twenty-five

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– Thea, eu vou voltar pra lá, tudo bem? - Assinto com a cabeça. - Qualquer coisa me chama. - Sammy diz, preocupado.

– Ok. - Dou um beijo em sua bochecha.

– O que aconteceu? - Johnson vem até mim, parando em minha frente. Sentada no balcão, fico mais ou menos do seu tamanho.

– Alguém quebrou uma garrafa de Vodka no meio da sala, e bem, eu pisei em cima. - Digo, fazendo uma careta.

– Nossa, que sorte. - Ele ri, e eu também. – Como tem sido a festa pra você? - Ele me olha. Seus olhos azuis encontram os meus e sinto meu coração falhar uma batida. Ele é tão lindo. Seus olhos, seu nariz, sua boca. Ele.

– Sinceramente? - Olho para ele, então desvio meus olhos para meus pés. - Bebi demais. Sequer me lembro do que fiz, mas tenho certeza de que fiz merda. - Meu tom soa pra baixo.

Sinto sua mão em meu queixo, fazendo com que olhe para ele.

– Relaxa. Todo mundo faz merda as vezes, sabe? - Ele sorri. E que sorriso. Não consigo evitar de sorrir também. Algo nele me faz sentir diferente. A simples presença dele já me faz bem.

– Eu sei. - Olho para ele. - Mas acho que podia ter sido diferente hoje. -

– Claro, mas não foi. - Ele diz, e sorri de lado. - Pare de se preocupar com isso. Seja lá o que você tenha feito, já passou. Você não vai conseguir mudar isso, T. - Ele sorri mais uma vez.

– Uau. - Digo. - Você é sempre profundo e poético assim? - Pergunto, rindo.

– Nah, é só pra conquistar as garotas. - Ele ergue os ombros, desleixado, me fazendo rir ainda mais.

– Nossa, J. Que jeito péssimo de conquistar alguém. - Digo rindo, e ele coloca a mão no peito, abrindo a boca e como se sentisse ofendido.

– Como é que a madame sabe tudo conquista alguém, então? - Ele me desafia, erguendo as sobrancelhas.

Rio para ele, mas percebo que ele não está mais brincando.

– Sério? - Pergunto.

– Seríssimo. - Ele diz. Sem risadas dessa vez. Ainda em minha frente, entre as minhas pernas, J coloca uma mão de cada lado meu, sobre o balcão, esperando minha resposta.

– Bem. - Começo, sorrindo com a minha ideia. - Se eu quisesse conquistar alguém, - a ênfase vai no "se" - primeiro de tudo eu iria puxar ele pra perto de mim, assim. -

Enrolo minhas pernas em Jack e o puxo para mais perto. Nossos rostos estão quase colados, de modo que posso sentir sua respiração quente contra minha face gelada.

– Depois, - Minha voz soa rouca e baixa, arrastada. - Faria isso. -

Puxo meus cabelos para um lado só, deixando um ombro a mostra, e me inclinando para o mesmo lado, até que minha cabeça se aproxime da curvatura de seu pescoço. Meus lábios encostam na sua pele quente, depositando ali um beijo. Sinto um arrepio tomar conta dele, que não tira seus olhos de mim.

– Depois, isso. -

Continuo, dessa vez subindo um pouco a cabeça e depositando um beijo no mais alto de seu pescoço.

– E isso. -

Sorrio para ele, que me olha atentamente. Então beijo seu maxilar, sentindo a rala barba que ali cresce.

– Então, isso. -

Meus lábios tocam a pele de sua bochecha, bem rente a sua boca e ele deixa escapar um suspiro.

– E por fim, - Jogo meus cabelos novamente para trás, me inclinando em sua direção.

Desvio de sua boca e vou para seu ouvido, sussurrando.

– Eu beijaria sua boca. - Sorrio, voltando para meu lugar e tom de voz normal. - Mas não estou tentando te seduzir. - Começo a rir, mas não Johnson. Ele continua parado, me encarando.

Olho para baixo, sentindo minhas bochechas queimarem. Ele me deixa tão sem jeito.
Em questão de segundos, suas mãos estão em contato com a pele do meu rosto, me puxando para ele. Seus olhos encaram os meus, me deixando arrepiada. Ele me olha como se pedindo permissão, e então junta nossos lábios. É um beijo calmo, lento. Seus lábios se encaixam nos meus perfeitamente, como se fossem feitos para estarem unidos.

Ele para o beijo com dois selinhos, encostando nossas testas. Não consigo evitar de sorrir para ele, que sorri também. Ele passa as costas de sua mão em meu rosto, me fazendo segurar em sua mão e fechar os olhos. Ele beija minha testa e então se afasta, me deixando sem reação, sentada naquele mesmo balcão.

Meus pensamentos estão a mil, assim como meu coração.

do better + jack johnsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora