forty-five

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Eu acho que nunca vivi nada tão intenso em tão pouco tempo. Cara, fazia tanto, mas tanto tempo que eu não chegava assim tão perto desse sentimento. Quer dizer, o mais próximo que já me senti de amar alguém dessa maneira foi, no máximo, a um ano. Um ano inteiro, e foi claramente só um mal entendido, já que aquela garota é e sempre será minha melhor amiga.
Já com T, é tudo tão... estranho? Eu nem sei dizer. Só sei que o que a gente conquistou nessas duas, talvez três semanas que ela está aqui, é especial. Ela é especial.

Era legal ter alguém em casa pra poder ver a hora que quisesse. Sempre que eu sentia vontade dela, ela estava logo ali, algumas portas ao lado, as vezes até no mesmo cômodo. Como agora, sentada num sofá logo ao meu lado, hipnotizada pelo seu filme favorito passando na Netflix, o sorriso ocupando o seu rosto quase que todo o tempo, lhe arrancando gargalhadas.

– Isso é tão injusto! Ele não pode fazer isso com ela! Não pode! - Ela diz, totalmente indignada, para a TV. E eu rio, a observando.

– Pare de rir! Isso é sério, Jay. - Me olha com aqueles olhos que só ela tem, naquele tom manhoso que ela adora fazer.

Ela se aproxima, levantando e se sentando ao meu lado. Sua cabeça vai para meu ombro e suas pernas por cima das minhas. Meu primeiro impulso é colocar minha mão sobre ela, apertando a pele de suas coxas finas.
Ela me olha com os olhos um pouco arregalados, como sempre faz, e eu respondo com um sorriso safado. Esse jeitinho tão inocente que essa garota tem me da um tesão fora do normal. Como ela consegue?

– Para, eu to vendo o filme. - Ela diz, um pouco irritada, empurrando minha mão com a sua. Só que a sua pouca força não traz resultado.

– Eu também, ué. - Sorrio para ela, apertando mais sua perna e subindo um pouco mais a mão.

Ela volta a se concentrar no filme, mas não da. Na minha mente só tem ela. Ela e o quanto eu a quero em mim mais uma vez.

Minha mão sobe mais um pouco, mas dessa vez Thea não me nega. Pelo contrário, deixa sua cabeça cair para trás no sofá e arfa.

– Jack. - Sua voz sai arrastada e rouca.

– Shh, não precisa dizer mais nada. - Respondo em seu ouvido, sentindo sua pele se arrepiar inteira.

Com minha mão já em sua intimidade, por baixo do shorts de pijama e da calcinha que ela usava, eu sei deixar minha menina louca como mais ninguém. A pego no colo e, com a sua boca na minha, a levo para o nosso lugar.

– Espere, ok? - E ela assente, ficando me olhando do chão do terraço enquanto eu volto para dentro de casa.

Althea Maloley

O sol brilha alto ainda, deviam ser por volta das quatro da tarde. No terraço, onde basicamente tudo entre mim e o loiro vem acontecendo, eu espero, olhando para o céu azul.

– Pensando em mim? - Jack pergunta, me assustando um pouco, o que o faz rir. - Calma bebê. -

– O que você ta fazendo? - Pergunto rindo.

Ele tem em suas mãos alguns edredons, cobertas e travesseiros. Quando me viro para olhar, joga tudo no chão e me olha.

– Ta achando que você vai ficar olhando enquanto eu arrumo tudo isso aqui? - Ele vem até mim. - Nã nã não, vai ajudar. - Me puxa pela cintura e me da um selinho, logo me puxando pra perto das coisas no chão.

Eu ajudo Jack, colocando os edredons esticados no chão, os travesseiros por cima e, por fim, o cobertor mais fino.
Enquanto arrumo o último, J chega por trás, colocando meus cabelos para o lado, e beija minha nuca, me causando todo tipo de arrepio.

Quando me dou por mim, já estamos deitados, eu por cima dele, meus quadris nos seus, minhas pernas uma de cada lado de seu corpo, suas mãos na minha cintura, minhas mãos no seu tórax, agora já sem nenhuma blusa. Minha boca na sua, a respiração pesada, o movimento dos corpos pareados um ao outro. Ele tira a minha blusa, e logo a minha roupa inteira no chão ao nosso lado. Suas vestimentas também não permanecem por muito mais tempo.

Ele me consome, me devora, me abrange, me namora. Ele não completa, mas transborda, e a sintonia não poderia ser mais perfeita.

Não fizemos sexo naquela tarde tão bonita. Sob as nuvens brancas e o céu tão azulado, ao som da nossa própria melodia, naquela hora tudo o que fizemos foi amor. O mais puro - e também um tanto pervertido, se vou ser sincera - amor.

Quando por fim minha cabeça repousou em seu peito, o sol já começava a se por. Ali, com seus braços me envolvendo, sua cabeça logo acima da minha, seus dedos brincando com meu cabelo, e os meus desenhando círculos em seu peito, eu não conseguia pensar em qualquer outro lugar, qualquer outro momento que pudesse ser melhor. 

– Eu não quero ir embora. - Eu sussurro no silêncio entre nós, e ele beija o topo de minha cabeça.

– Nós podemos ficar aqui pra sempre se você quiser.

do better + jack johnsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora