•Capítulo Vinte e Quatro•

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Eu pensei que ele poderia ter mudado...

Talvez até tenha...

Mas o corpo de Diana no chão me diz o contrário.

"Eu só não quero você longe de mim. Longe de nós". Louis vai para perto dele e segura sua mão.

"Mas porque matar Diana? Porque torturar minha família? Porque me torturar?"

"Porque eu gosto!"...

Todas às vezes, que eu penso que ele mudou, ele me prova o contrário.

"Vamos sair daqui!" Estica a mão para que eu pegue.

"Não!" Digo firme. Recebo um olhar furioso. - "Que-quero dizer... Podemos enterrá-la?"

Seus lábios formam um sorriso.

"Mas é claro, meu amor! Podemos enterrá-la no jardim."

Ando em direção ao corpo sem vida, que um dia chamei de amiga, e pego no colo.

Algumas lágrima caem.

"Me perdoe!" Sussurro, mesmo sabendo que ela nunca vai escutar.

Christopher, ainda de mão dada com Louis, caminha casa adentro. E eu apenas os sigo.

Ultimamente eu só tenho seguido pessoas... Seguido ordens... E tudo sempre deu errado!

A cozinha velha e suja, me lembra quando eu, mamãe e papai compramos a casa. Era horrível, mas fizemos dela nosso lar. E agora estou eu aqui de novo. Parece, que não importa o que eu faça, eu sempre volto pra cá!

A porta para o jardim é aberta, e Christopher e Louis param e dão espaço para eu passar com o corpo.

Christopher não tira o sorriso do rosto. O que me deixa furiosa.

Continuo meu caminho sem olhar para ele, pois se eu olhar, eu juro que arranco os lábios dele.

Á noite, o jardim se torna bizarro.

A grama verde alta. As árvores que nunca foram arrancadas. Sons de animais, como corujas e grilos. E se eu me esforçar um pouco mais, consigo ouvir crianças brincarem.

Vou até o meio do jardim. Coloco o corpo no chão, onde é tampado por toda a grama.

Uma pá cai ao meu lado direito. Olho para trás e o mesmo sorriso de sempre olha para mim.

Choro. Mas minhas lágrimas não são de tristeza. Nem de pena. Nem de dor. Minhas lágrimas são de ódio, puro ódio e raiva.

Começo a cavar a cova da minha melhor amiga.

"Ela não era sua melhor amiga, Jéssica... Eu era!"

Seu sorriso já não está mais presente. Ainda bem!

Tenho vontade de gritar a ele, que ele nunca foi meu amigo. Tenho vontade de jogar essa pá na cabeça dele e ver o sangue escorrer. Mas me contenho.

A cada terra que tiro do chão é uma lágrima que cai.

Diana não merecia isso. Não merecia nada que aconteceu com ela. Queria saber se antes de tudo isso, antes de Christopher tomar sua vida, ela era feliz...

Será que ela teve uma vida boa? Digna de uma inocente?

Eu nunca vou saber...

Demorei muito para cavar o novo lar da minha amiga.

O que fazia Christopher reclamar de 5 em 5 segundos.

Eu apenas o ignorava.

Eu poderia estar cavando a cova dele!

"Não seja fria, Jéssica... Essa característica é minha!" E lá vem ele de novo, com o sorriso cínico.

Peguei minha amiga e a arrastei para dentro da cova.

"Me perdoe Diana, me perdoe!" Soluço entre as lágrimas.

Quando a nuvem cobre toda a lua,
A terra cobre todo o seu rosto;
Quando as estrelas parecem se apagar,
Seu rosto, já não é mais possível identificar;
Quando as árvores abrigam os bichinhos,
Seu corpo abriga os verminhos.

Sua pele é devorada;
Seus lábios são comidos;
Sua roupa é rasgada;
E seu rosto é sumido.

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⭐OI PESSOINHAS, TUDO BOM?⭐

Ainda não superei a morte da Didi! E vocês?

Me perdoem por não postar domingo passado. É que eu fui convidada para dar uma palestra, sobre minha tese do TCC sobre o anti-feminismo, na minha escola. E acabei por não ter tempo. Me perdoem ♥

É isso, beijoooos 💕






Imaginary Friend || H. S. [CONCLUÍDA] +16Onde as histórias ganham vida. Descobre agora