só isso! - Raegal apontou para o corredor oposto. Elric se virou e se assustou com a horda de orcs que vinham dele.
- Vamos nos unir pessoal, agora! - Ordenou Mhysa e todos ficaram costas com costas armados.
- sem querer desanimar. - Disse Rubky tenso. - Mas estamos encurralados...

A Lenda do Éther e a Montanha Sombria (Livro 1)Where stories live. Discover now