SMS

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[Bianca] – Não aguento mais trabalhar na petrobrás. To me sentindo sozinha desde que me mudei pra cá.
[Alice] – Oh gatinha, acho que a Lara ia adorar te fazer companhia.
[Bianca] – tá se divertindo ai?
[Alice] – Tirando uma garota que não sai do meu pé, estou. Vai falar com a Lara?
[Bianca] – A Lara tá internada.
[Alice] – Por que?
[Bianca] – Calculo renal, a Gabe tá lá com ela.
[Alice] – Manda um beijo pra ela.
[Bianca] – Quando você voltar, você vem me fazer companhia? Eu sei que você tá casada, mas ainda sou sua melhor amiga, né?
[Alice] – Sempre. Amor, a Manu tá saindo do banho, depois a gente conversa. Quer algo de presente?
[Bianca] – Quero um acarajé e uma fitinha de Iemanjá.
[Alice] – Amor, eu nunca vou conseguir te dar um acarajé e outra que eu estou em Santos e não na Bahia... beijos.

[Manuela] – Tava mandando mensagem pra quem, pra tá com esse sorriso? - Disse secando o cabelo com a toalha.
[Alice] – Não posso sorrir por que eu to te vendo?
[Manuela] – Deve. Pra quem você tava mandando mensagem? - Alice trocou o celular de mão para ficar longe do alcance de Manu -  Ai, me dá esse celular! - Pegou o celular da mão da Alice e começou a ler as mensagens.
Alice foi até ela de joelhos pela cama. Manuela estava com sutiã e calcinha cor preta e a toalha enrolada no cabelo. Alice começou a beijar a barriga dela e deslizar os dedos pelas costas.
[Manuela] – Ah, assim não vale, eu vou ler tudo mesmo assim.
[Alice] – Pode ler, não ligo. - Se deitou na cama e se cobriu.
[Manuela] – Amor, preciso te falar uma coisa. - Disse jogando o celular na cama.
[Alice] – Fala. - Disse arrumando o lençol.
[Manuela] – Daqui eu vou pro Rio, você quer vir comigo?
[Alice] – Até quando as coisas vão continuar assim? Quando você pediu pra casar, não me contou isso, nem me deu a chance de decidir.

[Manuela] – Desculpa, eu só... - Alice se levantou.
[Alice] – Eu não quero que você pense que eu não estou feliz com você, porque eu estou, me sinto feliz e amada. Eu te amo tanto, mas esse é o tipo de coisa que não vai dar certo.

[Manuela] – Você quer terminar comigo?
[Alice] – Não! Claro que não. Você é quem eu mais quero nesse mundo, preciso de você. Mas... eu preciso de mim também, não posso ficar viajando, até você perceber que não da pra manter um relacionamento assim. Não somos um relacionamento virtual, eu sinto seu gosto...
[Manuela] – Amor, eu preciso desse trabalho. Por enquanto. Se você não quiser ir comigo, tudo bem, eu entendo. Eu não vou ficar nisso pra sempre, mas é o que me dá prazer, eu não quero ficar sentada atrás de uma mesa assinando papéis, não é pra mim. É isso que eu gosto de fazer, por que não posso ter os dois?
[Alice] – Você pode, mas não desse jeito.
[Manuela] – Então de que jeito? Me diz! - Começou a derramar algumas lágrimas. - Desculpa não ter te contado meus planos, mas a Elisa disse que era melhor contar depois.
[Alice] – Eu não sei de mais nada, preciso sair, preciso correr, vou esfriar a cabeça.
[Manuela] _ mas você disse que ia passar o dia comigo hoje, já que eu não tenho ensaio.
[Alice] – Tá vendo? Eu sou sua segunda opção, eu não sei se isso é egoista da minha parte, mas é o que eu to sentindo.
[Manuela] – Alice...
[Alice] – Me deixa Manuela, eu preciso pensar.
[Manuela] – Eu quero você.
[Alice] – Eu também te quero.
Manuela sorriu e deixou Alice sair. Alice parou no primeiro orelhão e ligou pra Elisa.

[Alice] – Eli, eu não sei lidar com isso, como eu vou ter uma relação com alguém que não está comigo?
[Elisa] – Dá um tempo pra ela, alias... dá um tempo pra vocês. Ela vai perceber que dá pra ela fazer o que gosta, sem sair do seu lado. Pode ser que demore, mas você aguenta.
[Alice] – E se aparecer alguém? Alo? Aloo? Ai! Malditos telefones publicos! - Respirou fundo e começou a correr, mesmo sem pensar numa solução, voltou para o hotel depois de algumas horas.
Manuela estava sentada no banheiro, abraçada nos joelhos, confusa, como no dia do primeiro beijo.
Alice parou na porta e ficou olhando pra ela. Manuela retribuiu o olhar.
[Alice] – Será que a gente da conta?
[Manuela] – Não custa tentar.
[Alice] – E se você me perder?
[Manuela] – Se eu te perder, vou ter certeza de duas coisas.
Alice deitou no colo de Manuela.
[Alice] – Conte-me.
[Manuela] – 1º que eu te tive de verdade, 2º que eu fui idiota de te deixar escapar. Mas espero que isso não aconteça, por que todos os meus planos pro futuro, você está nele, então se você sumir, acho que eu fico sem rumo.
[Alice] – Eu te amo.
[Manuela] – Eu também te amo.

Amantes sem fingimento - LGBTWhere stories live. Discover now