Capítulo 17

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Christopher...

   _ Tudo certo pra hoje a noite?_ pergunta Kelly, uma amiga do trabalho.

   _ Eu tenho plantão esta noite._ respondo olhando o relógio_ E quando sair amanhã vou passar na casa dos meus pais.

   _ Falando nisso, quando vai me apresentar pra eles?_ ela joga os braços ao redor do meu pescoço.

   _ É...é..._ na mesma hora o meu pager começa a apitar me salvando dessa pergunta_ Tenho que ir. Surgiu uma emergência na pediatria._ saio correndo agradecendo mentalmente pela chamada.

   Quando chego ao leito vejo a minha paciente, uma garotinha que aparenta ter de 7 à 8 anos, pego a fixa onde consta que ela está com fortes dores abdominais, febre persistente e vômito. Deixo o prontuário de lado e vou examina-la para confirmar as minhas suspeitas, peço que tragam o aparelho de ultrassonografia e um exame de sangue. Enquanto os resultados não chegam, chamo seus pais para contar da minha suspeita.

   _ O que a minha filha tem doutor?_ pergunta a mãe que é confortada pelo marido.

   _ A uma grande possibilidade que ela esteja com apendicite._ olho nos olhos da mãe e os vejo encher de lágrimas_ Se realmente for isso ela terá que ser submetida a uma cirurgia o quanto antes.

   _ Doutor Miller._ chama a enfermeira no balcão_ Os resultados chegaram._ vou até o computador e confirmo o que suspeitava.

   _ Então, o qual foi o resultado?_ o pai agora se pronúncia.

   _ O que eu pensava._ a mulher começa a chorar_ Eu preciso que se acalmem. Por sorte conseguimos descobrir antes que houvesse alguma complicação._ viro para a enfermeira_ Peça para o doutor Valdez vir aqui.

   Assim que ele chega passo as informações do caso e o apresento para os pais da paciente. Acompanho enquanto ele explica os procedimentos para a retirada do apêndice da garotinha, eu adoraria ajudar na cirurgia mais vida de residente ainda é incerta. A paciente é logo levada para o centro cirúrgico e eu vou atender outro chamado.

   Até que essa noite o PS não estava tão agitado, deu até pra tirar um cochilo. Fui ver o meu último paciente antes da troca de turno, depois fui até o banheiro para funcionários, tomei uma chuveirada para acordar, fui até o estacionamento e peguei o carro.

   Do hospital até a casa dos meus pais demora por volta de 30 à 40 minutos dependendo do trânsito. Coloco uma música pra tocar e enquanto dirijo a pergunta de Kelly me vem a cabeça.

   _ Acho que já passou da hora de seguir em frente._ falo comigo mesmo_ Sei que não vou ter mais a oportunidade de vê a minha flor outra vez._ paro no sinal e olho o carrinho que ela mandou devolver.

   Quando o sinal volta a abrir sigo o meu caminho, me distrai um pouco ao passar pela praça que fica perto da casa dos meus pais quando uma moça apareceu do nada.  

   Consegui freia à tempo de evitar uma colisão, a mulher coloca as duas mãos no capô do carro e começa a gritar comigo. Porém ela se cala quando nossos olhares se cruzam, saio rápido do carro.

   _ Está tudo bem com você minha querida?_ uma voz meiga pergunta com um tom preocupado.

   _ Perdão, eu estava distraído._ falo chamando a sua atenção.

   _ Não acredito._ reconheço Helena, dona Luísa me encara ainda sem acreditar no que via_ Christopher é você mesmo?!_ ela vem me abraçar_ Quanto tempo!

   _ Pois é._ falo olhando para Deborah sobre o seu ombro_ Mais uma vez me desculpe._ dona Luísa faz um gesto de tudo bem_ Para onde vocês estão indo? Eu posso levar vocês. 

   _ Não precisa._ Deborah responde rápido_ Nós vamos pegar táxi._ fala um tanto ríspida. 

   _ Deixa disso querida._ Helena age exatamente como eu me lembrava_ O meu marido viria nos buscar mas o carro quebrou.

   _ Então tá decidido._ pego algumas sacolas que haviam caído, coloco elas na mala e abro a porta para que elas entrem.

   Dona Luísa sentou o banco do carona enquanto Deborah e Helena ficaram no banco de trás. Elas vieram falando o tempo todo sobre como gostavam do natal e de reuni a família em volta da mesa, com exceção de Deborah.

   Confesso que passei a maior parte do tempo olhando para ela pelo espelho retrô visor. Quando chegamos ajudei com as sacolas, Deborah entrou como um foguete sem olhar pra trás e não à culpo por fazer isso.

   _ Obrigado mais uma vez por nos ajudar._ fala dona Luísa.

   _ Era o mínimo que poderia fazer._ falo abrindo a porta para entrar outra vez no carro.

   _ Ah, vamos dar um jantar de ações e graça amanhã a noite e você e sua família estão convidados._ avisa Helena.

   _ Vamos estar aqui._ garanto e depois me despeço delas.

   Decido ir pra casa, ao chegar tomo um bom banho gelado, toco de roupa e me sirvo uma xícara de chocolate quente. Enquanto bebo fico lembrando do recente acontecido, da reação de Deborah ao me ver.

   Ligo para os meus pais e aviso que houve um imprevisto mas que iria jantar com eles antes de ir para o hospital. Aproveito a tarde em casa e durmo um pouco para por as idéias de volta no lugar.

   Acordo com o despertado o celular tocando, tomei banho, troquei de roupa, peguei o carro e fui para a casa dos meus pais. Não demorei muito a chegar, minha mãe vem me abraça e de quebra me repreende  por não está me alimentando direito.

   _ Para com isso Rebecca._ fala meu pai vindo me cumprimentar_ Me conte as novas meu filho.

   _ É...eu encontrei com a Deborah hoje quando voltava pra casa._ falo como quem não quer nada.

   _ Como ela está?_ pergunta minha mãe_ Ela e a família vieram para ficar ou só estão de visita?

   _ Vai com calma mãe._ falo rindo um poucos_ Uma pergunta de cada vez. Ela está bem e eles vieram apenas para passar as festas de final de ano._ respondo olhando para um ponto qualquer da sala_ Ah a tia dela nos convidou para jantar com eles amanhã no dia de ações e graça.

   _ E você me avisa assim em cima da hora._ minha mãe começa a tagarela sem parar_ Temos que comprar alguma coisa para levar amanhã.

   _ Resolvemos isso depois._ meu pai fala levantado de sua poltrona preferida_ Vamos jantar agora.

   O jantar é servido e depois de comer pego o carro e vou para o hospital onde vou passar as próximas doze horas. Quando chego sou logo encarregado de fazer visitas a pacientes, dar resultados de exames, entre outras coisas.  

Um Amor InesperadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora