Amantes sem fingimento - LGBT

Lançamento

Algumas semanas se passaram se passaram, as pessoas estavam amontoadas em uma sala dentro de uma livraria perto do Ibirapuera. Alice estava impecavelmente maquiada, cabelos presos, franja solta, vestido preto igualmente com os saltos, andava de um lado para o outro do palco. Os jornalistas olhavam o relógio de cinco em cinco minutos. Tocava "Antimonotonia" de fundo, o que deixava todos mais nervosos.
Alice sentiu o celular vibrar, era uma mensagem de texto: "Tá tudo pronto? Posso botar a banca pra agitar?".
Era Manuela, espiando do camarim, esperando dilacerar corações aquela noite, mais corações do que já estava acostumada.
Começou a tocar "Super Mulher", a mesma música que havia cantado no aniversário de Valentina.
"Ai-meu-Deus"- Foi um coro, ao verem Manuela aparecer, mais encantadora que antes, juntamente com um coro de flashes.
Alice pegou o microfone e apresentou:" E com vocês... Manuela Lambertine!
Manuela trajava um vestido cor grafite, com pontos de luz, calda arrastando no chão, maquiagem escura, olhos pintados de preto, boca vermelha, brincos longos de prata, sorriso de canto de boca, cinismo tirado da bolsa. Se sentou ao lado de Davi, Alice e mais um par de pessoas desnecessárias.
[Jornalista 1] – Manuela, Manuela... por que trocou o d'Avila, por Lambertine?
[Manuela] – Pra Vocês, meros mortais, saberem o que perguntar. – Com o mesmo ar de satisfação.
"- Manuela, Manuela..."
[Manuela] – Por que vocês falam duas vezes meu nome? Isso é irritante.
Alice segurou a mão de Manuela por baixo da mesa. Manuela encostou a boca no ouvido dela e sussurrou: "Eu te amo!" "Obrigada", Alice ficou arrepiada e sorriu sem perceber.
Era aniversário de Manuela e Alice fez questão de fazer o lançamento do primeiro CD nesse dia. Davi o produtor musical tinha planejado tudo, junto com uma equipe de eventos.
[Jornalista 2] – Manuela, por onde você pretende começar sua turnê?
[Manuela] – Já olhou no meu site?... Próximo.
[Jornalista 3] – Manuela, você e a Alice são Namoradas?
Manuela olhou para Alice com o mesmo sorriso cínico.
[Manuela] – Não.
[Jornalista 4] – Manuela, então você está solteira?
[Manuela] – Não.
Alice começou a passar a mão na perna de Manuela, a parte da frente do vestido começou a subir.
[Jornalista 5] – Manuela, qual o seu tipo, para um relacionamento?
[Manuela] – Com certeza alguém bem diferente de você.
[Jornalista 6] – Manuela, sobre o que falam suas letras?
[Manuela] – Se você tivesse ouvido, saberia.
[Jornalista 6] – Na verdade eu ouvi, mas não entendi.
[Manuela] – Faça aula de interpretação de texto, então.
[Jornalista 6] – Grossa.
Manuela levantou o braço e estalou os dedos, imediatamente os seguranças levaram o jornalista.
Alice continuava a provocar Manuela com as unhas em sua coxa. Manuela mordia os lábios involuntariamente, o que fazia os jornalistas ficarem mudos, admirando-a e os fotógrafos as melhores poses dela. Manuela bebeu um pouco d'agua, segurou a mão de Alice e sussurrou: - "Você me paga quando chegarmos em casa...". Davi olhou desconsertado para elas e respirou fundo. Manuela olhou a calça dele, na parte do zíper, estava com "volume".
[Manuela] – Assim não dá, né Brasil?! – Falou sem o microfone, se levantou. Os jornalistas e assessores de imprensa ficaram esperando por algo. Ela sorriu rapidamente. – Você – Apontou – Vem aqui.
O coração do repórter parecia sair pela boca, e começou a suar frio.
[Repórter 1] – Em que posso te ajudar? – Disse gaguejando.

[Manuela] – Você não pode me ajudar. Me diga uma música que você gostaria de me ouvir cantar.
[Repórter 1] – Não consigo lembrar de nenhuma agora. – Tornou a gaguejar.
[Manuela] – Desça. – disse seca. – Davi, meu teclado. – Davi pegou o teclado, arrumou no apoio, Manuela se sentou, ligou o acompanhamento – Essa se chama "Montes Claros – Unidade imaginária"
Algumas pessoas pegaram suas câmeras, inclusive Alice, a música era um pedido dela.
Davi estava reproduzindo o lançamento, na internet, haviam mais de 100.000 acessos até aquele momento. Quando ela terminou a música, os acessos haviam dobrado.

[Manuela] – Próxima pergunta?
[Jornalista 5] – Essa foi a pior coletiva que eu já fiz na minha vida. – Comentou com outro jornalista.
[Jornalista 3] – E quem se importa com as respostas?
Quatro jornalistas levantaram a mão.
[Davi] – Só mais uma, que a gente vai trazer o bolo.
Celular de Alice tocou, ela saiu da mesa e atendeu.
[Alice] – Oi Lisa.
[Elisa] – Amor, você não tem noção da confusão que está aqui fora. As pessoas estão quase invadindo a coletiva, esses dois seguranças não estão dando conta.
[Alice] – Tem mais ou menos quantas pessoas ai?
[Elisa] – Chutando baixo, umas 500.
[Alice] – Caramba! Faz o seguinte, eu vou te dar o crachá de "Produção" ai você entra, fica onde eu possa te ver, rápido.
[Elisa] – A Bia ta comigo.
[Alice] – Ta. – Alice pediu para Davi trazer os aperitivos da festa e abrirem a outra sala.
Manuela ficou olhando para ela, para saber quem era no telefone.
[Alice] – Seguinte, neném... tem muitas pessoas lá fora, a gente tem 3 opções... deixa todo mundo entrar e você faz um show-case. 2º distribui senha para umas 50 pessoas, você da o cd autografado, 3º não deixa ninguém entrar e a gente sai pelos fundos.
[Manuela] – Muito tentador sair agora com você... - Colocou a mão na perna da Alice. 
[Alice] – Nem me fale. Já até estou suando.
[Manuela] – Mas como eu gosto de uma confusão, então vou fazer uma quarta opção. Siga-me.
[Alice] – MANUUU, você não pode sair.
[Manuela] – Ah não? Então observe. – Virou as costas, mas não andou.
[Alice] – Que foi?
[Manuela] – Eles esperam mais um pouco! – Olhou para o lado, puxou ela pela mão, até o camarim.
Manuela encostou Alice na parede e a beijou. Foi rápido, mas intenso. Alice segurou seu quadril com força. Manuela pressionava seu corpo contra o de Alice, enquanto puxava seu cabelo com uma das mãos. 

Davi começou a gritar o nome das duas e elas se soltaram. 

Minutos depois Alice pegou os crachás, foi até a frente da livraria.
Elisa subiu no ombro de Bianca e logo foram vistas, Alice pediu que os seguranças deixassem elas passarem, assim foi feito. Depois pediu reforços, cinco seguranças bloquearam a entrada, em instantes Manuela apareceu com a maquiagem retocada. Os gritos já existiam, depois disso alcançaram um nível ensurdecedor. Manuela pegou uma cadeira e subiu. Gritou como no filme, todos ficaram em silencio...
[Manuela] – Boa noite! Eu quero agradecer a presença de vocês todos. Vim avisar também que quem quiser entrar, pode ficar a vontade, a gente está comemorando meu aniversário, eu vou cantar umas 5 ou 6 músicas. Vocês entrarão ordenadamente. - Fez uma pausa para eles entenderem que era sério- Eles vão entregar um papel para cada um com uma pergunta muito simples, quem acertar vai ganhar meu cd autográfado e depois da festa, vai poder ir pro meu camarim, com minhas amigas e tirar foto comigo pra sair no site oficial. - Fez sinal para os seguranças liberarem passagem - Por favor, em ordem! Quem fizer algazarra, vai entrar na minha lista negra, o que é pior que os seguranças porem para fora de novo. –Sorriu e desceu da cadeira.
Os seguranças organizaram a fila e deram os papeis. A pergunta era " Quais os nomes completos dos 2 irmãos de Manuela?" A resposta seria Lisbella Costa d'Avila e Leonardo Costa d'Avila. O Lambertine e Souza eram dos avós, os pais deles preferiram não colocar.
Quanto todos haviam entrado, Alice, Bia, Elisa e Davi recolheram os papeis e leram resposta, por resposta, enquanto fazia o show-case...
[Alice]- Alguém ai? – Disse cansada.
[Bianca] – Nada.
[Davi] – Aqui, um. Aliás, uma.
[Bianca] – Aqui, outro.
[Elisa] – Manuela falou em algum lugar o nome deles?
[Alice] – A Manu não fala da vida dela...
[Elisa] – Ta explicado, então... – riram.
Manuela cantou quatro músicas dela e dois covers. 

Os três entraram no camarim, haviam algumas frutas sobre a mesa e roupas jogadas por toda parte, Alice se levantou, cumprimentou os ganhadores, Manuela chegou logo em seguida junto com Davi.
[Davi] – Então gente, meia hora, a gente tem que liberar a livraria.
Os três olhavam Manuela como se tivessem olhando a muralha da china, em versão de ossos de vidro. Estavam com medo de encostar nela. Manuela estava tirando os acessórios, olhava-os pelo espelho.
[Manuela] – Oi?
[Todos] – Oi... – responderam num uníssono.
Alice riu das expressões deles, Marina se manifestou.
[Marina] – Posso... Encostar em você?
[Manuela] – Encostar em mim? – Riu – Gente, eu não sou TÃO grossa, como na coletiva, é que as coletivas me irritam. Vem, me dá um abraço. – Sorriu amigavelmente.
Elisa pegou a máquina e tirou várias fotos muito boas. Conversaram o quanto conseguiram, até Davi chamar os 7 para saírem de lá.

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Olha que coincidência, ontem no programa the voice Brasil, teve uma cantora chamada Mariana Volker, ela era vocalista da banda Unidade Imaginária, que eu cito uma das músicas nesse capítulo. 

Quem quiser ouvir a música: https://www.youtube.com/watch?v=YETt5YnLLy4