Anne estava em pânico, simplesmente não tinha para onde correr. Em choque, ela ficou encarando a garota em chamas enquanto ela se aproximava lentamente até ela. Quando ela se deu conta, o lugar todo estava pegando fogo. Anne conseguia sentir o cheiro da fumaça queimando seus pulmões, queria gritar mas não conseguia. Então, a garota se aproximou de maneira muito rápida, quase como um vulto, e encostou a palma da mão na testa de Anne. Anne fechou os olhos e gritou como nunca havia gritado na vida, um grito sincero de puro terror. Então de repente não estava mais sentindo a fumaça e nem o calor do fogo em volta dela. Quando abriu os olhos não estava mais na construção abandonada, estava em casa.
Porém não se parecia com a casa dela, as paredes estavam com uma cor diferente e havia um tipo de decoração e mobilia que não pertenciam a sua casa, parecia a casa de outra pessoa. Foi entao que ela viu um homem passando pelo corredor que levava até a cozinha. Ele era alto, loiro, tinha olhos azuis e parecia ser alguem com um cargo muito chato em uma empresa muito chata, mas com um salario interessante. Ela o seguiu até a cozinha, onde Nora, a empregada, estava lavando pratos. Anne parou em um quanto próximo deles na cozinha para observar o que estava acontecendo lá. Nora estava lavando os pratos distraída, enquanto o homem a olhava. Em seu olhar havia uma mistura de malícia e maldade. Então o homem disse:
- Você fica linda lavando pratos.
Nora se assustou com a presença do homem e deixou um prato cair no chão. E quando ela se curvou para recolher os cacos o homem disse:
- Deixe-me ajudá-la. E se curvou junto com ela para pegar os cacos no chão. Quando ja haviam recolhido quase todos os cacos, ele tocou as mãos de Nora que estava recolhendo o último pedaço de vidro. Nora ficou vermelha e em seguida encarou o homem com um olhar profundo de desejo.
Foi quando Anne se deu conta de que não estava mais em sua casa, estava de volta a construção. Não havia fogo, não havia nada.
Karen surgiu na ponta da escada, ofegante:
- O que deu em você hein? Para vim para cá correndo sem motivo? - ela parecia estar extremamente irritada.
- Pensei ter visto você vindo para cá, usando um vestido vermelho.
- Vermelho, eca, odeio essa cor. Mas enfim, não era eu. Vamos embora agora.
- Ok, me desculpe, eu podia jurar que era você.
- Mas não era, afinal, quem foi que voce seguiu até aqui?
- A garota que me assombra o tempo todo.
