Anne estava no carro de sua mãe com seu pai a caminho de sua nova casa. Ela e sua família viviam no Brooklin em Nova York e agora estão se mudando para Greenville em Indiana. Seus pais, jeniffer e Daniel Smith, são escritores e resolveram se mudar para uma região mais rural para ter tranquilidade para escrever seus romances sem o estresse da cidade grande.
Mas para ela não fazia diferença, não era do tipo de pessoa sociável que conversava com todos que cruzavam seu caminho, era do tipo que calava qualquer pessoa com um olhar. Tinha apenas dois amigos em Nova York: Erick e Lanna, eram os únicos que não tinham medo do seu jeito ameaçador. Anne não era grande ou forte, muito pelo ao contrario, era baixinha e magrela, mais seu olhar era como de um tigre querendo avançar em uma presa indefesa. Ela tinha muitas caracteristicas iguais às do pai, exceto pela personalidade e a altura, que eram traços de sua mãe. Daniel era alto, tinha cabelos iguais aos da filha, os olhos também e era a pessoa mais calma da família. Jennifer, baixa igual a filha, tinha olhos verdes e era a pessoa mais autoritária de todas. Ela sempre tentava manter sua familia sob o mais absoluto controle, controle que ambos achavam desnecessário.
Anne olhava pela janela do carro o caminho para chegar a sua nova casa, viu em um trecho da estrada uma garota de vestido azul e sandálias pretas passando na calçada segurando uma cesta de piquenique. A garota tinha cabelos negros na altura de seus ombros e tinha traços orientais. Ela era linda, mais rapidamente o carro se afastou da garota, dando lugar para as árvores do lado de fora.
A viagem se seguiu em silêncio pelos próximos quatro quilômetros que faltavam ainda. Anne estava com fones de ouvido, Jeniffer estava lendo uma revista e Daniel estava prestando atenção na estrada. Os três não eram muito falantes, não um com o outro pelo menos, por isso raramente brigavam entre si.
Quando chegaram na casa nova, a primeira coisa que Anne conseguiu ver foi o portão da entrada cercado por um muro enorme. Depois que entraram com o carro, ela viu uma enorme campina com uma floresta em volta, e bem no centro da campina havia uma casa branca com três andares e muitos quartos. Anne gostou do tamanho do terreno e da casa, assim teria mais privacidade, que é prioridade para todo adolescente de dezessete anos. Quando ela entrou, notou que a casa já estava mobiliada, lembrou que seus pais haviam mandado os caminhões com a mobilia no dia anterior. A única coisa que tinha a se fazer era levar as coisas dela para o quarto que ia ficar, mas Anne não fazia ideia de qual quarto seria o dela, então ela resolveu perguntar para seu pai:
- Pai, qual desses quartos é o meu quarto?
- Suba as escadas, vire a esquerda e siga até a ultima porta a direita, entendeu ?
- Entendi. Obrigada.
Anne não pode deixar de notar que a casa por dentro era tão linda quanto por fora. Toda as paredes eram brancas, o chão era de madeira de carvalho lustrado, havia uma lareira na sala de estar. Depois do hall de entrada, haviam as escadas para o segundo andar e uma passagem de acesso para a cozinha, e na cozinha havia uma porta de acesso para o quintal. Na sala de estar havia uma porta para o que parecia ser um escritório enorme ou um salão de baile, que agora estava completamente vazio e escuro, já que seus pais não tinham intenções de usar aquele cômodo. No segundo andar haviam apenas quartos, todos com banheiros, exceto por um que parecia ser o mais simples de todos. Era um quarto bem apertado com uma cama velha que parecia estar la à anos. O quarto que deram a Anne era grande com um closet e um banheiro, ela adorou cada centímetro do quarto por ser grande e espaçoso.
Daniel encontrou essa casa por um ótimo preço, estranhamente ninguém do estado de Indiana queria viver naquela região motivos desconhecidos, mais Daniel não se importou nem um pouco com a reputação daquele lugar e comprou a casa mesmo assim. Ele devia ter se importado, e procurado outro lugar para viver com a sua família, pois naquela casa, um mal enorme estava prestes a nascer.
