Cap-31

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Pov Lauren

Eram 01:30 da manhã, e eu continuava agarrada ao travesseiro, o choro ainda não tinha cessado, talvez o que mais tenha me magoado, foi o fato dela não ter me contado sobre sua doença. O que mais me dói, é saber que todos sabiam, menos eu, a idiota não sabia de nada.

Respirei fundo e me virei na cama novamente, senti seu perfume invadir minhas narinas e lembrei que o travesseiro que ela havia dormido estava nos meus braços agora.

Chorei novamente, eu preciso deixa-lá pensar, mas eu só queria correr para o seus braços. Ninguém me avisou que amar dói, quando am amo alguém estamos sempre sujeitos a carinhos e machucados e temos que aprender à lidar com isso, porém, eu simplesmente não sei.

Quem ama confia certo?E ela não confia em mim, fico me perguntando se realmente existe amor da sua parte, ela acreditava em qualquer pessoas, menos em mim. Isso dói.

Droga de confusão nesse caralho desse coração.

Meu celular tocou me fazendo despertar dos meus devaneios, me virei e capturei o pequeno aparelho onde na tela mostrava "Camz".

Meus olhos marejaram, ela também estava pensando em mim?Ela também estava sofrendo?Eu devo atender?. Meu coração acelerou e meus dedos agiram por sí só atendendo a ligação.

-Lauren?. -Ouvi sua voz doce e abafada soar.

Fechei os olhos sentindo o choro vir novamente, fiquei calada apenas deixando que ela ouvisse a minha respiração.

-Talvez nem mil palavras bonitas faça você me perdoar, eu fui estúpida em não te contar, talvez porque nem eu mesma sei o que estou fazendo. -Ouvi ela suspirar. -Eu só sei que tudo começou no colégio, quando toda vez que eu passava pelo portão, eu era chamada de gorda, de feia, e de todos apelidos relacionados à isso. -Meus olhos arderam e ela respirou fundo antes de continuar. -No primeiro dia de aula, eu fui empurrada nos armários, um garoto chutou meus livros pra longe e eu respirei fundo antes de me levantar, Alexa fingiu ser minha amiga durante dois meses, depois ela e sua turma começaram a praticar bullying comigo, eu tentei entender o por que, mas não tinha por que, ela só gostava de fazer aquilo, eles gostavam...

Fechei os olhos sentindo as lágrimas descerem, eu sabia que ela estava chorando, eu devia saber que isso doía nela, eu não devia ter brigado com ela, droga.

-Eu fui jogada na lixeira da escola sete vezes por eles, depois de alguns meses recebendo insultos, chutes e empurrões, eu conheci o Austin. -Ela respirou fundo. -Ele nunca demonstrou ser grosso, e não andava com os "populares", ele fez eu me apaixonar por ele, e depois me convidou para ir na casa dele, e quando eu cheguei lá, ele estava beijando a Selena, ele me olhou e sorriu, perguntou se eu queria participar da brincadeira, e aquilo pra mim, foi o por momento da minha vida, no dia seguinte fui pra escola ainda com lágrimas nos olhos, estava doendo, ele foi o primeiro garoto que beijei, era importante pra mim. -Ela soluçou. -Lauren, eu estou na frente da sua porta, estou morrendo de frio, eu quero terminar de te contar, mas estou com medo do silêncio desse corredor.

Arregalei os olhos e tirei o edredom do meu corpo, acho que ela percebeu que eu estava caminhando, ela desligou o telefone e eu desci as escadas, abri a porta e ela estava ali, com os olhos vermelhos, e o pijama de dragão.

Coloquei a mão na boca tentando engolir o choro e ela olhou pro chão mordendo o lábio. Não falei nada, apenas dei passagem e ela entrou, fechei a porta e subi sendo seguida por ela.

Abri a porta do meu quarto indo direto pra cama e ela fechou a porta, sentou na minha frente, na ponta da cama e olhou para as mãos.

-Posso continuar?. -Me olhou, assenti lentamente e encostei a cabeça na cabeceira encarando-à.

Sin ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora