twenty-eight

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– Sam? -

Bato na porta bem de leve, esperando uma resposta.

– Sammy? -

Dessa vez levo minha mão a maçaneta da porta branca que leva a seu quarto, o quarto em que amanheci, o encontrando deitado na cama, a cabeça debaixo de um travesseiro de fronhas pretas como os lençóis.

– Vamos, Samuel, eu sei que não está dormindo. - Me sento na cama, levando minha mão as suas costas e o acariciando.

– Me desculpe por te ignorar por algumas horas... - Olho para o relógio em meu pulso, vendo que já passam das 16 horas. - Ok, talvez pelo dia inteiro. De qualquer forma. Me desculpa. -

Nada. Ele nem se move.

– Sammy? - Tiro minha mão de suas costas e a levo ao travesseiro, na intenção de o retirar de sua cabeça para ver se ele está de fato dormindo.

Sua mão ataca a minha, me fazendo pular na cama e soltar um grito assustado. Levo minha mão ao peito, me recuperando do susto, e o quarto logo é preenchido pelo som das risadas.

– Troxa. - Ele ri ainda mais.

– Besta! - Digo, indignada. - Eu podia ter morrido. - Fecho a cara, tentando parecer brava, mas logo caio na risada, assim como Sam.

– Larga de besteira, Thea. Ta tudo bem. - Ele me abraça, e ai percebo o laço que criamos em menos de 24 horas. Talvez Samuel venha a ser o meu melhor amigo. Não consigo evitar sorrir com a idéia.

[...]

Foi um dia tranquilo, sem muito o que fazer. Passei o resto da tarde com Sam e Nash vendo filmes antigos no sofá da sala. Eles dois são demais. Fizeram com que eu me sentisse em casa com tanta facilidade, que é como se os conhecesse a vida inteira.

A noite, quando todos os garotos estavam em casa, Nate veio com uma ideia. Ele queria que todos nos reuníssemos num lugar onde ele e os garotos gostavam de ir, acender uma fogueira e passar a noite em claro lembrando a noite passada. Cada um conta o que viu sobre os outros, desse jeito todos podem se lembrar dar merdas que fizeram. Então assim fizemos.

[...]

– Não, eu não fiz isso! Eu tenho cer-te-za. - Gritei indignada enquanto ria.

– Fez sim. Eu tenho certeza absoluta que era você e Stassie rebolando as bundas em cima daquela mesa. - Dizia Matthew, um amigo dos garotos que esteve na festa.

Olhei para Stass, sentada em minha diagonal, e juntas começamos a rir. Todos já tínhamos bebido um pouco, mas nada demais. Levamos apenas cervejas e algumas besteiras para comer. Os garotos chamaram o grupo inteiro de seus amigos, e Nathan queria me apresentar a cada um deles. "Para nunca mais me sentir sozinha", dizia ele.

– Ta bom, ta bom. Talvez eu tenha mesmo feito isso. - Olhei para o lindo garoto, que me encarava. - Mas você não pode me culpar por querer rebolar minha bunda. - Disse mordendo o lábio inferior, arrancando risadas de todos.

– Mas você tá piranha mesmo em, amiga. - Olhei para Stassie, concordando com ela e rindo ainda mais.

– Ok, ok. Não ligo se você dançou, quero saber quem foi que a minha irmãzinha pegou. - Disse Nate, me fitando do outro lado da roda.

Olho para Sammy, desesperada, pedindo mentalmente para que cale a boca e fique quieto. Sam é basicamente a única pessoa que sabe o que eu fiz naquela noite. Ele e Anastasia. Não queria que mais ninguém soubesse a respeito de Gilinsky.

– Olha... - Sam começou, abrindo um sorriso brincalhão para mim, me fazendo arregalar os olhos. - Essa garota não brinca em serviço, viu.

Ele me abraçou de lado, me fazendo suspirar em alívio.

– Cale a boca, Samuel. - O empurro, rindo, quando na verdade queria lhe dar um belo dum tapa.

– Relaxa, princesa. Sei guardar segredos. - Ele pisca para mim, e logo olha para Jack. Mas não é para Gilinky que ele olha, e sim para Johnson, que sorri para mim e desvia o olhar.

do better + jack johnsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora