Capítulo Treze

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*Sem correção 

Gabriela,

- Eu sei! Muita gente não reage bem à essas confissões. – A Brenda não disse nada, apenas me abraçou e chorou.

- Não sei o que dizer. Ou o que fazer para aplacar sua dor amiga.

- Não precisa fazer nada. – Segurei suas mãos. Ela estava aflita, achando que havia acontecido algo entre o Gael e eu, para me deixar triste da maneira que estava. Então quis contar a ela minha história para que ela entendesse minha situação. E talvez me ajudasse a explicar o comportamento do Gael.

- Talvez apenas seja impressão sua, achar que ele esteja te evitando.

- Não Brenda. Desde o momento em que contei a ele percebi que ficou, sei lá, decepcionado.

- Não Gabi, não diga isso. Ninguém ficaria decepcionado com uma tragédia dessas. – Sentei-me à minha cama e esperei que ela se acomodasse novamente na poltrona.

- Você não entende Brenda. Mesmo querendo que tivesse ocorrido diferente, eu entendo a aversão do Gael por mim agora que sabe.

- Para amiga. O Gael é diferente.

- Não. Ele é um homem e todos os homens querem o mesmo. Uma mulher para dar e receber prazer. E pela experiência dele, deve saber que teria que ter paciência de Jó. Eu não contei isso ao rapaz com quem namorei. Ele veio visitar os primos, na casa em que eu trabalhava, e disse que se apaixonou por mim. Até chegamos a nos corresponder por e-mail, tinha erotismo, mas eu não conseguia deixa-lo me tocar, e nem ao menos me permitir ao prazer nas raras vezes em que nos encontramos. Aquele imbecil não só roubou o que eu tinha de mais precioso, como também deixou marcas profundas em meu corpo e em minha alma.

- Imagino Gabi. Nem sei o que dizer.

- É mais um desabafo Brenda. Cheguei a ficar internada por alguns dias. E depois das terapias, e acompanhamentos comecei a observar que havia ficado inseguro e mais retraída. Inclusive a figura masculina por um bom tempo passou a me causar nojo, e só comecei a sentir essas sensações novamente, vendo o Gael andar por essa fazenda. Não sei. Achei que ele fosse diferente. E que talvez pudesse me ajudar. E contando a ele, pensei que fosse entender, caso viéssemos, a ter algum tipo de intimidade. Mas acho que ele não entendeu bem.

- Posso te pedir uma coisa? Dê um tempo ao Gael. Dê uma chance a vocês. Não desista agora.

Eu apenas sorri, e a conversa acabou ali com a Karolyne abrindo os olhos.

- Preciso ir. Pedro e filhos, sozinhos é sinal de encrenca. – Ela me abraçou novamente e beijou meu rosto.

A irmã que eu não tive.

Antes que a Karol despertasse e passasse a noite toda tagarelando, deitei ao seu lado e fechei os olhos. Ela passou a mão em meus cabelos e fechei os olhos. Quando vi que ela havia dormido, me levantei fui checar que tudo estava fechado, mas assim que acendi a luz meu coração se estremeceu.

Um homem vestido com botas e jaqueta estava ali, no quarto da Karol e a arma agora apontava para minha cabeça.

- Quietinha princesa.

- Tudo bem! – Comecei a tremer.

- Só queremos saber onde está o cofre da casa.

- Cofre? – Minha voz demonstrava todo meu desespero. Eu lá sabia de cofre naquela casa? Nunca haviam me dito nada sobre ele. – Não. Não sei.

- Ah! – Ele engatilhou a arma, e eu só pensei na Karol ali adormecida. E o pior de tudo, era que minha aflição era pensar que pudessem fazer algo a nós. Minhas lágrimas banharam meu rosto.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora