– O que você quer dizer?

– Você não pode me dobrar mais, Lauren. Diga-me exatamente o que aquele anel de diamantes no dedo dela significa! Ande, fale-me a verdade que está estampada em sua face!

– Pedi-la em casamento foi necessário! – Ela confessou.

– O que? Necessário? – Perguntou ironicamente. – Ela não se lembra de você, Lauren! Não sabe que está sendo enganada e que será deixada muito tempo antes que seus sonhos coloridos e matrimoniais com a rainha encantada se realizem! – Negou com a cabeça. – Sabe Deus o que aconteceu com essa mulher! Você passou dos limites. Você sabe disso. Você não está usando a razão! Isso está além do seu alcance!

– Ela segue sendo minha esposa. Você não pode casar-se com quem já é casada. Se ninguém a alertou disso, estou aqui para o fazer.

– Karla está morta! Santo Deus! Você só pode se fazer de surdo, além de um condenado cego!

– Não... Ela não está morta, não quando respira o mesmo oxigênio e habita o mesmo solo que eu!

– Não seja estúpido. – Lauren ergueu sua voz.

– Eu não sou estúpido! E posso te assegurar que nesse instante enxergo a situação com muito mais clareza do que você. Nós precisamos agir.

Nós não vamos à polícia.

Seu tom de voz arrogante foi claro o suficiente, Ferrara ergueu os olhos.

– Seus sentimentos estão atrapalhando o seu julgamento.

Que Diabos você está falando? Você? Logo você falando sobre sentimentos atrapalharem julgamentos? Faz poucas semanas e você estava enlouquecido por encontrá-la nessa ilha em meus braços! Não aja como se a pura e fria racionalidade fizesse parte da sua vida desde que esteve metido na cama com a Dinah. A polícia não vai ajudar. Isso está muito além da polícia. Isto está muito além do que você pode imaginar.

E o que você vai fazer? E se o vazio de informações que a leva até a verdade sobre o que aconteceu com ela persistir durante vários anos? O que você fazer? Vai se casar com ela? Mudar para o Caribe? Viver nesse hotel? Vai abandonar a sua empresa? A sua vida? Vai enganá-la? Ter uma família para depois destruir o...

Ferrara deixou de falar, observando instantaneamente a face de Lauren passar de corada pela raiva à pálida pela eminência de tantas constatações que lhe causavam ondas incontroláveis em seu interior, certamente. Negou com a cabeça, demorando muito mais do que o aceitável para acreditar no que via.

Você já fez isso de todas as maneiras. – Sentou-se a beirada da cama, as sobrancelhas franzidas, os lábios quase trêmulos por sentir novamente aquela dor inexplicável e aparentemente incurável. – Sim. Você já o fez. – Ele mesmo respondeu, pois a expressão da mulher a sua frente já lhe respondia tudo o que precisava saber. – Vão se casar em sério... – Mordeu os lábios por alguns segundos, os olhos tornando-se avermelhados pelas lágrimas que se formavam. – Você fez de propósito?

Lauren sentou-se na cadeira antes ocupada por Ferrara, se inclinado para frente ao apoiar os cotovelos nos joelhos, as mãos sobre os cabelos.

Eu não posso perdê-la. – Negou com a cabeça, erguendo seu rosto para mirar Ferrara com toda a sinceridade que lhe devia. – Eu não posso perder essa mulher novamente. – Concluiu, e algo em sua expressão mudou a própria expressão de Ferrara. – Acho que minhas emoções estão descontroladas. – Respirou profundamente, a garganta se fechando. – Eu não consigo pensar, eu não consigo dormir, eu não quero comer... Eu pensei que iria sufocar nos últimos dois dias. Eu não quero ir para o trabalho, não suporto estar em minha própria casa... – Mordeu seus lábios trêmulos, negando com a cabeça ao perceber que as palavras lhe faltavam. – Eu não sei o que está acontecendo. Às vezes, eu olho para ela e não posso respirar... Então ela diz "Lauren, eu amo você" e eu... Pelo amor de Deus, eu sei que estou desejando com todas as minhas forças que ela esteja falando a verdade. – Ferrara desviou seus olhos por alguns instantes.

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