Capítulo Vinte e dois

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Sem correção... 


Gael,

Assim que pediram que saíssemos do quarto, meu pai que havia entrado no quarto naquele exato momento, e provavelmente ainda assistido ao show da esposa, saiu cabisbaixo à nossa frente.

A direção do hospital nos cedeu uma sala, para que pudéssemos conversar.

- É esse o amor que jura ter por sua filha Darlene? Apesar de que em nenhum momento eu tenha ouvido você falar dela, a não ser para dizer que era mimada. Acha que assim conseguirá fazer com que ela te ame ou te respeite?

- Pode deixar suas grosserias de lado e me ouvir. – Olhei para meu pai e ele parecia ter envelhecido vinte anos nesses vinte minutos. Eu não queria ser culpado por ele sentir algo.

- Pai? Está tudo bem? – Ele não me respondeu.

- Darlene, desde quando sabe do testamento? – Ela tentou se desvencilhar, dizendo que não sabia. Mas ele foi firme. – Não minta mais para mim Darlene. Você não estava presente. Como podia saber que eu havia colocado uma cláusula deixando em aberto, que tudo fosse divido com um filho nosso, caso viéssemos a tê-lo?

- Meu amor! Acha mesmo que eu sabia disso?

- Eu estou fadado a pensar que só depois disso decidiu dizer que a bastarda era minha filha.

- Bastarda? – Entrei na conversa. – Até a pouco era sua filha, a qual você gostaria de ser pai de forma que não foi para mim. E agora é bastarda?

- Você não está entendendo Gael. Meu advogado, - apontou o homem de terno que até agora eu mesmo não entendia sua presença. – Está aqui a meu pedido, sendo que eu mal sabia disso. Ligamos para o Rio e descobrimos que foi a Darlene a meu pedido que pediu que o homem viesse para que de posse do DNA pudesse fazer as alterações do documento. – A Darlene estava sem fala. Olhava para o homem sem conseguir se pronunciar.

- Eu nunca poderia imaginar.

- Claro que não. Eu te liguei para pedir que fosse até o escritório para participar da leitura do testamento e você como sempre disse não. – Ele sentou-se desanimado. – Eu queria te pedir filho, que caso a Darlene viesse a ter um filho meu, que não os deixasse desamparado.

- E por que não deixa para ela essa droga dessa fortuna.

- Porque o que tenho não foi uma conquista dela. Eu posso ser um idiota e imbecil como meus amigos me chamam por dar a uma mulher todo o conforto, e tanto dinheiro, mas eu não sou tolo o bastante para dar a ela mordomia para ter amantes e mais amantes depois que eu me for. O que eu tenho foi construído com meu suor e com o esforço de sua mãe. E se ela optou por não usufruir outra também não tem esse direito.

- Pai, pai.

- Em vida, ela me dava o que eu precisava. Um homem precisa de sexo filho, seja na idade que tiver. Mas o que mais essa Darlene me pode oferecer? É fútil, e inútil. Perdida em um mundo de futilidades e ambição. E não pense você que não fiquei puto da vida quando descobri que ela transava comigo e com você ao mesmo tempo porque eu fiquei. Mas queria dar uma chance à ela.

- Vocês falam como se eu não estivesse presente. – Ela se aproximou de meu pai e ainda tentou ludibria-lo. – Eu te juro que não sabia disso. Se pedi ao advogado que viesse foi tão somente para que a menina não passasse por tanto sofrimento. Tendo uma família, ela poderia ser criada com muita mais estabilidade emocional.

- Família? - Gargalhei. – Você sabe lá o que é família?

- Olha meu amor. Seu filho é só um homem ferido, ainda apaixonado.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora