Sete

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Me ajudem a decidir um  avatar para o Gael.. eu queria a foto do fim do capítulo, mas não consigo encontrar o nome do modelo.

Gael,

Em pouco tempo, muito pouco tempo, e eu estava me sentindo outra pessoa.

A cada viagem, eu ansiava voltar para casa. E por mais que eu soubesse que Sant'Ana sempre fora meu lar, agora pareci muito mais.

Os risos e gritos da Karolyne, faziam a diferença. Preenchiam o ambiente de calor humano. Nossa proximidade agora, era verdadeiramente de pai e filha.

Mas com essa aproximação, entre eu e a Karolyne, também fui obrigado a me aproximar da babá.

- O Senhor não quer ver o que separei para o aniversário da Karol? – Era sempre uma coisa ou outra que precisávamos discutir juntos. Nos obrigando a ter um pouco mais de intimidade.

Nem sempre, ou melhor, quase nunca ela estava de acordo comigo. E na maioria das vezes a moça era tão cabeça dura que acabava cedendo.

Nós nos tornamos responsáveis por minha filha. Principalmente quando as gripes, ou as febres vinham incomodar, dividíamos os cuidados, revezando quem dormia e quem ficava acordado. Na maioria das vezes, eu mal conseguia pregar os olhos.

Então me afastar por muito tempo se tornou inviável. Quase insuportável. E quando precisei ir ao Rio por uma semana, ou duas, só encontrei uma solução.

- Prepare sua mala e a mala da Karolyne.

- Vamos viajar?

- Sim! Iremos ao Rio de Janeiro por duas semanas. – Eu vi a menina perder a cor e as palavras, sendo que as palavras era a primeira vez.

Ela sempre tinha uma resposta na ponta da língua. Mas naquele dia, ela se calou e ficou com uma expressão terrível. Como se temesse algo ou alguém.

- Algo errado? – Depois de alguns segundos aérea respondeu:

- Não. Não senhor. – Mas as palavras não me passaram segurança. Porém, não quis estender o assunto. Se ela quiser ou precisasse dizer algo, não seria por minha insistência. Quando se sentisse segura o suficiente, diria.

Durante todo o trajeto de casa para o aeroporto, senti que ela estava muito silenciosa. Ao contrário da Karolyne que apontava para tudo, e se admirava com todos os detalhes.

Era sua primeira viagem. Na verdade, aos quase três anos, foram poucas as vezes que vinha à cidade.

- Medo! – A pequena se agarrou à mim ao perceber quão grande ficava o meio de transporte, a medida em que nos aproximávamos.

- Não precisa ficar com medo. – Apertei-a contra meu peito para que se sentisse segura.

- Gaby medo! – Ela deu os braços à babá, que ao meu parecer estava mais temerosa que a menina.

- Tem medo de voar?

- Não.

- Poderia ter me dito e iriamos de carro. – E levaríamos mais de nove horas na estrada, é claro. Mesmo assim, caso ela tivesse dito, teria feito esse esforço. Minha dedução era que ela como havia morado fora do Brasil, não tinha receio em um voou de distância tão pequena.

- Não temo voar. – Ela se adiantou com a Karolyne nos braços e adentrou a aeronave localizando os assentos.

Quando as alcancei, acabava de colocar o sinto na menina e sentado ao seu lado, assim evitaria ficar próximo a mim por certo.

O voou foi tranquilo, mas algo à incomodava. Eu podia perceber de longe. Pelo seu olhar... Sua respiração ofegante. Havia algo errado.

Um namorado. Foi o pensamento que mais me incomodou. Ela devia ter algum relacionamento mal resolvido. E apenas ainda não estava preparada para rever a pessoa, ou ainda tinha desejos de reatar o relacionamento.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora